terça-feira, julho 27, 2004

sexta-feira, julho 23, 2004

POETAS DO ALENTEJO

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EM CASTRO, A ATRAVÉS DA
ANA CATARINA, TIVE A GRATA
OPORTUNIDADE DE RECOLHER
UM BELO POEMA DE FRANCISCO
ROSA OLIVEIRA, ESCRITO NA
ÉPOCA DE SALAZAR.
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Mote
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Carmona é o ajudante
Salazar é o patrão
Têm fama no estrangeiro
mas estão roubando a nação.
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I
Um diz , o outro escreve
logo tem que ser feito
mesmo que não tenha jeito
executa-se o mais breve
ninguém pode fazer greve
anda tudo para diante
levam a palavra avante
ninguém lhe impede o caminho
não é o Salazar sòzinho
o Carmona é ajudante
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II
Mandam o trigo fóra
nós comemos pão de milho
tomaram tão bom assilho
que ninguém os deita fóra
isto não tem melhora
sem lhes porem um travão
ele tem a força na mão
não nos deixa mexer
eu sempre hei-de dizer
Salazar é o patrão
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III
O Salazar não conhece
o que está a praticar
pois ele está-nos a dar
o que a gente não merece
quem trabalha é que padece
quem fala vai para o Limoeiro
eu hei-de ser o primeiro
que falo desafogado
com o que cá tem roubado
tem fama no estrangeiro
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IV
Ele tem auxiliado
as nações que andam em guerra
quem sofre é a sua terra
bastante lhe tem roubado
isto que eu tenho falado
ele não rouba só pão
rouba conservas e feijão
dão-lhe o nome de doutor
tem lá fóra grande valor
mas está roubando a nação

quinta-feira, julho 22, 2004

..VAI O REI QUE NINGUÉM QUIS..

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Numa rua de má fama
faz negócio um charlatão
vende perfumes de lama
anéis de ouro a tostão
enriquece o charlatão
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E' entrar senhorias
a ver o que cá se lavra
sete ratos três enguias
uma cabra abracadabra
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Na ruela de má fama
o charlatão vive à larga
chegam-lhe toda a semana
em camionetas de carga
rezas doces paga amarga

No beco dos mal-fadados
os catraios passam fome
tem os dentes enterrados
no pão que ninguem mais come
os catraios passam fome

E' entrar senhorias
a ver o que cá se lavra
sete ratos tres enguias
uma cabra abracadabra

Na travessa dos defuntos
charlatões e charlatonas
discutem dos seus assuntos
repartem-se em quatro zonas
instalados em poltronas

Entre a rua e o país
vai o passo de um anão
vai o rei que ninguem quis
vai o tiro de um canhão
e o trono e' do charlatão

E' entrar senhorias
a ver o que cá se lavra
sete ratos três enguias
uma cabra abracadabra

Para a rua saiem topeiras
entra o frio nos buracos
dorme a gente nas soleiras
das casas feitas em cacos
em troca de alguns patacos

E' entrar senhorias
a ver o que cá se lavra
sete ratos três enguias
uma cabra abracadabra

Entre a rua e o país
vai o passo de um anão
vai o rei que ninguem quis
vai o tiro de um canhão
e o trono do charlatão

SOU DO CAMPO , SOU GANHÃO

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POEMA DO POETA POPULAR
ALENTEJANO
FRANCISCO ROSA OLIVEIRA.
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Sou do campo , sou ganhão
eu trabalho o dia inteiro
sob o mando dum patrão
pra ganhar algum dinheiro
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Pr.a ganhar algum dinheiro
faço a minha obrigação
é esta a minha vida
sou do campo sou ganhão

LÁ VEM A NAU SANTANETA, QUE TEM MUITO QUE CONTAR...

