terça-feira, setembro 25, 2007

CRÓNICA DOS SETE SÓIS EM CASTRO VERDE

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CASTRO ESTEVE QUATRO DIAS EM FESTA.


Foram 4 dias mágicos.
As ruas e os locais onde ocorreram os eventos que constituiram o programa do Festival do Mediterrânio, Sete Sóis ,Sete Luas, encheram-se de castrenses e de forasteiros.
Sempre com muita alegria e vontade de participar, animaram os workshops e oficinas de música e danças mediterrânicas no Forum Municipal, os Concertos no Cine Teatro, os espectáculos de rua, que este ano tiveram lugar no Jardim do Padrão, alindado com relva e flores , as Exposições no Café Mediterrânico (instalado na Casa Faleiro) e na Galeria Municipal, e os bailes de todos os finais de dia no Teatro Marroquino, instalado numa tenda enorme, junto à Basilica Real.

O nosso blog esteve em quase todos os eventos, e vai "poer in charónica" tudo o que viu e ouviu com imagens de apoio ao texto.

OFICINAS DE DANÇA

No Forum Municipal tiveram lugar,em todos os dias do Festival, várias sessões de ensino de vários tipos de dança,o que habilitou os participantes a executar com surprendente desembaraço os passes mais complicados nas Noites de baile na Tenda Marroquina.
Houve oficinas de danças europeias (francesas , espanholas, israelitas e inglesas)
De danças turcas


De danças da serra de Grandola e danças de Baile Cantado e Mandado.
Muito partipadas as oficinas decorreram em ambiente de muito entusiasmo e foram muitos os que quiseram aprender.
Vê-los-íamos brilhar à noite na Tenda Marroquina


Quem desconhecesse que havia havido aprendizagem prévia, ficaria de "boca aberta",surprendido, ao entrar na tenda, com o acerto e a cuidada coreografia dos entusiasmados executantes das danças coletivas em círculo.

NA TENDA DANÇARAM-SE COREOGRAFIAS DAS DANÇAS TURCAS APRENDIDAS NA OFICINA ,AO SOM DO GRUPO TURCO "GEVENDE"

CAFÉ MEDITERRÂNICO

A casa Faleiro, um dos edificios mais bonitos da Vila de Castro Verde, cedeu o seu andar térreo à organição dos Sete Sóis, para nele funcionar um Café e Exposições.


O edifcio exibe uma arquitectura muito particular, e desde que venho a Castro tenho tido muita curiosidade em conhecer por dentro, esta casa, que faz parte da memória da Vila.
Não me decepcionei, antes, a majestade que se adivinha por fóra, confirma-se ao adentrar a porta pricipal do velho casarão.
Uma escadaria hollywoodesca a ligar o hall de entrada a um primeiro andar misterioso, que permanecerá com os seus mistérios, pois não esteve este ano disponível aos curiosos visitantes.
A imensa cozinha foi transformada em Café Marroquino com mesas baixinhas redondas de latão e cobre, rodeadas de pufos e banquinhos rentes ao chão, onde se saboreava um gostoso chá de menta e hortelã, ficando o terraço atrás da casa para esplanada e petiscos.



Foi aqui que teve lugar, logo no primeiro dia, o lançamento do livro de Miguel Rego "Cidades da Agua" e pinturas de Manuel Passinhas.

EXPOSIÇÃO DE FOTOGRAFIA

No Festival tivémos duas grandes exposições de fotografia.

A mais espectacular, a que levantou injustamente alguma controvérsia, foi a do famoso fotógrafo Oliviero Toscani, a dos "Burros"


Na rua, entre a Igreja dos Remédios e o Jardim do Padrão, o espaço ficou pejado de fotografias em tamanho natural de burros fotografados em Trás-os-Montes.
Esta mostra de burros percorreu todo o País , em várias localidades com enorme êxito.

A outra mostra de fotografia teve lugar na Galeria Municipal, ali ao lado do Café Paraíso, sob a denominação de "MY JERUSALÈM"
Belissimas imagens colhidaspor Rui Tremoceiro na Cidade Santa. Conseguiu captar com mestria e muita sensibilidade o essencial da forma e do espírito de Jerusalem.

CANTARES NA RUA

Estive em quase todos os eventos que tiveram lugar ao ar livre, no Jardim do Padrão.
No Sábado ao fim da tarde, actuaram OS CARAPINHAS, e entre outas modas que cantaram, o "Manjerico na janela"esteve soberbo.


É desnecessário tecer muitas considerações sobre os miúdos, pois todos conhecem as ondas de ternura, que o seu cantar sempre suscitam, envolvendo irresistivelmente quem os escuta.Cantaram e encantaram

O Jardim do Padrão estava cheio e as palmas com que brindaram todas as actuações reflectem bem a comunhão que existe entre a população e os seus artistas de cante.

É claro que esta "fotografia" que faço da relação do público com os cantores diz respeito também às actuações, dos "CARDADORES DA SETE", que cantaram o seu fortissimo "ALENTEJO, ALENTEJO" e "VOU PARTIR PARA O CANADÁ" , e às dos GANHÕES DE CASTRO VERDE" que com um poderoso "A RIBEIRA DO SOL POSTO", deram razão àqueles que os consideram dos melhores grupos de cante alentejano, no momento.

Ainda na rua, mais pròpriamente na Rua D.Afonso I, defronte da Câmara Municipal, assisti a um dos espectáculos mais conseguidos que tenho memória.
Refiro-me à performance da Companhia do Novo Circo francês GALAPIAT.

Os seus 6 elemntos encheram o final da tarde de Domingo, de boa disposição, classe ,técnica, humôr, grande profissionalismo, estabecendo uma química muito especial com o público presente.
Num espaço exíguo, e de certo modo acidentado e dificil, praticaram as maiores patifarias malabaristicas, arrancando sonoras e saudáveis gargalhadas e muitos, muitos aplausos.


Classe pura, uma nova forma de entender o circo.

CONCERTOS NO CINE TEATRO

Todos os concertos que tiveram lugar no Cine Teatro, e foram três, levaram ao delírio quem teve o privilégio de estar presente.
Ao Concerto de sexta-feira em que actuaram as "CAMPONESAS DE CASTRO VERDE" ,os gregos do "CAFÉ AMAN" e o agrupamento multinacional "LA GIALETTA, não pude estar presente.
Pelas impressões de pessoas que lá estiveram, foi entusiasmente e muito aplaudidos os grupos.

Já o Concerto de Sábado, felizmente não falhei e em boa hora, pois assisti a uma excelente actuaão do "GRUPO DE VIOLAS CAMPANIÇAS"

Sem o Pedro Mestre, que não pôde estar presente por se encontrar no Brasil a espalhar o encanto da viola campaniça por terras mineiras,ao grupo juntou-se nesta actuação nos Sete Sóis, o virtuoso mestre MANUEL BENTO, o pai e contrutor desta viola de som único,A CAMPANIÇA.

Tocaram e cantaram com segurança as sonoridades já consagradas.

A seguir actuaram os surpreendentes "LAUTARI", italianos da Sicilia.


Levaram a sala ao delírio, houve muita gente que não se conseguiu controlar e saltou para as coxias e frente-palco dançando freneticamente entregando-se ao som envolvente do grupo italiano.

Os concertos encerraram domingo com uma apoteótica actuação do grupo francês "VAGUEMENT LA JUNGLE, uma bomba em palco que se estendeu ao público que dançou o tempo todo em pé, sim, na plateia de pé...


Para o ano cá estaremos de novo.
Uma saudação especial aos organizadores do evento , foi muito bom