.
AS MONDADEIRAS CONTANDO «voltar
Quantas papoilas se avistam
Além naqueles trigais
Tantas como beijos deram
Mondadeiras e zagais
As mondadeiras contando
Suas penas, seus amores,
Não cantam, estão rezando
Num altar cheio de flores
Num altar cheio de flores,
Cada uma é um desejo,
Os Anjinhos são pastores
A capela, o Alentejo
Searas, verdes searas,
Mondadas com tanto gosto
São verdes na Primavera,
Doiradas no mês de Agosto
BLOGUE que canta, escreve e mostra o Alentejo. Nasceu entre alentejanos da região de Castro Verde e Almodôvar . MADRINHA DE HONRA DO BLOGUE: TIA MARIA BÁRBARA MARQUES
segunda-feira, outubro 30, 2006
quarta-feira, outubro 25, 2006
cozinha alentejana
.
Migas com Carne à Alentejana
para 4 pessoas
Composição :
3 colher (sopa) massa de pimentão (i)
150 gr toucinho fumado (i)
250 gr carne de porco (i)
500 gr entrecosto
4 dente(s) alho (i)
800 gr pão de trigo
Corte o entrecosto e a carne de porco, de vépera, em cubos e tempere com alho esmagado e a massa de pimentão. No dia seguinte frite o toucinho com as carnes numa caçarola (de preferência que seja de barro). Adicione 1/2 copo de água para não queimar. Retire a carne e coe a gordura que ficou (o pingo). Corte o pão às fatias para dentro da caçarola e regue com água a ferver. Bata bem até que o pão se desfaça. Junte a gordura que guardou, o pingo, e continue a bater. Leve de novo ao lume e vá mexendo até que a massa obtenha uma crosta fina e dourada. As migas estarão prontas. Sirva numa travessa em monte com as carnes por cima, quentinhas.
Migas com Carne à Alentejana
para 4 pessoas
Composição :
3 colher (sopa) massa de pimentão (i)
150 gr toucinho fumado (i)
250 gr carne de porco (i)
500 gr entrecosto
4 dente(s) alho (i)
800 gr pão de trigo
Corte o entrecosto e a carne de porco, de vépera, em cubos e tempere com alho esmagado e a massa de pimentão. No dia seguinte frite o toucinho com as carnes numa caçarola (de preferência que seja de barro). Adicione 1/2 copo de água para não queimar. Retire a carne e coe a gordura que ficou (o pingo). Corte o pão às fatias para dentro da caçarola e regue com água a ferver. Bata bem até que o pão se desfaça. Junte a gordura que guardou, o pingo, e continue a bater. Leve de novo ao lume e vá mexendo até que a massa obtenha uma crosta fina e dourada. As migas estarão prontas. Sirva numa travessa em monte com as carnes por cima, quentinhas.
terça-feira, outubro 24, 2006
sábado, outubro 21, 2006
FEIRA DE CASTRO 2006
.
Mais uma FEIRA DE CASTRO, mais uma demonstração de grande vitalidade das gentes da Vila.
Grande animação e uma programação à altura.
Na tarde de Sábado tivémos o tradicional desfile de grupos de cante, com concentração na Praça do Municipio
Concentração: 15.30 hs:
Desfile: Praça Município, Rua Afonso I, Prc. Republica, Prc.Liberdade.
Grupos Participantes que desfilaram:
“Ganhões” de Castro Verde,
“As Papoilas” de Corvo(Castro Verde)
“Os Cardadores” da Sete(Castro Verde)
Os Amigos do Barreiro,
“Os Camponeses” de Vale de Vargo(Serpa)
Grupo Coral de Ourique,
Grupo Coral das Paivas(Seixal)
“Os Ceifeiros” de Cuba,
Grupo Coral da Amadora,
Grupo Coral de Reguengos de Monsaraz.
Antes, pelas 11 horas houve No Forum Municipal um colóquio debate subordinado ao tema:
: A Tradição-violas campaniças e canto `
às vozes com
Intervenções da Prof.Salwa Castel-Branco
Dr.António Medeiros
Dr.Francisco Ramos
Mais tarde
No Restaurante Pôr-do-Sol aconteceu o que é quanto a nós o ex-libris da Feira o BALDÂO:
- 6 Tocadores de Viola Campaniça,
- 30 Cantadores de Despique e Baldão.
com homenagem ao cantador, Augusto Inácio, “Barradinhas”.