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Lá vem a Nau Santaneta
Que tem muito que contar
São Paulo Portas à proa
Santanás a comandar
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Ouvi agora senhores
Uma história de pasmar
D. Bagão conta o pilim
D. Morais trata das velas
D. Guedes limpa com VIM
Tachos, pratos e panelas
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D. Pereira na enfermaria
Conta pensos e emplastros
E o D. António Mexia
Põe vaselina nos mastros
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D. Durão deu à soleta
Enjoou de andar à vela
E Santa Manuela Forreta
Largou-os sem lhes dar trela
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Aflito El-Rei Sampaio
Com estas novas tão más
Disse aos bobos de soslaio
Chamai lá o Santanás
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Aqui estou meu Senhor
Vós mandasteis-me chamar?
Soube agora desse horror
D. Durão vai desertar?
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Cala-te lá meu charmoso
Não me lixes mais a vida
Troco um cherne mal-cheiroso
Por um carapau de corrida?
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Pobre da Nau Catrineta
Já lamento a tua sorte
Esta marinhagem da treta
Nem sabe onde fica o Norte
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Parece que já estou vendo
Em vez de descobrir mundo
Ao primeiro pé de vento
Espetam com o barco no fundo
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Ou então este matraque
Com pinta de Valentino
Gasta-me a massa do saque
Nas boîtes do caminho
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Não se aflija meu Rei
Que agora vou assentar
Pois depois do que passei
Cheguei onde quis chegar
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E por aquilo que passei
Aqui ninguém nos escuta
Eu quero mesmo é ser Rei
E vamos embora à luta

terça-feira, julho 20, 2004

AS AVES DE CASTRO VERDE - AS ABETARDAS

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Abetarda é o nome comum do grupo de aves terrestres, médias e grandes, da família Otididae, encontradas nas planícies e desertos do sul da Europa e Ásia até a África e Austrália. É considerada uma ave de caça e muito apreciada pela carne.

As 23 espécies de abetardas tem um tamanho que varia de 35 a 135 cm. São aves pesadas com pescoços longos e achatados, ás vezes com cristas na cabeça, e bicos pesados. Suas cores variam do cinza ao castanho
A mais conhecida é a Grande Abetarda (Otis tarda) , a maior ave terrestre da Europa, com até 1,20 de comprimento e 2,40 de envergadura. Ainda é encontrada pelo continente europeu, mas desapereceu da Alemanha por volta de 1900s.

O macho é maior que a fêmea e tem as penas ornamentais mais desenvolvidas no pescoço, cabeça e flanco. Apesar de voarem , quando ameaçada a abetarda prefere andar ou correr rapidamente. Seu vôo é lento e cadenciado e algumas espécies são migratórias.

A área de Castro Verde, Baixo Alentejo, é uma zona de elevada importância biológica, em particular devido à existência nessa região de populações de diversas espécies de aves de grande valor de conservação, algumas delas ameaçadas a nível nacional e europeu, como a Abetarda (Otis tarda), o Sisão (Tetrax tetrax) ou o Francelho-das-torres (Falco naumanni). Esta avifauna está associada ao sistema cerealífero extensivo da região, no qual são tipicamente empregues muito poucos ou nenhuns agro-químicos e são adoptados longos pousios, durante os quais o solo não é cultivado para manter a sua fertilidade. Este tipo de sistema é cada vez menos comum na Europa, pelo que a sua raridade e a importância da sua comunidade de aves fez com que a região de Castro Verde fosse incluida na rede de Important Bird Areas in Europe (áreas de elevada importância ornitológica na Europa).

A Península Ibérica possui a maior população europeia, com a população espanhola
nidificante a atingir os cerca de 14.000 indivíduos e a portuguesa a rondar
as 600-800 aves. Em Portugal a Abertarda ocorre desde o sudeste da Beira
Baixa até ao norte do Algarve, sendo mais comum na região do Campo Branco
(Castro Verde) onde, em cerca de 885 km2 onde se efecturam 10 contagens
entre 1997 e 1999 se contou um número máximo de 702 aves em Novembro de
1998.


