"O PRANTO DE MARIA PARDA"

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ONTEM À NOITE NO CINETEATRO DE
CASTRO VERDE,MARIA DO CEU GUERRA
TROUXE-NOS A SUA MARIA PARDA

Foi uma noite mágica, para quem teve o privilégio de ter assistido.
A peça de Gil Vicente, ganha com a interpretação desta grande "performer" uma dimensão que não escapa à plateia.
Um monólogo longo, como é o de Maria Parda, que até nem foi escrito para ser representado, mas sim lido, como viriamos a saber,é um desafio enorme para qualquer actriz.



Maria do Ceu Guerra, dá outra vida ao texto, com alguns detalhes pessoais, tornando-o com a sua muito particular e sensivel forma de representar , prender o espectador às suas palavras, uma por uma, até à ultima, sem quebra de atenção.



Atrás de mim ,na plateia, estavam duas meninas de tenra idade,que à partida, seriam improváveis espectadoras deste tipo de espectáculo. Então não é que ,para espanto meu, beberam com frenesim as palavras e os gestos da actriz, repetiram as frases que mais as tocaram, os esgares que viam no palco, e sobretudo riram e vibraram com o espectáculo. Elas não mais se irão esquecer da noite de ontem no Cineteatro de Castro.

No final, Maria do Ceu Guerra, sentou-se na boca de cena, e conversou com os

espectadores sobre a peça, o contexto em que foi escrita, sobre Gil Vicente, a respondendo a questões postas pela plateia, a razão da sua paixão pelo papel de Maria Parda.


Castro Verde ficou mais rica, depois de ontem à noite.