Mais uma FEIRA DE CASTRO, mais uma demonstração de grande vitalidade das gentes da Vila.
Grande animação e uma programação à altura.
Na tarde de Sábado tivémos o tradicional desfile de grupos de cante, com concentração na Praça do Municipio
Concentração: 15.30 hs:
Desfile: Praça Município, Rua Afonso I, Prc. Republica, Prc.Liberdade.
Grupos Participantes que desfilaram:
“Ganhões” de Castro Verde,
“As Papoilas” de Corvo(Castro Verde)
“Os Cardadores” da Sete(Castro Verde)
Os Amigos do Barreiro,
“Os Camponeses” de Vale de Vargo(Serpa)
Grupo Coral de Ourique,
Grupo Coral das Paivas(Seixal)
“Os Ceifeiros” de Cuba,
Grupo Coral da Amadora,
Grupo Coral de Reguengos de Monsaraz.
Antes, pelas 11 horas houve No Forum Municipal um colóquio debate subordinado ao tema:
: A Tradição-violas campaniças e canto `
às vozes com
Intervenções da Prof.Salwa Castel-Branco
Dr.António Medeiros
Dr.Francisco Ramos
Mais tarde
No Restaurante Pôr-do-Sol aconteceu o que é quanto a nós o ex-libris da Feira o BALDÂO:
- 6 Tocadores de Viola Campaniça,
- 30 Cantadores de Despique e Baldão.
com homenagem ao cantador, Augusto Inácio, “Barradinhas”.
ESTÁTUA "PLANICIE ALENTEJANA"
.
O nosso BLOG esteve presente à nauguração da estátua "planície alentejana" oferecida À Vila de Castro Verde pelo artista plástico LANCIOTTO PULIDORI.
A cerimónia teve lugar em Setembro, integrada no Festival dos Sete Sois.
O nosso BLOG esteve presente à nauguração da estátua "planície alentejana" oferecida À Vila de Castro Verde pelo artista plástico LANCIOTTO PULIDORI.
A cerimónia teve lugar em Setembro, integrada no Festival dos Sete Sois.
quarta-feira, outubro 18, 2006
preliminares
,
Mohammed chega à sua nova escola.
- Como é que te chamas? " pergunta a professora.
- Mohammed " responde o puto.
- Aqui estamos em Portugal, não há cá Mohammeds. Daqui para a frente chamas-te Manuel" afirma a professora.
À tarde Mohammed volta a casa. " Correu-te bem o dia Mohammed ? " pergunta
a mãe.
- Já não me chamo Mohammed, mas sim Manuel, porque agora vivo em Portugal.
- Ah, tu tens vergonha do teu nome, renegas os teus pais! " A mãe fica danada e enfia-lhe uma galheta bem aviada. Seguidamente chama o pai e põe-o ao corrente da situação. Mohammed oferece a outra face e leva mais uma galheta.
No dia seguinte quando chega de manhã à escola, a professora reparando nas
marcas dos dedos na cara do míudo, pergunta: " O que é que te aconteceu Manelinho? " .
- Bem professora, ainda não tinham passado duas horas que eu era português e fui logo agredido por dois árabes"
Mohammed chega à sua nova escola.
- Como é que te chamas? " pergunta a professora.
- Mohammed " responde o puto.
- Aqui estamos em Portugal, não há cá Mohammeds. Daqui para a frente chamas-te Manuel" afirma a professora.
À tarde Mohammed volta a casa. " Correu-te bem o dia Mohammed ? " pergunta
a mãe.
- Já não me chamo Mohammed, mas sim Manuel, porque agora vivo em Portugal.
- Ah, tu tens vergonha do teu nome, renegas os teus pais! " A mãe fica danada e enfia-lhe uma galheta bem aviada. Seguidamente chama o pai e põe-o ao corrente da situação. Mohammed oferece a outra face e leva mais uma galheta.
No dia seguinte quando chega de manhã à escola, a professora reparando nas
marcas dos dedos na cara do míudo, pergunta: " O que é que te aconteceu Manelinho? " .