ESTATUTO DE CONSERVAÇÃO

A Abetarda é uma espécie ameaçada a nível mundial, tendo sofrido um forte
declínio desde o século 18 devido sobretudo à modificação dos meios
agrícolas extensivos em que ocorre, tanto por intensificação como por
abandono agrícola, e à crescente pressão humana que conduziu a perdas de
habitat e caça excessiva. Várias populações locais extinguiram-se neste
período. Apesar de ter sofrido uma regressão importante em Portugal e
Espanha, desde meados dos anos oitenta a população Ibérica de Abetardas
ter-se-á mantido razoavelmente estável. Está, no entanto, largamente
dependente da existência de áreas de agricultura cerealífera tradicional de
sequeiro, ameaçadas pelo regadio e florestação e de manutenção
economicamente dificil. Em Portugal é considerada uma espécie vulnerável,
sendo englobada, em termos europeus, na categoria SPEC 1 (SPEC corresponde a
Species of European Conservation Concern - espécies que suscitam
preocupações de conservação a nível europeu), relativa a aves que possuem
uma população globalmente ameaçada.



sexta-feira, julho 02, 2004

RESPOSTAS CORRECTAS AO QUEM QUER RESPONDER

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EIS AS RESPOSTAS CORRECTAS
AO "QUEM QUER RESPONDER"
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1 - B Bandeira da ARMÉNIA
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FORMAÇÃO DA NAÇÃO:

O processo de formação do povo armênio remonta às profundezas dos séculos, entre o 2o e 1o milênio a.C. A ciência moderna assegura que, incontestavelmente, tal processo teve lugar no Planalto Armênio, envolvendo diversas tribos e mescla de povoações que pouco a pouco se convergiram para uma nação única. O papel fundamental neste longo processo de assimilação foi reservado às tribos que falavam uma língua pertencente à família indo-européia, das quais, os estudiosos destacam a tribo Hayasa, que habitava o planalto da Armênia e que, provavelmente, deu origem ao nome como os armênios chamam a si próprios: Hai.

Vivendo na encruzilhada de dois mundos, a asiática e a européia, desde os primórdios os armênios ficaram expostos às culturas do Leste e Oeste, e a cultura armênia, por si só, incorporou muitos elementos dessas culturas.

O Planalto Armênio, devido à sua localização geográfica foi, constantemente, sujeito às invasões dos conquistadores que vinham do Oeste a Leste, e com mais freqüência do Leste a Oeste. Esse fator geopolítico não perdeu seu significado ainda até hoje.

Muitos aspectos afetaram a formação da mentalidade armênia, que podem incluir as tribulações da história da Armênia, a exposição do povo armênio aos proponentes das civilizações ocidental e oriental, sua remota adoção à ética cristã. E apesar de serem susceptíveis à penetração cultural, de um forma ou outra eles conseguiram preservar sua ingenuidade, as tradições de seu comportamento social e estilo de vida familiar, que remonta a milênios.

Os armênios têm sido conhecidos como um povo que facilmente se adapta às variações das condições de vida, são assíduos trabalhadores, acumulam muita experiência e espertos em matéria de comércio.

Através dos séculos, os armênios têm assegurado destacados postos civis e militares na Geórgia, Rússia, Bulgária, Hungria, Romênia, Egito e outros países. Atualmente, há muitos armênios que possuem papéis importantes nas áreas econômica, política e cultural como França, Estados Unidos, Síria, Líbano, etc. Também nos anais da história, os armênios tiveram papel preponderante, como por exemplo durante o Império Bizantino, entre os século IX - XII, onde a dinastia reinante era macedônia ou armênia, cujas representantes eram de descendência armênia. 



Armênia Oriental sob tutela da Rússia:

O interesse dos russos pela região da Trans-Caucásia teve seu efeito acentuado desde o início do século XIX. Como resultado do conflito russo-persa de 1804-1813, a Rússia anexou, entre outros, também o território de Karabagh (Artsakh). Em novos conflitos armados entre ambas as potências (1826-1828), as tropas russas conquistaram Yerevan. Através do Tratado de Turkmenchai, em fevereiro de 1828, os persas entregaram os khanatos (províncias) de Yerevan e Nakhitchevan para o controle russo. A totalidade da população armênia saudou essa alternância, pois ao menos lhe assegurava sua existência física e preservação de uma porção do seu território histórico. A economia da Armênia, assim como a vida cultural e intelectual do povo despertou, com uma nova fase de modernização e desenvolvimento.

