sábado, junho 26, 2004

TRILOGIA DE MANUEL BATISTA COLAÇO

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PUBLICA-SE AGORA O
II POEMA DA TRILOGIA

de
MANUEL BATISTA COLAÇO
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NOMES DE MULHERES
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Maria, Rita, Mariana
Cristina, Dulce, Joaquina
Isabel, Carlota, Ana
Constância, Lucrécia, Sabina
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Angela, Heloisa, Alice
Aline, Angélica, Arçete
Barbara , Beatriz, Bianca
Bruna, Camila, Elisabete
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Cândida, Clara, Constância
Dalva, Daniela, Berenice
Débora, Denise, Dora
Dóris, Eliane, Clarice
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Érica, Enice, Eva
Fabiana, Fátina, Florência
Fernanda, Flávia, Flora
Floriana, Helena, Hortência
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Hermínia, Iara, Inês
Isabel, Isadora, Ivone
Jéssica, Júlia, Jurema
Karen, Lúcia, Simone
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Milena, Natália, Natércia
Nina, Nívea, Marina
Olga, Paloma, Patricia
Rebeca, Renata, Regina
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Samanta, Sandra, Silvia
Tânia, Teresa, Rosana
Mónica, Vanessa, Vera
Verónica, Valéria, Tatiana
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Câncida

sexta-feira, junho 25, 2004

QUEM QUER RESPONDER??

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CONCURSO DO NOSSO BLOG
PARA DIVERSÃO E CONHE-
CIMENTO.
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A primeira questão é especialmente
dedicada ao pequenino Zé Francisco
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1 - ESTA BANDEIRA É DE QUE PAÍS?

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A - KAZAQUISTÃO
B - ARMÉNIA
C - AFEGANISTÃO
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2 - EM QUE SÍTIO DO ALENTEJO
EXISTE UM MONUMENTO A BATALHA
DE OURIQUE?
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A - SENHORA DE ARACELIS
B - ENTRADAS
C - SÃO PEDRO DAS CABEÇAS
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3 - QUANTOS REIS MOUROS FORAM DER-
ROTADOS POR DOM AFONSO HENRIQUES
NA BATALHA DE OURIQUE?
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A - 5
B - 7
C - 6

POEMA AOS MOTORISTAS DA LISNAVE

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PRIMEIRO DE UMA TRILOGIA
DE POEMAS
de
MANUEL BATISTA COLAÇO
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AOS MOTORISTAS DA LISNAVE.
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I
Bento, Bolinha, Adão
Andrade, António, Albertino
Azevedo, Batista, Vitorino
Coelho, Colaço, Encarnação
Cabrita, Brito,Abílio
Candeias, Canto, Edilio
Cardoso, Carlos, José da Luz
Carmo, Cartaxo, Vitorino
Pinto, Correia, Lino
Costa, Dorindo, Cruz
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II
Edison, Fachadas, Vaz
Espírito Santo, Drago, Vieira
Falamino, Fernandes, Pereira
Falcão, Fidalgo, Tomas
Fitas, Figueiredo Rogério
Fonseca, Francisco, Tibério
Freitas, Gabriel, Constantino
Freire, Galhós, Eduardo
Gonçalves, Carvalho, Ricardo
João Pereira, Jacinto, Adelino
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III
Carvalho, Lopes, Castelinho
José da Silva, Lebre, Figueira
José Marques, Lourenço, Moreira
José Martins, Luciano, Coucinho
Joaquim Pedro, Curto, Furtado
M.Marques, Maia, Amado
Mateus, Silva, Alegria
M.Freitas, Martins, Moutinho
Matos, Meleiro, Martinho
Belo, Mendonça, Zé Maria
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IV
Milfontes, Miranda, Horácio
Viegas, Nunes, Espinhal
Passos , Patricio, Vidigal
Pedro, Teles , Inácio
Pombo, Procópio, Tomé
Reis Robalo, António José
Teles, Tavares, Vizinha
Sousa, Silva, Humberto
Balagueira, Victor, Alberto
Santos, Valente, Farinha

sexta-feira, junho 18, 2004

A LENDA DAS MOSCAS

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CONTINUAMOS A DIVULGAR
LENDAS E MITOS DE
CASTRO VERDE

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Mitos e Lendas de Castro Verde
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A LENDA DAS MOSCAS

