quinta-feira, dezembro 30, 2004

OS MINISTROS DA RIBEIRA DO SADO

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"É lá no Feijó à das primas
...e o Zé Arsénio toca acordeon..."
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ARRANJO DO ZÉ ARSÉNIO
do poema da Canção
AS MENINAS DA RIBEIRA DO SADO.
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OS MINISTROS DA RIBEIRA DO SADO.

Estrá-lá....bomba
e o governo vai ao ar
cai no chão fica todo queimado
não há quem governe mais mal
que os ministros da Ribeira do Sado.
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Os ministros da Ribeira do Sado é que é...
tratam das Finanças
com as unhas dos pés
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Foi num dia bem chalado
o Sampaio chamou o Santana
e disse-lhe está tudo acabado
vai-te embora...meu sacana
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Vai-te embora meu sacana
que já não és capaz
vai-te embora ó Santana
vai-te embora Santanás.
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Vai para a rua vai pr.á rua
que esta casa não é tua

sexta-feira, dezembro 24, 2004

LETRAS DE MODAS ALENTEJANAS

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ALENTEJO ÉS NOSSA TERRA
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Quando o melro assobia
Escondido no silvado
Quer de noite, quer de dia
É tão lindo o seu trinado.
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Alentejo, que és nossa terra
Ai quem nos dera lá estarmos agora!
Para a mocidade,
Com saudade,
De ouvir cantar, como ouvia outrora!.
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Terra bela, tão desejada,
Casas singelas de branco caiadas,
Eu nunca esqueço,
Que fostes meu berço,
Lindo cantinho desta Pátria amada!.
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Quando eu não tinha
Desejava ter
Uma hora no dia
Meu bem p’ra te ver
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.MOREANES É MEU POVO

Os corações também choram
Eu ainda não sabia
Ontem à noite acordei eu
Ao pranto que o meu fazia.
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Moreanes és meu povo
A minha aldeia é Santana
És das terras mais porreiras
Pra cantar à alentejana
Todos cantam lindamente
Desde o mais velho ao mais novo
A minha aldeia é Santana
Moreanes és meu povo.
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Anda cá se tu queres água
Os meus olhos t’a darão
É pouca mas é clara
Nascida do coração
Moreanes és meu povo
A minha aldeia é Santana

quarta-feira, dezembro 08, 2004

O CANTO DO CANTE

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O CANTO DO CANTE

JOSÉ FRANCISCO COLAÇO GUERREIRO .
Importa ter consciência

Quem nasceu neste território, lidou desde sempre com modas, com cante e com grupos corais. Crescemos a ouvi-los, amadurecemos na sua companhia e por serem de nós tão próximos, não nos apercebemos da sua decadência paulatina, do seu envelhecimento progressivo e porque se banalizou tanto o seu existir nunca nos preocupámos com o seu futuro.
Poucos perderam horas de sono a pensar nesta realidade e menos se deixaram afectar com um amanhã, que está quase aí, quando e onde o cante seja já um resto de memórias agarradas numa qualquer gravação antiga que escutamos ou na raridade de uma interpretação esporádica a que assistimos, vinda de fora e de longe.
Entrados que somos num processo incontrolável de esvaziamento de alentos e de paixão, importa ter ao menos a consciência de que o cante é o nosso património mais valioso, um elemento aglutinador das espiritualidades alentejanas, uma verdadeira argamassa que nos liga a todos e cada um de nós, a um imaginário sócio cultural colectivo e, por essa via, se constituiu como um verdadeiro farol da nossa identidade.
Mas o cante como expressão viva da nossa cultura, está em plena degradação, minguando de dia para dia o número dos seus intérpretes, esvaziando-se de força e de energia, já que os seus actuais baluartes que são em exclusivo – os Grupos Corais , há pelo menos três décadas que vêm envelhecendo sem que tenham logrado conseguir gerar dentro de si mesmos uma dinâmica de renovação.