- Bem professora, ainda não tinham passado duas horas que eu era português e fui logo agredido por dois árabes"
sexta-feira, outubro 13, 2006
CRÓNICA DOS SETE SÓIS ,SETE LUAS
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A "CASA DAS PRIMAS", esteve uma vez mais presente no Planície do Mediterrâneo, Festival Sete Sóis ,Sete luas, que decorreu entre 7 e 10 deste mês de Setembro em Castro Verde.
TENDA ARMADA JUNTO À IGREJA DAS CHAGAS, ONDE SE SERVIA CHÁ DE MARROCOS
Foi um êxito tremendo, e ao escrever em cima do acontecimento (estamos no ultimo dia do Festival) faço-o a quente, fascinado pelo espírito vencedor que se vive em Castro.
Participei em quase todos os eventos e atesto a qualidade, quer da organização, quer do ritmo do certame , quer das performances dos artistas presentes.
Os workshops de danças orientais e mediterrânicas ministradas pelas especialistas e que decorreram no esplêndido Forum Municipal,prepararam dezenas de participantes anónimos, da vila e forasteiros desejosos de participar e aprender,para os bailes de Danças de Tradição que tiveram lugar ao fim das noites de sexta e sábado, numa Tenda montada no Parque Infantil, animados pelos grupos AL DRIÇA E AMANIDA FOLK .
WORKSHOP DE DANÇAS ORIENTAIS NO FORUM DE CASTRO
Foi exaltante assistir aos movimentos sincronizados de dezenas de jovens de todas as idades, dançando em círculo: tarantelas, chapeloises, mazurcas, chotiças, polcas e marchas, como se estivessem habituados a fazê-lo desde sempre.
Movimentos de grande beleza e surpreendente acerto coreográfico, para quem, apenas tinha aprendido alguns minutos na tarde do dia.
Nas noites de sexta, sábado e domingo realizaram-se 3 grandes concertos no Cine Teatro Municipal.
Dificil é assinalar qual o melhor.
Na sexta, as Camponesas de Castro Verde abriram com uma actuação impecável, ao seu melhor nível. Já só restam duas dos elementos originais do grupo, mas a qualidade atingiu elevado padrão. Muito aplaudidas.
Espantosa actuação do Grupo MEMORIA ANDALUZI, com o guitarrista espanhol José Luiz Rodriguez e o português MARCO REIS a levarem a sala ao delírio ,com o virtuosismo dos seus solos de guitarra.,
O bailarino andaluz GALVAN com um sapateado furioso cheio de alma e entrega ,suscitaram a participação entusiasta de uma assistência rendida.
Com eles, brilharam também os marroquinos Nour Eddine e o o bandolim virtuoso de Hassan.
No final, quando as pessoas ainda quentes do espectáculo chegaram à rua, foram surpreendidas por um grupo de animação local, que tocando acordeon, viola e tambores, convidaram a segui~los, levando todos ao baile (de que atrás demos conta) do Parque Infantil.
O Concerto de Sábado atingiu igualmente grande nível, com o Grupo de Violas Campaniças a abrir as hostilidades e a arrancar os primeiros e quentes aplausos.
NOUR EDDINE , que já havia actuado na véspera, voltou, agora já só com o seu Grupo de músicos, impressionou pela potência da sua voz, e pela envolvência dos sons da sua percussão.
Mas foi o grupo dos ACQUARAGIA DROM,ciganos italianos de Campobasso, Molisse, que mais agarrou a sala.
Entrada espectacular de um dos seus elementos mais divertidos (na foto o da esquerda) a arrancar os primeiros tímidos aplausos dum público ainda não identificado com o grupo .
-"Não esteve mau", agradeceu encolhendo os ombros, "mas as palmas podiam ter sido mais fortes", repreendeu.
-"Os meus colegas que vão já entrar de seguida, gostariam de certeza de ouvir aplausos mais fortes , mais entusiastas". (risos da assistência)
-"Então, vou-lhes pedir um favôr, quando eles entrarem, vão todos bater palmas com mais força para eles ficaram contentes"
A sala explodiu em plausos e gritos à entrada dos restantes membros do grupo...!!!
E a loucura do grupo prosseguiu noite dentro com os sons da música cigana e os dichotes e ironias inenarráveis do divertido apresentador.
Já no ultimo dia decorreu no Forum um workshop de Cante de modas alentejanas muito concorrido, dirigida pelo Pedro Mestre e grupo das violas campaniças.
