domingo, agosto 16, 2015

A VIOLA CAMPANIÇA FICA MAIS POBRE, FALECEU MESTRE AMILCAR SILVA DE CORTE MALHÃO

.
MAIS UM ÍCONE DA VIOLA CAMPAMIÇA,
O TOCADOR E CONTRUTOR MESTRE
AMICAR SILVA DE CORTE MALHÃO.


Hoje dia 16 de Agosto, faleceu Amílcar Silva de Santana da Serra, a viver desde miúdo em Corte Malhão na freguesia de São Martinho das Amoreiras.

Deixo aqui a homenagem da CASA DAS PRIMAS, a este grande mestre, com um pequeno exerto de apenas 20 segundos ,que capiei em 2012, num emcontro de violas campaniçs em Entradas, num o Mestre dum delicioso solo


Amílcar Martins Silva trabalhou sempre no campo, mas quando se reformou começou a construir violas campaniças. Uma “arte” que ainda pratica, apesar de já contar 84 anos.
Natural de Santana da Serra (Ourique), Amílcar Martins Silva era ainda uma criança quando foi para a Corte Malhão, pequena localidade na freguesia de São Martinho das Amoreiras.
Daí nunca mais saiu, apesar de ter trabalhado noutras paragens, sempre no campo.
“Umas vezes era moiral de gado, outras vezes limpador de árvores, também tirou cortiça… Era o que calhava”.
Foi ainda como moço novo que Amílcar teve o primeiro contacto com a pequena viola de arame, muito utilizada naquela zona para acompanhar os dias (e noites) de despique baldão nas tabernas.
O pai tocava e era o pequeno Amílcar quem lhe reparava o instrumento. Tinha apenas 15 anos e imenso talento.
“A viola do pai de vez em quando descolava-se e o pequeno Amilcar arranjava-a. Depois começaram a aparecer mais e ele foi-se tornando um "expert". Umas vezes vinham com o braço partido, outras amassadas ou descoladas e ele consertava-as.
“Quando estava a guardar gado, arranjava sempre um bocado de cortiça e fazia uma viola pequena. Ou um acordeão com foles em papel”.
Até ao dia em que, já reformado, se dedicou de corpo e alma ao ofício.
“Havia dois homens da Aldeia Nova que tocavam viola ,o Amílcar escutava-os e aqueles sons não se saíam da cabeça ,tomaram conta dele.. Resolveu então experimentar e então começou a construir” violas .
Foi um autodidata, “aprendeu tudo sozinho, desde o primeiro molde da viola, o tipo melhor de madeira. a de de nogueira e foi resultando ,as pessoas ouviam e viam , gostavam e começaram a fazer encomendas.
Ás tantas vieram as entrevistas, e o reconhecimento de toda a parte ,até o estrangeiro...

.
Aos 84 anos, Amílcar Martins Silva deixa-nos um grande legado, a sua arte, as suas violas e a eternidade, pois pessoas como o Amílcar não morrem, os seus méritos a sua obra permanecerão para sempre connosco.