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TEXTO PUBLICADO NA PÁGINA DO
FACEBOOK - "CANTE ALENTEJANO"
POR JOSÉ FRANCISCO COLAÇO GUERREIRO.
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"A PROPÓSITO DOS NOVOS ESPETACULOS DO CANTE
O grande problema não é este , aquele e muitos, pegarem em Modas do Cancioneiro Alentejano e adapta-las ao seu gosto e estilo de cantar, fazendo delas o seu repertório artístico para ganharem a vida.
O que é preocupante é o produto contrafeito ser vendido á descarada , comprado e consumido publicamente como Cante Alentejano.
E assim tem sido, especialmente desde 2014 , quando o Cante ganhou fama e os Grupos Corais já não estavam em condições de a defender e aproveitar por direito próprio.
Por isso, em vez de se assumirem como os legítimos protagonistas do Cante, foram marginalizados, aproveitados para encenações e regra geral, entraram em decadência , atordoados com um título que lhes caiu do céu por não ter unhas...
A maioria ficou pior do que estava e outros aceitaram andar à boleia de alguns artistas para poderem pisar os palcos da fama.
E a generalidade dos Alentejanos encolheu os ombros, bateu palmas e sentiu orgulho por ver os Corais nas televisões e nos grandes palcos, em segundo plano, a servirem de cenário para espetáculos de vedetas de maior ou menor nomeada.
E o passar do tempo tem sido desastroso para o Cante pois, quando ainda nem sequer há oito anos que a UNESCO lhe deu a medalha, já há quem defenda e estudiosos que afirmem, ter havido um lapso na definição da prática quando se caracterizou a mesma como polifonia, canto a vozes , sem intervenção de instrumentos musicais .
As memórias são curtas e o património imaterial depressa é levado pelo vento, especialmente quando os seus detentores não são devidamente valorizados e apoiados, nem eles próprios têm capacidade organizativa para defenderem o Cante como sua pertença.