Cantou-se , aprendeu-se, viveu-se mais ujma saborosa tarde de convívio em clima de festa bem alentejana.
Eis uma das modas aprendidas:
oh minha bela menina
Moda:
(ponto)
Oh minha bela menina
A nossa capela cheira
(coro e alto)
Cheira a cravo,cheira a rosas,
A flôr de laranjeira
(ponto)
A flôr de laranjeira
Ao raminho de alecrim
(coro e alto)
Ó minha bela menina
O nosso amor não tem fim
(ponto)
O nosso amor não tem fim
O nosso amor fim não tem
(coro e alto)
Ó minha bela menina
A capela cheira bem
Cantiga
(ponto)
Ó minha mãe minha mãe
Ó minha mãe minha amada (BIS)
(coro e alto cantam o BIS)
Quem tem uma mãe tem tudo
Quem não tem mãe não tem nada
A "CASA DAS PRIMAS", esteve uma vez mais presente no Planície do Mediterrâneo, Festival Sete Sóis ,Sete luas, que decorreu entre 7 e 10 deste mês de Setembro em Castro Verde.
TENDA ARMADA JUNTO À IGREJA DAS CHAGAS, ONDE SE SERVIA CHÁ DE MARROCOS
Foi um êxito tremendo, e ao escrever em cima do acontecimento (estamos no ultimo dia do Festival) faço-o a quente, fascinado pelo espírito vencedor que se vive em Castro.
Participei em quase todos os eventos e atesto a qualidade, quer da organização, quer do ritmo do certame , quer das performances dos artistas presentes.
Os workshops de danças orientais e mediterrânicas ministradas pelas especialistas e que decorreram no esplêndido Forum Municipal,prepararam dezenas de participantes anónimos, da vila e forasteiros desejosos de participar e aprender,para os bailes de Danças de Tradição que tiveram lugar ao fim das noites de sexta e sábado, numa Tenda montada no Parque Infantil, animados pelos grupos AL DRIÇA E AMANIDA FOLK .
WORKSHOP DE DANÇAS ORIENTAIS NO FORUM DE CASTRO
Foi exaltante assistir aos movimentos sincronizados de dezenas de jovens de todas as idades, dançando em círculo: tarantelas, chapeloises, mazurcas, chotiças, polcas e marchas, como se estivessem habituados a fazê-lo desde sempre.
Movimentos de grande beleza e surpreendente acerto coreográfico, para quem, apenas tinha aprendido alguns minutos na tarde do dia.
Nas noites de sexta, sábado e domingo realizaram-se 3 grandes concertos no Cine Teatro Municipal.
Dificil é assinalar qual o melhor.
Na sexta, as Camponesas de Castro Verde abriram com uma actuação impecável, ao seu melhor nível. Já só restam duas dos elementos originais do grupo, mas a qualidade atingiu elevado padrão. Muito aplaudidas.
Espantosa actuação do Grupo MEMORIA ANDALUZI, com o guitarrista espanhol José Luiz Rodriguez e o português MARCO REIS a levarem a sala ao delírio ,com o virtuosismo dos seus solos de guitarra.,
O bailarino andaluz GALVAN com um sapateado furioso cheio de alma e entrega ,suscitaram a participação entusiasta de uma assistência rendida.
Com eles, brilharam também os marroquinos Nour Eddine e o o bandolim virtuoso de Hassan.
No final, quando as pessoas ainda quentes do espectáculo chegaram à rua, foram surpreendidas por um grupo de animação local, que tocando acordeon, viola e tambores, convidaram a segui~los, levando todos ao baile (de que atrás demos conta) do Parque Infantil.
O Concerto de Sábado atingiu igualmente grande nível, com o Grupo de Violas Campaniças a abrir as hostilidades e a arrancar os primeiros e quentes aplausos.
NOUR EDDINE , que já havia actuado na véspera, voltou, agora já só com o seu Grupo de músicos, impressionou pela potência da sua voz, e pela envolvência dos sons da sua percussão.
Mas foi o grupo dos ACQUARAGIA DROM,ciganos italianos de Campobasso, Molisse, que mais agarrou a sala.
Entrada espectacular de um dos seus elementos mais divertidos (na foto o da esquerda) a arrancar os primeiros tímidos aplausos dum público ainda não identificado com o grupo .