Temos de ser realistas

Face a este cenário, temos de ser realistas e não podemos tapar a cabeça com a manta!
Muito embora gostemos de nos animarmos a nós próprios, negando sistematicamente o que é mais do que evidente, envergonhados ou sem coragem para acreditar num fim à vista, é forçoso que olhemos séria e conscientemente para o futuro, lutando para arredarmos da nossa frente o fatalismo de vermos os Grupos caírem, um a um, como as folhas das árvores caem desamparadas no Outono.
A nossa capacidade de acomodação às circunstâncias é grande e por isso ainda vamos aguentando, apesar de tudo, o actual panorama sem grande sofrimento.
Mas se fizermos um esforço de concentração e nos distanciarmos, recuando no tempo, todos concluiremos que eram incomparavelmente diferentes há trinta anos atrás, no visual, na força, na garra e na própria interpretação, qualquer um dos Corais que ainda temos.
O cante de hoje, na óptica da dinâmica dos seus interpretes, é pois, uma sombra daquilo que já foi.

A quantidade é uma ilusão

Por isso, é ilusório fazermos as contas ao número de Grupos inventariados e concluirmos que ainda rondam a centena.
Na sua grande maioria, esses mesmos Grupos estão abalados, têm poucos elementos, falta-lhes estrutura, não têm organização, não têm iniciativa, têm pouca voz, em suma, arrastam-se agarrados ao bordão da vontade de não desistirem.
Por outro lado, os grupos corais infantis que alguns anos atrás surgiram como uma esperança de ressurgimento do cante, pouco a pouco foram sucumbindo e deles quase nada resta.
Paralelamente, os grupos corais femininos que nos últimos anos vieram dar um novo ímpeto ao nosso movimento coral, reduzem-se quase todos à valia das iniciativas em si mesmas e subsistem escorados na força de vontade de meia dúzia de mulheres que teimam em não baixar os braços nem calar a sua voz.

É alarmante

Perante este quadro, temos de rotular como alarmante o estado actual do Cante Alentejano e consequentemente, como eminente, a perda irreparável da fatia mais preciosa da nossa memória colectiva.
E não se trata de falso alarme o que aqui dizemos, nem muito menos, poderá ser uma visão pessimista da nossa realidade.
É antes, a real constatação de um estado de debilidade provocada por um somatório de factores negativos e adversos que empurraram para um beco quase sem saída o nosso movimento coral, pensando no modo como sempre o perspectivámos e idealizámos.
Nunca sonhámos com um Alentejo cantado por três ou quatro afamados Grupos Corais.
Sempre nos batemos pela vulgarização do gosto pelo cante de modo a que a organização, o surgimento e a manutenção de grupos corais em vilas e aldeias fizesse parte e fosse a expressão natural e saudável do nosso estar colectivo.
Mas o silêncio vai-se impondo e em sua antecipação começa a medrar o mal estar, motivado pelo desconforto que resulta da incapacidade de se cantar como sempre por cá se fez.
Uma semana vêm poucos ao ensaio e não se canta.
Na outra semana por uma razão qualquer não se ensaia.
Na outra semana discute-se e não há ensaio.
Menos, cada dia aparecem menos homens e mulheres a formar.
Grande parte dos Grupos não acaba só por falta de coragem de se lhes ditar a morte efectiva, mas a tristeza senta-se todos os dias ao lado dos cantadores e desfila com eles nas arruadas, até que chegue a altura do homem da chave deixar de ir abrir a porta e as vozes dispersarem e logo a seguir emudecerem.

O cante está abandonado à sua má sorte

Se chegámos a este estado, se perdemos a alegria de cantar, se nos faltam as forças para cadenciar no presente, a culpa reside no estado de abandono a que foi votado o cante.
Dada a sua génese rural, o seu futuro tenderia a ser difícil, numa sociedade cada vez mais urbana e onde, por razões de ordem sócio- cultural se rejeitam os estigmas ligados a situações de pobreza, de sofrimento e até de algum aviltamento vividos pelas gerações antes da nossa.
Mas após a ruptura política verificada em setenta e quatro, todos podíamos e devíamos ter crescido, do ponto de vista intelectual, pelo menos o bastante para dissociarmos o cante do trabalho duro e a moda da pobreza.
Podíamos e devíamos ter assumido o cante como nosso, repositório de memórias, coração de um peito grande que é a nossa cultura.
Mas assim não foi.
Os políticos da esquerda aproveitaram-se e os de direita demarcaram-se dos Grupos. Mas, nem uns nem outros, inscreveram o cante na prioridade das suas preocupações.
Distribuíram as côdeas que até já vão negando, às bocas pouco exigentes dos corais.O miolo do bolo foi e continua a ser distribuído por outros folclores, com outros artistas, com mais gabarito e de maior rentabilidade nas estatísticas eleitorais.
Isto do cante, é coisa de gente pobre que não é esquisita nem reivindicativa. Se saírem de vez em quando, a passear e bebendo uns copos, não precisam de mais . E o cante, propriamente dito …que graça tem aquilo?
Por isso, os serviços sócio-culturais das Câmaras e os seus vereadores e os seus assessores, nunca perderam muito tempo idealizando soluções para retirar dos braços da morte, há muito tempo anunciada, os corais dos seus concelhos.
Relvaram-se campos de futebol, fizeram-se parques desportivos, alinhavaram-se dezenas de planos de actividade, organizam-se milhentas semanas culturais com orçamentos pesados, mas para o cante faltou sempre a vontade de intervir de molde a proporcionar aos Grupos os meios e os afectos de que eles careciam para viver.