... Uma vez, viajava Nossa Senhora por um caminho que não conhecia, quando encontrou um maioral de vacas, deitado à sombra de uma frondosa azinheira, a dormir regaladamente a sua sesta; perto de si, à sombra de outras árvores folgava tranquilamente a manada. Nesse tempo, a mosca não atacava as vacas, atacava só as ovelhas. Estas por causa disso não pastavam com sossego, nem deixavam descansar o pastor.
Nossa Senhora, dirigiu-se ao vaqueiro e humildemente pediu para que este lhe
indicasse o caminho que desejava seguir. Este, que estava a dormir profundamente,
despertou mal humorado e disse:
-“Então a Senhora acorda-me para uma coisa dessas?... Eu não lhe posso indicar o
caminho porque não tenho vagar!... Estou na hora do descanso e preciso dormir. Siga
o seu caminho e mais adiante encontrará o maioral das ovelhas, que não tem vagar
para estar sentado, porque elas não param, por causa das moscas... ele que a ajude!...”
Nossa Senhora agradeceu desculpando-se por ter incomodado o homem e seguiu o
mesmo caminho. Mais adiante avistou o infeliz pastor, que de cajado em riste, ajudado
pelo cão, procurava em vão reunir as ovelhas à sombra, de modo a ter tempo para
comer e descansar um pouco. Nossa Senhora, chegou perto dele e pediu-lhe que a
ajudasse a encontrar o caminho que havia perdido. O pastor sentia-se cansado, sem
que o gado lhe desse tempo para se sentar um pouco, mas com bons modos
respondeu à Santa Senhora, sem saber com quem falava:
-“Ó minha senhora, com muito agrado lhe ensinava o caminho, mas eu não dou conta
do gado!... “
A novo pedido, o homem não foi capaz de recusar a auxiliar a senhora, convicto de
que quando voltasse não encontraria aí as ovelhas...
Mas, ao regressar, ficou agradavelmente surpreendido, quando as viu todas à sombra.
Feliz com a coincidência, foi comer e descansou um pouco. E como o gado continuou
tranquilo, pensou:
-“Vou mas é ver o meu amigo vaqueiro e dar uma léria que há muitos dias que não o
vejo”... Foi, mas ao chegar ao local onde esperava encontrá-lo com a manada ficou
admirado por não o ver; vacas e vaqueiro, tinham desaparecido. Intrigado com o caso,
foi procurá-lo e avistou-o à distância a correr atrás das vacas, que com a mosca só
queriam fugir.
Foi o castigo sofrido, em consequência da sua maldade.
O vaqueiro, foi obrigado a pensar que ninguém deve fazer mal desejando que lhe
venha por bem... e as vacas, ficaram as grandes vítimas da mosca, na Primavera

POESIA DO ALENTEJO

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Alentejaninha

Atão moça, aonde vás
Que tás tam bonita?
Ora...vou a aldeia...
Que arranjei um pé de meia
Vou comprar qualquer coisita.
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Olha... podias-me fazer um favor!
Eu dou-te aqui um dinheirito,
Compravas-me lá um panito
Queste já tem bolor!
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Tá bem ó ti Manel...
Mas tem que se despachar,
Senão logo faz-se noite
Inda tenho muito c'andar.
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Ó Maria... vai-te embora
Nam testejas a empatar,
Mas leva aqui uma boxita
Pode a fome ta pertar.
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Ó ti Manel... ti Manel,
Eu vou-me demorar pouco,
Nam vai ser preciso...
Vou num pé, venho no outro.


da POETISA ALENTEJANA
BIA

quinta-feira, junho 03, 2004

IDAS AOS BAILES

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De JOSÉ A.BATISTA COLAÇO
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IDAS AOS BAILES
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Idas aos Bailes


Numa altura pelo Carnaval, quando eu tinha dezanove anos, andava a querer namoriscar uma miúda muito gira ali para os lados do Brengelinho, onde havia um grande baile de Carnaval. Mas o Inverno estava bastante rigoroso, chovia muito, faziam grandes trovoadas, muito vento e a água cai por vezes com grande intensidade, logo o vento rasgava as nuvens, parava de chover e a lua aparecia como se fosse de prata e iluminava tudo em redor de nós.
Nesse dia resolvi ir ao baile, apesar da ameaça duma grande tempestade, que se adivinhava pelo rugido do vento e o negrume das nuvens que vinham do lado do Norte.
A minha mãe dizia para eu não ir, mas eu como andava com aquele desejo de namorar com a miúda, sempre fui.
Depois de fazer o meu serviço e deixar tudo tratado para o trabalho do outro dia, saí de casa pelas vinte horas, já com um escuro de breu - era noite cerrada.
Dei ar na roda da bicicleta, que estava um pouco vazia ( era uma bicicleta de travão de alavanca, que correspondia aos 4x4 todo o terreno que conhecemos actualmente ).
Passei pela estrada do Forno da Cal, passei o Porto do Seixo com a bicicleta às costas por cima das passadeiras e quando cheguei ao barranco da horta do Madraço ouvi uns ruídos e comecei a ter medo, pois constava que os malteses iam dormir no monte velho que se encontrava em ruínas e abandonado.
Saí para fora da estrada e meti-me pelo mato dentro.