-"Não esteve mau", agradeceu encolhendo os ombros, "mas as palmas podiam ter sido mais fortes", repreendeu.
-"Os meus colegas que vão já entrar de seguida, gostariam de certeza de ouvir aplausos mais fortes , mais entusiastas". (risos da assistência)
-"Então, vou-lhes pedir um favôr, quando eles entrarem, vão todos bater palmas com mais força para eles ficaram contentes"
A sala explodiu em plausos e gritos à entrada dos restantes membros do grupo...!!!
E a loucura do grupo prosseguiu noite dentro com os sons da música cigana e os dichotes e ironias inenarráveis do divertido apresentador.
Já no ultimo dia decorreu no Forum um workshop de Cante de modas alentejanas muito concorrido, dirigida pelo Pedro Mestre e grupo das violas campaniças.
Cantou-se , aprendeu-se, viveu-se mais ujma saborosa tarde de convívio em clima de festa bem alentejana.
Eis uma das modas aprendidas:
oh minha bela menina
Moda:
(ponto)
Oh minha bela menina
A nossa capela cheira
(coro e alto)
Cheira a cravo,cheira a rosas,
A flôr de laranjeira
(ponto)
A flôr de laranjeira
Ao raminho de alecrim
(coro e alto)
Ó minha bela menina
O nosso amor não tem fim
(ponto)
O nosso amor não tem fim
O nosso amor fim não tem
(coro e alto)
Ó minha bela menina
A capela cheira bem
Cantiga
(ponto)
Ó minha mãe minha mãe
Ó minha mãe minha amada (BIS)
(coro e alto cantam o BIS)
Quem tem uma mãe tem tudo
Quem não tem mãe não tem nada
quinta-feira, outubro 12, 2006
MARIANA MARIA e o BALDÃO
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Já aqui falámos do Baldão, das suas origens, da sua linguagem e regras, e da sua importância cultural.
OS CANTADORES À VOLTA DA MESA CANTAM O BALDÃO
A primeira vez que assisti ao vivo uma sessão de baldão, foi na Feira de Castro Verde,quando ainda se cantava na Taberna do João das Cabeças.
Fiquei logo seduzido pelo ambiente mágico que se respeira à volta da mesa dos cantadores,pela tensão positiva que se estabelece no despique entre serrenhos e campaniços, entre a serra e a planície, pelos temas e pelo humôr agri-doce do encadear das palavras.
Espantei-me desde logo pela forte presença da única cantadeira presente, pela sua desenvoltura, segurança da sua voz, pelo carisma que revelava, pelo respeito que atraía.
Falo da Mariana Maria, figura incontornável do Baldão.
Mariana, nascida em 1933 no Monte do Atravessado, a 3 km de Ourique,é filha de Eusébio,uma voz afamada para o cante,para o baldão e que ela acompanhava desde pequena, onde quer que ele fosse cantar o baldão:
"Uma vez estava o João do Encalho tocando guitarra, e estava o meu pai e mais uns quantos cantando ao despique. Gostei tanto que pedi ao Mestre João se podia cantar uma cantiga"..disse a Mariana à Revista Tempo Livre (2005)
O Baldão terá surgido nos finais do sec.XIX no Concelho de Odemira, na divisa com o Algarve, na Aldeia das Amoreiras e no Corte Malhão:
"Os cantadores juntavam-se na barraca do Balsinha as noites inteiras"
Mariana começou a trabalhar nas mondas pelos 12 anos, e aí, a cantar com as colegas com quem mondava.
Trabalhou depois nas instalações da CP de diversas terras, desde a Funcheira, ao Entroncamento, Beja ,Serpa, Carregueiro e Feijó, antes de se estabelecer na Estação de Ourique.
E continuou a animar os serões de baldão sempre que cantadores se juntavam À volta de uma mesa para cantar.
No Baldão, basta que o 1º. e 2º.verso da estrofe rimem, isto é, o 1º.e o 2º. versos da primeira estrofe - que os cantadores designam por "volta" rimem com o 3º.e o 4º. da 3º.estrofe. Assim:
Eu vou-m'a vêr se consigo
fazer parte da brincadeira
Eu vou-me a vêr se consigo
fazer parte da brincadeira
A festa da Senhora da Cola
até já parece uma feira
A festa da Senhora da Cola
até já parece uma feira
Tenho ali o meu compadre
meu conhado e meu amigo
Fazer parte da bricadeira
eu vou-me a ver se consigo
Mariana é uma excepção, pois enquanto outras cantadeiras, cantam em casa, não tendo o hábito de cantar baldão com os homens, ela deixa tudo para trás, até as doenças, é incansável e tem uma disponibilidade total para estar presente nesta coisa do baldão.