Talvez já seja tarde

Perante este cenário, só a MODA- Associação do Cante Alentejano, poderá desenvolver iniciativas e continuar a apostar e a acreditar no futuro dos Grupos Corais.
Talvez já seja tarde, mas é sempre ocasião de recusar a aceitação deste estado moribundo em que o cante mergulhou.
Deve a MODA multiplicar-se em contactos com os corais, abraçando e acalentando as energias ainda disponíveis, incentivando as vontades ainda de pé, motivando os intérpretes mais arredios, imprimindo organização e qualidade a quantos existem.
Deve também a MODA projectar-se de mil modos, em busca de protagonismo, para que a sua voz possa ser ouvida e respeitada.
Tem de ganhar o estatuto de parceiro cultural, alicerçando o seu poder reivindicativo na valia do cante e, em especial, no espectro dramático daquilo que seria o Alentejo sem os seus cantares, trazendo para o seu seio todos quantos sentem e vivem esta terra na plenitude dos seus valores e como tal recusam admitir tal eventualidade.
Cabe à MODA a ultima esperança de podermos estancar uma sangria velha que conduziu os nossos Grupos a um estado de debilidade já insuportável por mais tempo.
Paralelamente, impõe-se que todos os que ainda sentem a chama da cultura mãe a cerrarem fileiras em torno da defesa intransigente do nosso património mais valioso, mas também em perigo de ruína maior .

domingo, dezembro 05, 2004

sábio chinês

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Um sujeito estava colocando flores no túmulo de um parente, quando vê um chinês colocando um prato de arroz na lápide ao lado.
Ele vira-se para o chinês e pergunta:
- Desculpe, mas o senhor acha mesmo que o defunto virá comer o arroz?
E o chinês responde:
- Sim, quando o seu vier cheirar as flores!!!

sexta-feira, dezembro 03, 2004

QUE FAZER à Lei da Rendas, à das SCUTS, à da Segurança Social, à Central de Comunicações Estatal

...
AGORA QUE O GOVERNO SANTANA LOPES CAÍU...

