sexta-feira, fevereiro 13, 2015

PEDRO MESTRE LANÇA O DVD "CAMPANIÇA DE DESPIQUE"

.
A CASA DAS PRIMAS ESTEVE ONTEM AO
FIM DA TARDE NA FNAC-CHIADO, NO
LANÇAMENTO DO NOVO TRABALHO DE
PEDRO MESTRE.


Com o auditório da FNAC-CHIADO lotado, Pedro >Mestre ,rodeado de amigos músicos subiu ao pequeno palco e...



Mas antes deixem-me fazer um pequeno enquadramento histórico de Pedro Mestre:


Apesar de ser ainda um jovem ,o Pedro Mestre vai já com muitos anos de carreira ,que tem sido brilhante, sempre a subir,e neste trabalho que agora lança em DVD, mostra que já atingiu um patamar de excelência, frutoi de muito trabalho ,profissionalismo, e acima de tudo dum grande talento.

"A história de Pedro Mestre é a de alguém que parece ter nascido com uma missão, quase um sacerdócio. O de dar continuidade, com a exigência dos novos tempos, às tradições musicais da sua região: a viola campaniça, o cante, o despique, o baldão e com isso fazer reaparecer o Alentejo mais jovial do tempo dos bailes e das tabernas quando rapazes e raparigas cantavam modas ao desafio pela noite fora. "


O Pedro nasceu na Aldeia da Sete, do concelho de Castro Verde,e desde sempre a música esteve presente no seu horizontes
desde muito novo gostava de ouvir os mais velhos cantar na taberna, e eles sempre o chamavam para com eles cantar.


No início dos anos 80, integrou o Grupo Coral infantil os Carapinhas fundado pela Cooperativa de Informação e Cultura (Cortiçol) que fez a Rádio Castrense.

Aos 10 anos, Pedro Mestre passou a actuar com os mais velhos, aos 12 aprendeu a tocar viola campaniça com o mestre Francisco António («Chico Bailão») e aos 15 já dirigia o Grupo Coral «Os Ganhões» de Castro Verde.

Foi uma época de grande proliferação de grupos corais com o cante a sair das tabernas, a surgir como espectáculo, com muitos Encontros de Grupos e a nascerem os primeiros grupos feminino. As mulheres até então ,estavam arredadas do Cante.

No principio dos anos 90, a viola campaniça estava então, confinada a apenas 2 famílias, e foi nessa época que Pedro Mestre ,apoiado pela CORTIÇOL, começou a aprender a tocar viola campaniça com o Mestre Francisco António, e Mestre Manuel Bento ,ambos de Aldeia Nova, Ourique, hoje em dia desaparecida ,submersa pela barragem do Monte da Rocha.

Pedro Mestre não se limitou a tocar, antes e com a ajuda das dicas do artesão Amílcar Silva, de Corte Malhão, Pedro passou a construir a sua própria viola e mais tarde a fazê-lo já de forma regular.

Foi como tivesse nascido «um outro Alentejo»: «A viola era o instrumento dos bailes e aí cantava-se ao despique sobre as moças, sobre os amores enquanto se dançava de roda. Em vez do cante de sofrimento, com ornamentações lentas, o que surge é alegria, quadras soltas improvisadas de onde saíam as modas».

Pedro Mestre não para, conhece o violeiro Chico Lobo, espanta-se com similitude da viola caipira brasileira com a campaniça, e faz com Chico uma grande amizade que já rendeu 2 CD.e 1 DVD.

Os projectos em que está envolvido são tantos e a sua disponibilidade para os mais velhos tamanha que se pergunta onde vai buscar tanta energia. Actualmente, além de tocar e construir violas campaniças, é animador da disciplina de cante alentejano e música tradicional no 1º Ciclo em Almodôvar e Serpa. É Ensaiador do Grupo Coral e Etnográfico Os Cardadores, do Grupo Coral Feminino As Papoilas e do Grupo Coral da Academia Sénior de Serpa. Mantém o projecto de cante às vozes «4quatro Ao Sul», um grupo de música tradicional, o «Rastolhice» ,do "Campaniça Trio" dos "Cantadores do Sul"e do "Grupo de Violas Campaniças.

Pedro procura preservar e inovar, estabelecendo pontes constantemente com outros mundos musicais: «Organizo o encontro de violas de arame, procuro trocar ideias em workshops com tocadores e construtores de Cabo Verde, do Brasil, procuro que a viola campaniça se encontre com a viola beiroa, com a viola braguesa, com a viola de arame da Madeira, com a viola da terra dos Açores». Quando viaja para o Brasil ou Cabo Verde, por exemplo, leva consigo o livro que o estudioso José Alberto Sardinha escreveu sobre a viola campaniça: «Para divulgar».

O número de tocadores na região, em todo o Portugal e no estrangeiro explodiu e a construção da campaniça ,saltou mesmo ,para o Brasil. «Lá existe um movimento enorme de construtores de violas campaniças.

Regressemos então ao Auditório da FNAC



e ouçamos o que nos disse o Pedro:


À medida que foi decorrendo a apresentação, foi crescendo a adesão do público, rendido à qualidade do trabalho


e os aplausos foram sublinhando o índice de agrado da sala


O Pedro , revela uma grande aptidão como "homem de palco", e a relação fácil que estabelece com as plateias ,fazem dele já, um grande apresentador, qualidade que acrescenta ao de cantor e tocador de campaniça.

Estas imagens poderão também ser vistas e escutadas, na nossa plataforma TV, no KANAL CASA DAS PRIMAS, 345990 da MEO-