quinta-feira, novembro 10, 2011

escritores alentejanos - JOSÉ DA SILVA PICÃO

.
JOSÉ DAS SILVA PICÃO. FOI
UM ILUSTRE ESCRITOR ALEN-
TEJANO, DE SANTA EULÁLIA
QUE O NOSSO BLOGUE HOJE
RECORDA


José da Silva Picão' (Santa Eulália, 10 de Março de 1859 - 18 de Maio de 1922) foi um escritor, etnógrafo e agricultor português. Era filho de Maria Francisca da Silva Lobão Tello e de Francisco de Assis Bastos Picão.

Obra

Autodidacta, começou precocemente a ler autores como Victor Hugo, Eça de Queiroz e Camilo Castelo-Branco; também lia textos e estudos científicos de agricultura, pesca e sobre o Alentejo.

Foi um espírito arguto e esclarecido. Fruto do meio em que nasceu e sem preparação literária erudita, escreveu sobre a sua terra e a sua gente.

Dedicava-se a descrever os costumes e as tradições do povo de Santa Eulália. Colaborou no periódico O Elvense, com o pseudónimo de João Chaparro e publicou alguns artigos na Portugália, revista de Ricardo Sereno, subordinados ao título “Etnografia do Alto Alentejo (concelho de Elvas)”. Em 1903 editou a obra Através dos Campos - Usos e costumes agrícolo-alentejanos (concelho de Elvas) a expensas do bibliófilo António José Torres de Carvalho.

Através dos Campos



Através dos Campos - Usos e costumes agrícolo-alentejanos é considerada a obra-prima do escritor. É um estudo etnográfico que aborda o concelho de Elvas. Tanto pela agressividade da escrita, como pelo rigor da descrição, esta obra foi durante muitas décadas alvo de estudo, principalmente no meio académico agrícola.


Tambem escreveu uma novela regionalista intitulada "A Caminho da Cegonha" em 1894, que conta a história da aldeia de Santa Eulália e como esta era martirizada pela falta de água,que dificilmente se adquiria em poços ou em escassos mananciais, de onde era tirada por meio de um chocalho. Esta é uma pequena obra-prima da literatura regional, pelo valor do estilo, acerto no emprego do vocabulário e rigor descritivo. Foi pela primeira vez publicada num pequeno opúsculo intitulado O Elvense de 1894. Em 1940 publicou-se uma nova edição desta novela regionalista

José da Silva Picão faleceu em 1922, deixando incompleta a sua obra, de que, ainda assim seu editor, Torres de Carvalho, conseguiu formar dois volumes: o primeiro em 1903 e o segundo em 1905; ao todo nove capítulos.

Em 1943 fez-se uma segunda edição a cabo de José Nunes Tierno da Silva, que juntou os dois volumes num só. Mais recentemente, em 1983, a editora Publicações Dom Quixote reeditou a obra pela terceira vez, também num único volume.