A NAU CATRINETA,última versão

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Lá vem a Nau Catrineta
Que tem muito que contar
São Paulo Portas à Proa
Santanás a comandar
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Ouvi agora senhores
uma história de pasmar
D. Bagão conta o pilim
D. Morais trata das velas
D. Guedes limpa com VIM
tachos pratos e panelas
D. Pereira na enfermaria
conta pensos e emplastros
E o D. António Mexia
põe vaselina nos mastros
.
Razando o Cabo Espichel
eram três da madrugada
armou-se um bruto granel
num canto junto à amurada
.
Mas o que é que motivara
toda aquela confusão?
O que fôra que gerara
gritaria até mais não?
.
O calafate-arquiteto
que ordenara proibir
passar por baixo de um teto
que ameaçava ruir
.
Era o teto da passagem
de um corredor estreitinho
usado p'la marinhagem
para encurtr o caminho
que desde o convés levava
bem ao fundo do porão
vejam o transtorno que dava
fechá-lo do pé para a mão!
.
..."Ide chamar D. Mexia...
-vociferava a horda irada -
...queremos esta porcaria
quanto antes arranjada!"
.
.."Quanto antes? Ora essa!
que pescam disto vocês?
fazendo bem e depressa
no mínimo demora um mês!"
.
..."Que ninguém tente passar
se houver quem desobedeça
está sujeito a levar
com o teto na cabeça!"
.
"...A culpa de tal estado
foi do nosso Capitão
que ali no salão ao lado
fez um buraco no chão
quando uma certa vez
teve uma ideia bué estranha:
ligar o salão Marquês
com a saleta Saldanha...
.
...Ao desatar à mocada
no duro chão de carvalho
a vibração provocada
fez este belo trabalho!...
.
...Não escutou o engenheiro
tal a sua obsessão
e foi mais um sapateiro
a querer tocar rabecão!...
.
...Aqui o vosso parceiro
só vê uma solução:
usar a sala Areeiro
que tem escada p'ró porão!"
.
Após nova gritaria
e apupos a Santanás
eis que surge D. Mexia
e o capitão logo atrás
.
"...Ora vamos lá a saber
o que se passa afinal!
falai que quero entender
a causa do cagaçal!...
.
...Triste sina a que me segue
"encosto" um bocado e záz!
Já um homem não consegue
dormir uma sesta em paz?...
.
Mais uma vez vos pergunto:
Qual é então a razão
qual o motivo, o assunto
>>de mais esta confusão?"
.
"...D. Santanás, Senhor Nosso
-exclama um na molhada -
a razão deste alvoroço
é que a malta está lixada!
.
O que vos deu, capitão?
p'ra sacardes da marreta
e fazer um buracão
no chão da Nau Catrineta?
.
O que fosteis arranjar!
Vós só fazeis é cagada!
agora temos que dar
volta e meia na amurada!"
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...Se fossem inteligentes
conseguiam alcançar
mas como são uns dementes
lá vou ter que explicar!
.
Representas os canalhas
agitador comunista?
Pensarás que és o Carvalhas
ou o Louçã Bloquista?
.
Sabede que antes de El-Rei
fazer de mim Capitão
nos sítios onde passei
em tudo o que puz a mão
No Sporting, na Figueira,
na Câmara da Capital
arranjei sempre maneira
de deixar o meu sinal
.
Se prestassem atenção
seus marujinhos da treta
achariam a razão
porque agarrei na marreta
é a sina que eu abraço
p'ra lá de outras desgraças
meter tudo onde passo
num buraco do caraças!

quinta-feira, dezembro 02, 2004

QUE SIRVA DE VACINA

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Santana ultrapassou o "máximo de Peter". Revelou finalmente a sua falta de arcaboiço político, intelectual e humano.

A sua "superficialidade", as suas limitações técnicas e incapacidade de coordenação, conseguiu resistir vinte e tal anos sem se revelasse em toda a sua crueza. Não foi por acaso que foi dos poucos (muito poucos) candidatos ao mestrado que chumbaram . Quem se candidata a "mestre" , em qualquer Faculdade, é por príncipio bom aluno, que prepara a sua "tese" com muito estudo, muito trabalho, e muito conhecimento. Santana apresentou-se na área de Direito Constitucional perante um juri presidido pelo insigne Prof. Jorge Miranda , e no dia da discussão , face à sua fragilidade de conhecimentos foi reprovado. No dia seguinte veio para os jornais afirmar que tinha sido um "chumbo político".
A sua falta de capacidade foi notória, já na Câmara de Lisboa, mas atingiu o zénite, nesta sua desastrada passagem por Primeiro Ministro.
Nunca num só Governo havia coexistido tanta mediocridade, sendo que , a solução encontrada por Jorge Sampaio há 4 meses, acabou por ser ajustada, pois assim, ficámos todos a saber o que não queremos. Foi uma espécie de vacina, que espero seja suficiente para que os próximos tempos, não voltemos a ter uma epidemia tão dolorosa, e que tantas sequelas vai deixar.
Disse isso desde o primeiro minuto, após ouvir a decisão do Presidente da Republica, em Julho últomo. Afirmei então, que o PSD deveria continuar por mais algum tempo a fazer as asneiras que vinha fazendo, com o Santana Lopes seria ainda pior, pois tal serviria como vacina em futuras eleições.
A falência do Portugal SA do Durão, que desenhou um país à imagem duma empresa, no qual nós cidadãos, um dia, correríamos o risco de ser despedidos...!!!,teve esta adenda exemplar. Tomara que tenhamos todos aprendido