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FEIRA DE CASTRO SEM VIOLAS
CAMPANIÇAS, DESPIQUE E
BALDÃO, NÃO TERIA A MESMA
GRAÇA.
Este ano, a Feira de Castro voltou a ter o Encontro de tocadores de viola campaniça e cantadores de despique e baldão, e como sempre organizado pela Associação Cortiçol e com o apoio da Câmara Municipal de Castro Verde.
O cante ao desafio, ou ao despique, que noutros tempos era cantado de forma expontânea na Feira,acontece há já alguns anos num encontro anual de cantadores de despique e baldão, integrado na programação da Feira organizado pela Cortiçol, apresentado por José Guerreiro.
Este Encontro é de grande significado ,como forma de manter viva a tradição tão alentejana, de juntar à volta de uma mesa cantadores poetas populares repentistas, campaniços (da planície) e serrenhos, que após um longo e demorado jantar de convivio, com boa dieta alentejana, onde a açorda , o cozido de grão, o ensopado de borrego são obrigatórios,regados com vinho alentejano de boa cepa, iniciam ,ao som da viola campaniça ,primeiro o cante ao despique, depois o de baldão.
O microfone passa de mão em mão, no sentido contrário aos ponteiros do relógio, com os cantadores a criarem no momento as cantigas, e mediante rígidas regras de construção poética, as letras das estrofes que cantam ,e que confrontam as dos companheiros de mesa.
Este ano, foi decidido, a pedido dos cantadores, que o Encontro se realizasse numa taberna, que na circunstância, foi a antiga taberna do Bravo, hoje de propriedade da Associação dos Caçadores das Sesmarias, na rua de Santa Bárbara em Castro Verde.
Como se lembram , foi na Taberna de João das Cabeças que se iniciou e por largos anos, este encontro por altura da Feira.
Como o espaço é reduzido, foi decidido utilizar ,primeiramente ,uma tenda no antigo parque infantil, depois no Restaurante Solposto e nos ultimos 3 anos no Forum Municipal.
Estes locais eram mais espaçosos, havia melhors condições para quem ia assistir , contudo, o ruído persistente das conversas particulares, incomodava e prejudicava sobremaneira o acto criativo da construção repentina dos versos dos cantadores.
E foram eles, os próprios interessados, os cantadores, afinal ,aqueles que celebravam o encontro anual, que pediram que se lhe devolvesse a paz duma sala de taberna ,onde se sentem em casa e com condições de concentração para poderem criar.
E foi isso que o José Guerreiro explicou num momento da sua intervenção:
Para quem vai ouvir, se calhar ,as condições não são as melhores, mas há que respeitar aqueles a quem se dirige o espirito do encontro - os cantadores.
Foi dos melhores Encontros a que assisti, pela qualidade dos cantadores, pelo som, pelo ambiente de tradição.
E foi assim que José Guerreiro se dirigiu à sala, dando inicio ao Encontro:
Todos os anos, durante o jantar, os cantadores presentes ,escolhem através do voto, um dos seus para ser homenageado no Encontro do no seguinte.
No ano passado o escolhido foi LEONEL DAS PERRARIAS
AQUI A AGRADECER A HONRARIA
Dunrante o jantar deste ano, escolheram para ser homenageado na edição do ano que vêm. -2012, o cantador ZÉ GUERREIRO.
ZÉ GUERREIRO , o ESCOLHIDO PARA SER HOMENAGRADO NO PRÓXIMO ANO, EM PLENA ACÇÃO
Vou deixar agora que possam ver e ouvir um pouco das intervenções dos contadores, começando por mostrar uma declamação inicial de um poema pelo poeta popular Chico Horta, que depois inerviria ,na sua vez, como cantador de despique e baldão:
E pela noite dentro foram cantando
Pedro Mestre que durante anos foi apenas tocador nos Encontros
este ano também cantou despique e baldão juntando à acutilância tipica desta forma de cantar a sua excelente voz .
Foi uma bela noite onde a tradição saiu vencedora, espero que volte a ser neste local a proxima edição