Luta de libertação nacional dos armênios ocidentais na segunda metade do século XIX:

Na segunda metade do século XIX, a situação dos armênios que viviam em suas terras ancestrais da Armênia Ocidental, sob dominação do Império Otomano, começou a deteriorar-se, devido às brutais atitudes e intoleráveis condições impostas pelas autoridades turcas contra a população armênia. Essa situação provocaria o surgimento natural de protestos, que em várias regiões tomou a forma de revolta.
Em meados de 1870, começou a surgir um movimento de libertação contra os turcos nos Bálcãs, que teve amplo apoio dos russos. Nas guerras russo-turcas que se seguiram (1877-1878), os russos alcançaram uma vitória expressiva, conquistando partes substanciais da Armênia Ocidental, incluindo as cidades de Ardahan, Bayazet, Alashkert, Kars e Erzerum.
No Tratado de Paz que foi assinado em São Estéfano, em março de 1878, os armênios "ocidentais" apresentaram às nações européias suas reivindicações relativas à sua segurança física, fim do abuso de poder e respeito aos direitos elementares humanos dentro Estado Turco. As nações européias exigiram do "homem doente" (alusão ao Sultão debilitado) que se a Turquia adotasse as medidas necessárias para com as minorias étnicas. A Questão Armênia tornava, assim, tópico de discussões na diplomacia internacional.
Entrementes, a situação tenderia a mudar rapidamente, pois as nações européias, lideradas pela Inglaterra e o Império austro-húngaro, insistiram em realizar um Congresso em Berlim, para discutir a situação mundial pós-guerra (russo-turca). Lamentavelmente para os armênios, esse Congresso não endossou os termos abrangentes no Tratado de São Estéfano, que assegurava-lhes certa autonomia administrativa dentro da Turquia, exortando apenas que os turcos promovessem melhorias para a população armênia, pedido esse que jamais seria cumprida pelas autoridades do governo Otomano. Ao contrário, o governo turco decidiu tomar as medidas necessárias de seu próprio interesse, para "solucionar" a Questão Armênia, através do início do sistemático extermínio dos armênios ocidentais. 

Os massacres dos armênios na Turquia em fins do século XIX e o Primeiro Genocídio do século XX:

A fim de esmagar qualquer movimento de libertação, as autoridades turcas organizaram e executaram, entre 1894-96, as primeiras matanças coletivas executadas em larga escala na Armênia Ocidental. Em menos de dois anos, o número total das vítimas ultrapassava os 300 mil, e centenas de cidades e aldeias foram destruídas. Em algumas localidades, a população tentou a defender-se como podia, no entanto, a desigualdade das forças em nada adiantava tal atitude de desesperança.
Já no século XX, aproveitando a eclosão da I Guerra Mundial (1914-1918), as autoridades turcas tiveram a melhor oportunidade para planejar e executar o longamente aguardado plano de exterminação da população armênia na Turquia. Primeiramente, foram extintos todos os homens que serviam no exército do Império Otomano (fevereiro de 1915); em abril do mesmo ano, as autoridades turcas emitiram ordens para a deportação e conseqüente extermínio dos armênios em todas as regiões do Império. O ponto inicial da execução do bárbaro plano ocorreu na madrugada do dia 24 de abril de 1915, quando mais de 800 intelectuais armênios (escritores, professores, religiosos, jornalistas, médios, homens públicos) foram aprisionados na capital, Constantinopla (atual Istambul) e deportados para os desertos da Anatólia, onde foram cruelmente assassinados. Nos anos que se seguiram, a população armênia da Armênia Ocidental foi destruído em massa nas regiões de Van, Erzerum, Bitlis, Kharberd, Sebástia, Diarbekir, Trebizond, bem como na Cilícia, Oeste da Anatólia e outras localidades. As deportações visavam o único objetivo final: a aniquilação e extermínio definitivo do povo armênio. O número total das vítimas atingiu 1,5 milhão de pessoas; aproximadamente 800 mil armênios foram dispersos em diversas partes do mundo, aumentando o número das comunidades armênias da Diáspora. Os danos materiais, morais e culturais do povo armênio são incalculáveis. A potência intelectual da nação sofreu uma perda irrevogável.
Após a derrota da Turquia na I Guerra Mundial, os líderes turcos foram acusados por terem induzido a Turquia numa guerra desastrosa e pela perpetração do genocídio armênio. Mas o veredicto pasou in absentiam, visto que todos eles haviam fugido do país. 