Deixei a bicicleta e fui mais para o pé do barranco e abriguei-me atras dum chaparro grande que estava inclinado sobre o barranco. Como diziam que andavam lobos por aqueles sítios, os cabelos começaram a pôr-se de pé e eu tremia com medo, pois se os lobos aparecessem ali esfomeados, o mais certo era eles me comerem. Tentei acalmar um pouco e pensei. Só tinha uma maneira de sair disto...era subir para cima do chaparro e ficar por lá até vir a manhã. Assim fiz. Subi ao chaparro até a uma altura em que pensei que já não houvesse perigo... a uns dez metros. Mas havia outro inconveniente, as pernadas do chaparro aí , já eram muito delgadas e com o grande vendaval que se formou e com a chuva que caía, eu sentia-me mal seguro e resolvi ligar-me á pernada com o meu próprio cinto... apertei bem a fivela e já me sentia mais seguro, pois não tinha medo do vento me fazer sair do esconderijo, pois estava bem atado.
Pressenti algo estranho... dois homens aproximaram-se do chaparro e um disse para o outro – “ É neste chaparro que ele está.”. Eu fiquei estarrecido, só não caí porque estava amarrado ao chaparro com o cinto. Nisto, começaram a fazer uma cova mesmo debaixo de mim no fundo do barranco. Eu tremia de medo, de frio. Já tinha a roupa toda molhada e arrependia-me de não ter tomada os conselhos da minha mãe... eu jurava que não me meteria em mais aventuras por causa das moças... eu estava desesperado.
O vento soprava mais forte e a água caía mais fria. O meu pé escorregou da pernada e eu não caí ao chão por estar preso com o cinto. O vento calou um pouco e eu ouvi um dos homens dizer – “...a cova já tem profundidade suficiente.”.
As noite estavam tão escuras que eu mal via os homens lá embaixo. Foi nesta altura que o homem que parecia ser o chefe, perguntou – “Quem é que vai lá em cima desamarrar o gajo? ”. Aquele instante pareceu-me uma eternidade, sem saber o que fazer, atado como estava ao chaparro, não tinha qualquer hipótese ; foi então que me enchi de coragem e gritei com toda a força que me restava:
- NÃO É PRECISO VIR CÁ NENHUM, QUE EU MESMO VOU JÁ PARA BAIXO!!!

Os dois homens deixaram as paz e enxadas caídas no chão e cada um desapareceu no mato. Eu sentia as forças a faltarem-me, a chuva caía agora com mais força, o vento rosnava naqueles montados, o que impedia que mesmo que eu gritasse por socorro, ninguém me poderia ouvir. Veio uma rajada de vento mais forte, enrolou a copa do chaparro e eu tive a sensação que ia ser projectado para longe, senti um frio tão forte pela espinal medula. Creio que desmaiei por momentos. Quando dei por mim tinha os pés na forca das pernadas, e agora, já tinha condições de poder desapertar a fivela do cinto e sair daquela situação embaraçosa, mas as minhas mãos estavam tão geladas que quase não obedeciam aos estímulos fracos que vinham do meu cérebro. Apelei para todas as minhas forças e consegui soltar-me da pernada do chaparro, mas estava completamente exausto. Descansei um pouco para retemperar as energias.
O vento quase que se tinha calado, as nuvens rasgaram-se, a lua apareceu por entre elas a iluminar os montados, o carreiro molhado batido pela luz da lua brilhava e reflectia uma luz brilhante para o céu.
Foi nessa altura que eu acompanhando essa luz mágica, olhei para cima e vi um metro mais acima que a minha cabeça, os pés de um homem que estava enforcado no dito chaparro. Agarrei-me com mais força à pernada do chaparro, fechei os olhos, tive medo, chorei e comecei a acalmar e compreendi o que estava a acontecer.
Os malteses tinham brigado, tinham morto aquele homem e penduraram-no no chaparro até vir a noite para depois o enterrarem no fundo do barranco da horta do Madraço.
Veio uma rajada de vento mais forte, a pernada do chaparro deu um estalo, lascou até á forca mais próxima, e eu caí no chão...nesse momento acordei e... acabei o sonho, ou o pesadelo!!!