segunda-feira, outubro 27, 2008

ENCONTRO DE DESPIQUE E BALDÃO NA FEIRA DE CASTRO 2008

.
O Cante a despique e baldão faz parte da cultura alentejana,e desde há 20 anos para cá,é mesmo um marco, uma referência, no programa da Feira de Castro.
Tornou-se impensável prescindir do "Despique e Baldão" na Feira de Castro.

Graças `"Cortiçol" ,e à iniciativa e carolice do José Francisco Colaço Guerreiro, desde os finais do anos oitenta, que uns quantos cantadores, representando a "planície" e a "serra", os chamados "campaniços" e os "serrenhos", se reunem e se sentam à volta de uma mesa, e depois de degustarem e beberem, da boa comida e da boa pinga alentejanas, ao som da viola campaniça ,iniciam um duelo cantado,com versos repentistas enquadrados em estritas regras métricas mandatórias.

O local da "refrega" tem vindo a mudar conforme a procura que tem vindo a ter.
De inicio e durante alguns anos realizou-se na taberna do João das Cabeças, local tipicamente perfeito em termos ideais, contudo, a afluência de pessoas curiosas foi crescendo de ano para ano, e tornou-se impossivel continuar a utilizar aquele local, pois a maioria das pessoas já iam ficando na rua, e na "sala" ,o som com o ruído e o eco das vozes tornava inaudíveis as palavras,perdia-se o efeito do espectáculo.

Depois passou a realizar-se numa tenda montada no jardim infantil (da antiga casa da família Alegre) e ultimamente no Restaurante Solposto.
Este ano a Organização escolheu o Forum Municipal para o efeito ,numa feliz decisão, pois pareceu-me a solução ideal.
Maior contacto com as pessoas, melhor visibilidade, melhor luz, melhor som.
De aplaudir.


cantadores à mesa

Pela Cortiçol, abriu o Encontro deste ano, num breve improviso, o verdadeiro responsável pela inclusão deste evento na programação-tipo da Feira de Castro,ao longo destes anos, o José Francisco Colaço Guerreiro, que chamou a atenção para o grande significado que tem o Baldão na cultura popular do Baixo Alentejo, e no privilégio que todos temos , em podermos vêr e escutar ao vivo estes interpretes de poesia repentista, que com este encadear de palavras não voltará nunca a ser repetido.


Todos os anos, nestes encontros da Feira de Castro, o grupo de cantadores ,votam no nome de um deles, e o mais votado é homenageado no Encontro do ano seguinte.
Cumprindo a tradição, no ano passado, os cantadores votaram o nome de Francisco Colaço, mais conhecido por Chico do Moinho.


Foi ele, pois, que foi homenageado na noite de sábado do Encontro deste ano.
Paulo Nascimento, vereador da Cultura da Câmara de Castro fez o elogio público e a entrega da prenda da praxe.


cantadores em acção

Depois, bem, depois, as violas campaniças soaram ,e os cantadores soltaram as suas vozes, e o cante a despique e depois o baldão encheram a sala, e fez-se música.

A MARIANA DA ESTAÇÃO, UMA LENDA VIVA DO BALDÃO ,CANTANDO

As imagens e fotos falam por si.