A I República (1918-1920):

A Revolução de 1917 na Rússia e o surgimento do governo Bolchevista, a assinatura de um armistício entre a Rússia, Alemanha e seus aliados e a evacuação das tropas russas da fronte do Cáucaso mudariam drasticamente o panorama político na Armênia Oriental e toda a região. Os rês países do Cáucaso (Armênia, Azerbaijão e Geórgia) criaram, em fevereiro de 1918, o "Seim" (triunvirato) da Transcaucásia. Em abril do mesmo ano, o "Seim" se transformou em República Democrática Federal, separando a região do resto da Rússia.
Em janeiro de 1918, aproveitando o armistício russo-alemão, as tropas turcas empenharam um ataque na fronte do Cáucaso. Sem encontrar grande resistência, em pouco tempo os turcos conseguiram invadir as regiões de Kars e Batum e a Armênia Ocidental e prosseguir com o massacre da população local. Ao mesmo tempo, começavam a surgir sérias controvérsias politicas entre os Estados membros da recém formada República Democrática Federal da Transcaucásia, pois tornava-se cada vez mais evidente a orientação pró-turca do Azerbaijão. Esses desentendimentos desmantelaram a precária estrutura do "Seim", desintegrando-o em 26 de maio de 1918, com a declaração da independência da Geórgia, seguida pelo Azerbaijão no dia seguinte. À Armênia não restava nada mais que também proclamar, em 28 de maio de 1918, a sua independência.
Em três batalhas heróicas e épicas, travadas por toda a nação armênia contra as tropas regulares do exército turco nas regiões de Sartarapat, Bach-Aparan e Karakilissé, os armênios conseguiram deter os avanços turcos rumo à planície de Ararat. Em julho de 1918, foi assinado um Tratado de Paz entre a Armênia e a Turquia, onde a Turquia reconhecia a soberania da Armênia.
A I República surgiu, assim, após seis séculos de opressão e total dominação do povo armênio. No entanto, essa nova independência não perduraria por muito tempo, uma vez que novamente a Turquia, visando o seu projeto de pan-turanismo, invadiu a Armênia em setembro de 1920. De nada adiantaram os apelos do governo armênio às potências aliadas ocidentais da Liga das Nações. Em 29 de novembro de 1920, o governo concluiu um acordo com os comunistas, e em 2 de dezembro a Armênia foi proclamada uma República Soviética. 

A II República (1920-1990):

Por sete décadas, a Armênia permaneceu como uma das quinze Repúblicas que compunham a URSS. Nesse período, o país passou por uma enorme e inédita transformação política, cultural e sócio-econômica, que foram marcadas por muita privação, sacrifícios, sucesso e progresso. A vida do povo armênio acompanhou as etapas de transformação e mudanças sociais ocorridas no resto da União Soviética.
Durante os primeiros anos de sovietização, a Armênia sofreu perdas territoriais sensíveis. Indiferentes aos interesses nacionais do povo armênio, os governo central soviético aceitou entregar a região histórica de Kars, o distrito de Surmali para a Turquia, e transferir para controle do Azerbaijão a região de Nakhitchevan e Nagorno Karabagh (Artsakh).
O povo armênio teve uma participação ativa na II Guerra Mundial, quando centenas de milhares de soldados e oficiais armênios lutaram e se destacaram nas linhas de frente contra os exércitos alemães. Com o fim do conflito mundial, surgiu um movimento de repatriação em massa, e centenas de milhares de armênios (principalmente dos países do Oriente Médio) emigraram para a Mãe-Pátria. Entrementes, a partir de meados dos anos '70 também começaria a surgir um movimento reverso, quando muitos armênios começaram a emigrar para outros países, principalmente para Rússia, Europa e Estados Unidos.
Todavia, pode se afirmar que, em geral, a II República foi destacada pelo desenvolvimento e amplo progresso econômico, grande avanço industrial em todas as áreas e significativa evolução cultural e intelectual, façanha jamais alcançada pelo povo armênio em toda a sua existência milenar num período tão curto. 

