quarta-feira, novembro 30, 2011

OS MACEIRÕES

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QUEM SE LEMBRA DOS MACEIRÕES?
O QUE ERAM E PARA QUE EXISTIAM
CONTA-NOS O NOSSO AMIGO VICENTE
GUERREIRO NUM TEXTO PARA O
NOSSO BLOGUE.



Os maceirões eram feitos em madeira, de forma retangular e mediam cerca de 2 a 3 mts.Eram cheios de àgua, normalmente àgua do poço, porque nessa altura na vila de Castro não havia àgua canalizada.Para consumo caseiro, e para beber a àgua vinda dos poços, espalhados pelos arredores da vila, trazido à cabeça(normalmente trazido pelas mulheres) que seguravam a enfusa(palavra árabe) com a ajuda da chamada rodilha, uma rodela feita de pano e em forma circular e cheia de trapos por dentro, para almofadar . Os maceirões estavam disseminados pela vila, a maioria à entrada e à saída .O que mais me vem à memória, é um que havia no largoda feira, num sítio estratégico, aonde passavam muitos muares a caminho dos trabalhos agrícolas, todos eles empregues na lavoura, ou para transporte de
alfaias utilizadas pelos ganhões ou almocreves. Havia-os também junto aos
poços,como por exemplo, aquele poço que ainda existe junto à discoteca,junto
ao poço da condessa, ao poço cavaco, às bicas, estes são os que
me lembro, mas em quase todos os poços haviam maceirões.Quanto ao maceirão
que havia no largo da feira, mais ou menos localizado onde hoje mora o
Virgílio Lagartinho, era um regalo para os moços desse tempo, andarem a
patinar,sem patins, bem entendido, mas de pés descalços em cima do gelo.Por
esse tempo,em fins da década de 40 princípios da década de 50 do século
passado, as temperaturas desciam aos 5 graus negativos, de tal maneira que a
moçada andavam de pés descalços em cima do gelo que tinha mais ou menos a
espessura de 5 ou 6 milimetros.O campo pela manhã era coberto por um manto
branco, que até parecia neve e todos os regatos e ribeiros estavam
congelados e das particulas de orvalho que a noite trazia, pareciam
autênticos estalactites pendurados dos telhados.

VICENTE GUERREIRO