os nossos poetas

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"RECORDAR É VIVER"
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A desassete de Novembro de mil novecentos e quarenta e sete
havia grande fervôr
chegava a Vigem a Fátima
resplandescente no seu andor.
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Com os meus oito aninhos
andava numa euforia
ia vestida de anjinho
para os pés da Virgem Maria
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Eram os velhos e novos
o povo ninguém engana
a Virgem vinha chegando
à altura da Serrana.
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Como recordar é viver
eu recordo esse dia
vem chegamdo à Serrana
diz "Tótó" com alegria
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"Tótó" diminuitivo de António
era assim que era tratado
um primo muito querido
por nós todos muito amado
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A Vila estava branquinha
toda ela engalanada
para receber a visita
que há muito era esperada
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Com as minhas asas brancas
como pomba a esvoaçar
perdi o meu lencinho branco
não pôde as lágrimas secar
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Até posso parecer tola
do passado estar a falar
está na minha memória
o que gosto de recordar
.
Os anos já se passaram
continuo a recordar
dos tempo que já passaram
e não tornam a voltar
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Cinquenta e quatro anos
muitos anos na idade
já vou estando vèlhinha
tudo recordo com "saudade"
.
Poema de
MARIA BARBARA CONTREIRAS APOLÓNIA