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O ÊXITO ASSIM O EXIGIU E LISBOA
VOLTOU A REQUISITAR A PRESENÇA
DO AUTOR DE "FADO" ,NAPOLEÃO
MIRA, DESTA FEITA NO BAR "POVO"
AO CAIS DO SODRÉ.
O livro é muito bom, e a sua força, para além da importância do tema, está na intensidade e entrega absoluta do autor, no processo de escrita, na verdade do enquadramento histórico-político.
Vivi aquela época, conheci a conjuntura política de então e até os bastidores do Fado que rodeavam a grande diva Amália.
(Acompanhei muitas vezes a minha mãe ,então do staff do Teatro Monumental, e vi vezes sem conta dos bastidores a actuação de AMÁLIA ROQDRIGUES numa peça chamada "Severa", com Amália da protagonista, e Paulo Renato no papel de Marialva. Nesta foto ,(que é inédita e faz parte do espólio de minha mãe, vê-se, ,na estreia dum filme "SANGUE TOUREIRO";Vasco Morgado, Diamantino Vizeu (toureiro e protagonista naquele filme)a minha mãe Maria do Carmo, Amália Rodrigues e Celeste Rodrigues (sua irmã, ainda muito nova).
Estive também nesta apresentação no Bar "Povo", um espaço recentemente recuperado, onde o ousado empresário Alexandre Cortez tem vindo a apresentar, entre outros eventos noites de fado, com jovens fadistas residentes.
Desta vez , acompanhou Napoleão Mira,e a filha do autor, Catarina Mira, nesta apresentação no seu Bar.
E no espaço repleto de amigos e futuros leitores, Napoleão tomou a palavra e falou da sua obra, no estilo desempenado e eficaz com que escreve:
Falou depois a sua filha Catarina Mira, desvendando que seu pai lhe
mostrou um dia, um manuscrito com as primeiras dez páginas , o incio dum projecto de romance que tinha pensado escrever, pedindo-lhe para para que lêsse, ,e na ocasião, rematou dizendo : "Filha se tu gostares , eu vou continuar, se não gostares, arrumo numa gaveta e pronto".
Emocionada, como se estivesse a reviver o momento, contou ter lido o texto, ter gostado bastante e incitado seu pai a continuar ,pois tinha sentido a qualidade do seu processo de escrita, assumindo sentir-se muito orgulhosa por ter tido o papel de gatilho no inicio da carreira do pai como escritor.
Depois a convite de Napoleão Mira, alguns dos presentes puseram ao autor questões sobre a obra, a começar por uma jovem que emocionada, identificou a sua familia com os personagens do FADO:
a que se seguiram outras questões
tornando viva a reunião
Napoleão Mira escreveu então as tradicionais dedicatórias a quem adquiriu o livro
E no final, ouviu-se o Fado, com as jovens fadistas do POVO
a interpretar os fados mencionados no livro
Nota:
AMÁLIA no papel de Severa com Paulo Renato ,no de Conde de Marialva, na peça SEVERA.
Em 1955 a a peça "Severa" foi reposta em cena no Teatro Monumental, com Amália Rodrigues no papel da protagonista e a participação, entre outros, de Madalena Sotto, Assis Pacheco, Santos Carvalho, Paulo Renato, Rui de Carvalho e Mário Pereira.