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ENCONTRO DE VIOLAS
PEDRO MESTRE
E CHICO LOBO
O nosso blog foi assistir ao Concerto "Encontro de Violas" de Pedro Mestre e Chico Lobo, integrado nas "4ªs.à noite" de Aljustrel, e num plano mais abrangente,como primeira apresentação dos artistas duma, digressão que iniciaram em Portugal e que terá continuação em terras brasileiras ,em Minas Gerais.
O show teve lugar no magnifico anfiteatro da Piscinas de Aljustrel, sobranceiro à Vila.
O ESPECTÁCULO ACONTECEU NO ANFITEATRO DAS PISCINAS DE ALJUSTREL
Como desconhecia o local`do evento, passei por lá de tarde em missão de reconhecimento, e em boa hora o fiz.
Tive oportunidade de conhecer pessoalmente o Chico Lobo e rever o Pedro Mestre pois em relaçã a ele ,já tinha tido esse privilégio .
Foi um "papo gostoso", falou-me da grande afinidade que havia descoberto com o povo alentejano, muito parecido com o da sua região do Brasil - o povo mineiro, e também, e principalmente, com o Pedro Mestre a quem reconheceu grande valôr e proximidade: "-Já não somos apenas dois músicos, mas dois amigos, dois irmãos"
Fiquei muito agradado de saber que o Chico Lobo já conhece, e acede ,ao nosso blog, que descobriu por intermédio do Pedro.
Tive ainda a oportunidade de enaltecer o grande trabalho que tem vindo a desenvolver o Pedro Mestre em prol do Cante ,(nas escolas) ,do baldão e da viola campaniça.
A noite estava fria e ventosa, o que poderia ter desmobilizado as pessoas.
Tal não sucedeu, pois, logo de inicio, os dois, o Pedro e o Chico, estabeleceram com a plateia um diálogo tão vibrante, tão intimo,, feito de música e palavras, que logo o clima aqueceu.
BOA NOITE A TODOS
Chico Lobo congratulou-se por estar a actuar para Aljustrel, onde, lembrou, ter passado alguns dias a gravar o CD "Encontro de violas", aproveitando para agradecer sensibilizado a hospitalizado da vila e do seu povo.
Chico Lobo assinalou ainda a grande semelhança que, surpresa para ele, encontrou no som das melodias e nas letras das modas alentejanas com as das mineiras, dando como exemplo as chamadas "folias de reis" em Minas, e as "Orações das Almas" ,ou "Janeiras" que se cantam em Dezembro e Janeiro no nosso Alentejo.
O Chico quis então lembrar a primeira moda alentejana que ouviu o Pedro cantar, e que tanto o emocionaram:
"VENHO DA ILHA DE VIDRO, DA PRAIA DOS DIMANTES...."
À medida que a noite ia avançando, a música ia fluindo, as palavras iam-nos aproximando, e a aderência das pessoas ia aumentando.
O Pedro e o Chico iam alternando e juntando os seus sons, e este às tantas contou que um dia, já no Brasil, depois de ter estado no Alentejo na tournée do ano passado, e ouvido muitos grupos de cante, se atreveu a criar uma moda alentejana. Chamou o Pedro, mostrou o esboço, e este depois de ouvir logo disse: "Aí tem mais que um cheirinho a Alentejo".
Logo os dois trabalharam música e letra e saíu:
MORENA DO ALENTEJO
Outro momento alto surgiu quando o Pedro Mestre executou na sua campaniça um fantástico sólo - o chamado "toque de despique", que lhe foi ensinado pelo Mestre Manuel Bento.
Chico Lobo "respondeu" também com um não menos brilhante sólo na sua caipira - o toque do agreste, belo de arrepiar.
Temas como "Ao passar na barranquinha, pus o pé na terra alheia, "Menina que estás à janela", "juriti", minha viola é juriti madrugadeira", foram preenchendo a noite que veio a terminar em glória, com a Celina da Piedade e o seu acordeon, a juntar-se aos dois no palco e a perfumar o ar da noite com a sua voz de doce timbre:
"Eu fui perguntar à noite
se os olhos do meu amôr
brilham mais que a luz da Lua
Eu fui perguntar ao dia
se o doirado dos trigais
brilham mais que a luz do sol"
..DEPOIS.JUNTOU-SE~LJES CELINA PIEDADE..
No finalzinho, a convite dos três, a plateia saltou para o palco a dançar :
E HOUVE INVASÃO DE PISTA AO SOM DE "VAI DO CENTRO AO CENTRO"