sexta-feira, março 30, 2012

CRÓNICA DA FESTA DO 26º.ANIVERSÁRIO DOS AMIGOS DO ALENTEJO DO FEIJÓ

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A CASA DAS PRIMAS ESTEVE NA FESTA
DO 26º.ANIVERSÁRIO DO GRUPO CORAL
ETNOGRÁFICO "AMIGOS DO ALENTEJO
DO FEIJÓ", RECECENTEMENTE TORNADO
ASSOCIAÇÃO.



Os AMIGOS DO ALENTEJO DO FEIJÓ são um grupo muito especial para a Casa das Primas, desde logo, porque foi também no Feijó que nasceu o nosso blogue,e porque a par das Cantadeiras da Alma Alentejana representam bem o espírito forte e de pertença que os alentejanos, fóra do Alentejo sentem pelas suas raízes.

Daí ter sido para mim um previlégio ter podido estar na sua festa do 26º.aniversário da sua fundação.

Breve história

O Cante Alentejano terá chegado ao Feijó, em meados dos anos 1950s, 1960s, quando começaram a afluir a este lugar muitos alentejanos, atraídos pela perspectiva de habitação com rendas acessíveis, e pela proximidade aos postos de trabalho, existindo muitos alentejanos a laborar no Arsenal do Alfeite, na Lisnave e noutras indústrias situadas nos arredores. O impacto desta população migrante foi tal na freguesia, que em poucos anos ela conheceu um novo sotaque, outros hábitos e costumes, convertendo-se numa autêntica colónia alentejana, com redes sociais muito intensas, baseadas em laços de família e conterranidade.
Nos tempos livres, o homem alentejano, à imagem e semelhança do que praticava no Alentejo, procurava pontos estratégicos de convívio, procurando o encontro com outros conterrâneos. As colectividades, como as associações recreativas e os clubes, terão desempenhado um papel importante nesse sentido, promovendo a sua participação e a inter-relação social. No entanto, era nas tabernas e nos pequenos “tascos” do Feijó, lugares consagrados aos homens, que as relações de camaradagem se intensificavam, onde não havia normas nem regras a cumprir, comportamentos considerados inadequados ou desviantes. Nesses lugares recriou-se um ambiente tipicamente alentejano, influenciado em muitos casos pelos próprios proprietários desses estabelecimentos, frequentemente também alentejanos. Esses, eram os seus verdadeiros “refúgios”, onde entre um copo de vinho e uma fatia de pão com queijo, ou chouriço, entre outras iguarias e pitéus, se juntavam as vozes e os sotaques, se entoava o cante sentido, nostálgico e saudoso, evocando a terra deixada.
Este cante espontâneo começou a ser difundido pelo Feijó em encontros esporádicos ou sistemáticos de grupos informais, sendo presença confirmada em convívios regionais, frequentando algumas casas no Feijó, onde havia um ambiente alentejano. Havia um restaurante , que era o "Romão" e as pessoas juntavam-se ali, bebiam os seus copos, cantavam as suas
cantigas, , principalmente aos fins-de-semana (...) “.

A criação do Grupo Coral Amigos do Alentejo surgiu apenas nos anos 1980s, a 21 de Março de 1986. Segundo alguns membros fundadores do grupo, este teve origem num outro grupo coral, chamado Os Amigos da Serra de Serpa, formado por vários elementos de terras próximas de Serpa, na ocasião de um piquenique de convívio anual. Apesar do intento, esse coral nunca teve vida própria, nem contornos oficiais, surgindo apenas em encontros esporádicos. Este grupo de cantadores acabou por se dissolver com a formação dos Amigos do Alentejo.
Nessa altura, os impulsionadores do coral enviaram cartas aos melhores cantadores do Feijó e arredores, segundo conta o Sr. Domingos Reganha, um dos fundadores. Após várias diligências o grupo foi formado com 14 elementos. Mais tarde, com a fama que ganhou na região, o grupo chegou a possuir 36 membros. No início do seu percurso artístico como não tinham sede, nem lugar para ensaiar as modas, foi nomeada uma comissão que se reuniu com o Clube Recreativo do Feijó, com o objectivo de se filiarem no clube e...passados 26 anos , ainda lá permanecem, é a sua casa
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(EXERTO DE UM ESTUDO DA ANTROPÓLOGA ANA DURÃO MACHADO

Mas vamos à festa...

Com a sala do Clube Recreativo do Feijó a abarrotar de alentejanos ,descendentes e amigos, o dirigente do grupo aniversariante, Afonso, deu inicio formal ao espectáculo que juntou grupos corais amigos a festejar o seu 26º.aniversário.


interpretando com a qualidade que se lhe reconhece as modas da sua paixão



com o aplauso e adesão de toda a sala


que não deixou de trautear o que ia sendo no palco cantado.


Com a sala rendida, subiu ao palco o Grupo Coral Etnográfico Ateneu Mourense, que cantando com a raça que tem sido sempre a sua marca d'água



arrebatou desde logo bastos aplausos e enorme empatia com a sala.



mas não foi só o cante o que aconteceu no palco, pois o seu divertido porta voz ,não deixou de contar algumas anedotas ,que como esta arrancaram sonoras gargalhadas da sala



A melhor prenda que poderia ter tido , o amigo Afonso , dos festejados, foi

receber na festa do seu grupo, um coral da sua terra , o Grupo Coral Etnográfico Camponeses de Pias, com saudação especial a ele dirigida.



e que bem cantaram os que de Pias viajaram até ao Feijó


Também subiram ao palco os amigos do Grupo Coral Etnográfico Cantares de Évora, com direito a saudação especial do seu líder também dirigenta da MODA


e os aplausos da sala


Então, uma surpresa, subiu ao palco o incontornável e talentoso casal Moisão,o Luis ensaiador das Cantadeiras de Alma Alentejana e também elemento dos Amigos do Feijó aniversariantes, ela ,sua esposa, integrande das Cantadeiras de Alma Alentejana, que perante o aplauso geral executaram uma performance muito apreciada



A fechar, o Grupo de Cantares Despertar Alentejano de Campo Maior, terra


natal da poetisa Rosa Dias, que dedicou às Festas da Flôr este poema muito aplaudido, e declamado com muita emoção.



O Grupo interpretou com brilho o seu reportório


onde incluiu o cantar ao desafio, muito apreciado pela sala


Teve brilho, emoção e muito Alentejo a festa do 26º.aniversário dos nossos AMIGOS DO ALENTEJO DO FEIJÓ, a quem a CASA DAS PRIMAS prestigia e abraça com carinho.
O Alentejo não tem fim , como costuma dizer o nosso amigo Luis Moisão