A Proclamação da Independência da Armênia e o estabelecimento da III República:

Em meados dos anos '80, ocorreram importantes mudanças na vida da URSS. Uma nova liderança emergiu ao poder com Mikhail Gorbachev e sua política de "perestroika" e "glasnost" (transparência), que estabeleceria as reais condições de um sistema multipartidário e ampla abertura na vida social.
O processo de democratização também atingiu a Armênia. Os valores tradicionais e históricos, que por décadas haviam sido ignorados ou relegados a um plano inferior, refloresceram e tomaram as ruas e praças. Movimentos de reivindicação dos direitos e autodeterminação dos armênios de Nagorno-Karabagh (Artsakh) criariam as raízes do processo democrático. Pode-se afirmar que o movimento de Karabagh foi uma onda catalisadora rumo ao processo da democratização da Armênia.
Em maio de 1990, foram realizadas eleições no Soviete Supremo (Parlamento) da Armênia, onde o Movimento Pan Armênio (MPA) alcançou esmagadora maioria. No dia 23 de agosto de 1990, o Soviete Supremo da República adotou a Declaração da Independência da Armênia. A República Soviética Socialista da Armênia foi renomeada como República da Armênia. Posteriormente, com o desmantelamento da União Soviética, realizou-se em setembro de 1991 um referendo nacional na Armênia, onde a maioria absoluta da população optou pelo estabelecimento do Estado Independente, e Levon Ter-Petrossyan foi eleito Presidente (1991-1998) da República da Armênia. Em março de 1998, Robert Kocharyan foi eleito como o segundo Presidente do país.
Desde a proclamação da Independência, mudanças radicais foram introduzidas em todos os aspectos da vida nacional: a economia, a organização do Estado, as áreas social e política, a cultura e as relações com o mundo externo. Mesmo em condições de extrema gravidade, acentuadas pelo colapso da União Soviética, além da aguda crise econômica, agravada pelo constante bloqueio das comunicações terrestres e do oleoduto pelo Azerbaijão e a Turquia, o povo armênio continua forjando sua independência, mirando o horizonte do futuro com confiança, fé, optimismo e esperança.
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2 - C - SÃO PEDRO DAS CABEÇAS
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Ermida de São Pedro das Cabeças

Ergue-se nos arredores de Castro Verde, no local onde se terá realizado a histórica Batalha de Ourique, onde Dom Afonso Henriques venceu as forças militares de cinco reinos mouros, após violenta batalha. Dom Sebastião, que a mandou construir em local ermo, quis assim homenagear a coragem do primeiro rei de Portugal.
Ermida de São Pedro das Cabeças
Do século XVI, a ermida reflecte uma arquitectura religiosa popular e maneirista. O estilo barroco é visível no campanário e nas pinturas murais. De planta rectangular, possui uma só nave e capela-mor, tendo sido local de peregrinações.

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3 - A -foram 5 os reis mouros derrotados por D.Afonso Henriques na Batalha de Ourique


O significado das cinco quinas do escudo nacional que provinham desta dita batalha travada contra os Mouros no reinado de D. Afonso Henriques. Terá este nosso primeiro rei derrotado cinco reis mouros - daí as cinco quinas - graças a uma aparição de Jesus Cristo crucificado que determinou a vontade dos portugueses para chegar à vitória.