Já aqui falámos do Baldão, das suas origens, da sua linguagem e regras, e da sua importância cultural.
OS CANTADORES À VOLTA DA MESA CANTAM O BALDÃO
A primeira vez que assisti ao vivo uma sessão de baldão, foi na Feira de Castro Verde,quando ainda se cantava na Taberna do João das Cabeças.
Fiquei logo seduzido pelo ambiente mágico que se respeira à volta da mesa dos cantadores,pela tensão positiva que se estabelece no despique entre serrenhos e campaniços, entre a serra e a planície, pelos temas e pelo humôr agri-doce do encadear das palavras.
Espantei-me desde logo pela forte presença da única cantadeira presente, pela sua desenvoltura, segurança da sua voz, pelo carisma que revelava, pelo respeito que atraía.
Falo da Mariana Maria, figura incontornável do Baldão.
Mariana, nascida em 1933 no Monte do Atravessado, a 3 km de Ourique,é filha de Eusébio,uma voz afamada para o cante,para o baldão e que ela acompanhava desde pequena, onde quer que ele fosse cantar o baldão:
"Uma vez estava o João do Encalho tocando guitarra, e estava o meu pai e mais uns quantos cantando ao despique. Gostei tanto que pedi ao Mestre João se podia cantar uma cantiga"..disse a Mariana à Revista Tempo Livre (2005)
O Baldão terá surgido nos finais do sec.XIX no Concelho de Odemira, na divisa com o Algarve, na Aldeia das Amoreiras e no Corte Malhão:
"Os cantadores juntavam-se na barraca do Balsinha as noites inteiras"
Mariana começou a trabalhar nas mondas pelos 12 anos, e aí, a cantar com as colegas com quem mondava.
Trabalhou depois nas instalações da CP de diversas terras, desde a Funcheira, ao Entroncamento, Beja ,Serpa, Carregueiro e Feijó, antes de se estabelecer na Estação de Ourique.
E continuou a animar os serões de baldão sempre que cantadores se juntavam À volta de uma mesa para cantar.
No Baldão, basta que o 1º. e 2º.verso da estrofe rimem, isto é, o 1º.e o 2º. versos da primeira estrofe - que os cantadores designam por "volta" rimem com o 3º.e o 4º. da 3º.estrofe. Assim:
Eu vou-m'a vêr se consigo
fazer parte da brincadeira
Eu vou-me a vêr se consigo
fazer parte da brincadeira
A festa da Senhora da Cola
até já parece uma feira
A festa da Senhora da Cola
até já parece uma feira
Tenho ali o meu compadre
meu conhado e meu amigo
Fazer parte da bricadeira
eu vou-me a ver se consigo
Mariana é uma excepção, pois enquanto outras cantadeiras, cantam em casa, não tendo o hábito de cantar baldão com os homens, ela deixa tudo para trás, até as doenças, é incansável e tem uma disponibilidade total para estar presente nesta coisa do baldão.
quarta-feira, outubro 11, 2006
A FEIRA DE CASTRO, livro de José Penedo de Castro
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ESTE É UM LIVRO SOBRE A FEIRA DE CASTRO, que encontrámos na net, anunciado em espanhol...
A FEIRA
José Penedo de Castro
LA FERIA DE CASTRO / DE TODAS LAS FERIAS / DE TODAS LAS PALABRAS / DE TODOS LOS SIGNOS / DE TODOS LOS SÍMBOLOS / DE TODOS LOS ÍCONOS / DE TODOS LOS ÍNDICES / DE TODOS LOS INDICIOS...
LA FERIA de CASTRO, o FERIA de Castro Verde, una luminosa villa perdida en la inmensidad de Alentejo, en Portugal, pequeño país que sin embargo es la cabeza de Europa, según las palabras de poetas como Camões y Pessoa, es probablemente la imagen de todas las FERIAS, convertidas, en este siglo XXI, en grandes centros comerciales y foros donde las personas buscan TODO y no encuentran NADA.
