quarta-feira, outubro 18, 2017

O QUE ESTÁ NA BASE DO CONCEITO DO FESTIVAL SETE SÓIS,SETE LUAS.

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AO LONGO DOS ULTIMOS ANOS TEMOS
VISTO ACONTECER UM INTERCAMBIO
CULTURAL MUITO VIVO ENTRE POVOS
QUE PARTILHAM O ESPAÇO COMUM
MEDITERRÂNICO.

Pessoalmente, tomei contacto com os festivais em castro Verde, onde anualmente em Setembro assisti a belíssimas edições deste evento, e que muito enriqueceram o meu conhecimento da cultura dos povos mediterrânicos.



COMO NASCE

Pela curiosidade e audácia de um grupo de estudantes da Toscana e o apoio de um escritor português nasce a experiência do Festival Sete Sóis Sete Luas.

Jovens sonhadores, com uma grande paixão pelo teatro, fundam o Gruppo Teatrale Immagini (Grupo Teatral Imagens) em 1987. Ansiosos por atravessar a fronteira italiana, em 1991, voam até ao Alentejo. Aqui apresentam vários espectáculos com muito sucesso e entram em contacto com José Saramago, convidando-o a visitar Pontedera. O escritor português não só aceita o convite, como também lhes oferece os direitos de autor em Itália do seu livro “O ano de 1993”. Em 1993 nasce o Festival Sete Sóis Sete Luas, dirigido por Marco Abbondanza desde a sua primeira edição, e começa o original e rico intercâmbio cultural entre Itália e Portugal que, ao longo dos seus 21 anos (1993-2013), já viu aderir muitos outros países: Grécia (1993), Espanha (1997), Cabo Verde (1998), França e Marrocos (2005), Israel (2006), Croácia (2008), Brasil (2009), Roménia (2012), Eslovénia e Tunísia (2013), privilegiando sempre as localidades periféricas e não os grandes centros.

UM PRESIDENTE HONORÁRIO MILITANTE E UM SÍMBOLO ILUMINISTA

José Saramago deu ao Festival SSSL os instrumentos, filosóficos e práticos, para começar esta fantástica viagem pelo Mediterrâneo e pelo mundo lusófono. O Festival inspira-se nos valores presentes na sua obra “Memorial do Convento”, cujas personagens são sonhadores de alma visionária, que vivem numa Europa medieval, oprimidos por uma intolerante e tenebrosa Inquisição. Baltazar Sete Sóis e Blimunda Sete Luas criam a “passarola”, uma máquina voadora, que é o símbolo do Festival pelo seu poder evocativo e simbólico, representando a metáfora do sonho e da liberdade utópica. O Festival serve-se da capacidade da arte, da música e da literatura de ver para além da realidade do nosso tempo.

O QUE É

•Uma Rede cultural de 30 cidades de 13 Países – Brasil, Cabo Verde, Croácia, Eslovénia, Espanha, França, Grécia, Israel, Itália, Marrocos, Portugal, Roménia e Tunísia – que privilegia relações vivas e directas com os pequenos centros e os artistas;
•Uma viagem pelo Mediterrâneo e pelo mundo lusófono: uma viagem feita de encontros. Os artistas, os operadores culturais e os espectadores participam nas acções de mobilidade internacional ;
•Um Festival que vai ao encontro das pessoas, não das praças e dos monumentos;
•Um Festival da criação musical: cada ano produz uma ou mais orquestra multicultural;
•Promotor de turismo cultural: o público pode seguir o Festival nas várias paragens da sua viagem pelo mundo lusófono e mediterrâneo;