De este autor, poeta y escritor podemos esperar cualquier sorpresa. Dice de sí mismo que es autor porque está convencido de que es un creador cuando desafía a los otros a crear sus propias cosas; poeta porque intenta, con un uniVERSO de palabras, rimar sin rima y hasta sin métrica, para que los otros creen su propia Poesía, y escritor porque escribe, no por vender libros, mas para que los otros escriban sus propios libros y no precisen de ellos para nada...
Bajo el nombre de José d’A MAR, otro de los múltiples deNÓMIOS [entidad diferente, la del otro, ángel o demonio, o musa, pero no la que inspira, sino la que escribe o habla… y no es UNO sino muchos… Uno para cada poema…] de José Rabaça Gaspar, el poeta publicó en esta misma casa editorial su primer libro, A MAR, sólo para decir que vivimos en el PLANETA MAR, que EL MAR es AMAR... y que todas las vidas, como todos los ríos, corren hacia LA MAR... Más tarde vio la luz pública A ILHA, A ILHA DO PESSEGUEIRO, una pequeña ISLA insignificante que ahora no es otra cosa que un santuario de gaviotas, pero que está llena de LEYENDAS y sortilegios, erigiéndose en la imagen de todos los continentes y Tierras que no pasan de pequeñas ISLAS en la inmensidad del Planeta MAR...
Ahora, con el deNÓMIO de José Penedo de Castro, el Gitano que Recorre las Ferias, nos presenta una FERIA, la FERIA de CASTRO VERDE, que simboliza otras FERIAS, otros lugares de Compra y Venta, de Encuentros y desEncuentros... de Engaños e Ilusiones..., donde las palabras surgen en forma de una catarata alucinante para crear las imágenes que cada lector va a reCrear a su manera, o a largar como un palabrerío inútil y disparatado frente a los nuevos Centros de Convivio, de Comercio, de Compra y Venta, de Encuentros y desEncuentros... de Engaños e Ilusiones...
Es así la FERIA... Son así las FERIAS... Es así el MUNDO de Guerras y Sensacionalismos que aparece todos los días en los medios de comunicación... Es así la VIDA... Esta FERIA, a la que precedieron otras tantas FERIAS, anuncia todas las FERIAS que están por venir...
En este libro se ha procurado brindar algunos datos históricos y de creaciones ancestrales relacionados con las ferias, como el Calendario do VILÃO..., la TECELAGEM..., todo lo referente al trabajo basado en LINO y LANA, ¡cosas del pasado! que lo más probable es que guarden pocas similitudes con las del presente.
En fin, ¡no es para tomárselo en serio! Son sólo cosas de los poetas malditos.
FRAGMENTO:
...
a feira de castro
como as outras feiras
é o grande circo
das gentes que correm
da gente dos montes
gente das cidades
em busca de tudo
em busca de nada
- venho só p'ra ver!
- atão e não compra
nada desta vez?...
em busca de tudo
em busca de nada
atrás de ilusões
de fios de lã
fios de algodão
do que já não há
e havia dantes...
algodão açúcar
mantas cobertores
casacos capotes
cultura, culturas
botas e sapatos
chinelos tamancas
tudo artesanal
ou então moderno
de tela de plástico...
qualquer ferramenta
de há tanto urgente
agora encontrada
agora inventada
parece um milagre
de tão procurada
p'ra tanto conserto
- parece um concerto! -
p'ra tanta demão
remédio p'ra tudo
uma solução
já tão procurada
e ali à mão
- aqui tem, meu povo
ideal solução...
nada é mais barato
nada de mais inútil!!!
perdão enganei-me!
nada é mais preciso
e pronto a servir
para o que precisa...
não custa dois mil
nem mil e quinhentos
a nota de mil
dá para levar
dois. e paga (só) um.
é assim, meu povo
não há que enganar
nem aqui estamos
p'ra enganar ninguém.
é aproveitar
sempre mais barato
aqui do que lá...
são duas ali
p'r'aquelas senhoras
outra para além
para aquele senhor...
aquele cavalheiro
desculpe o senhor!...
e aqui também
p'r'aquela menina...
é sempre a aviar...
chega-me essa manta
chega-me essa caixa
e essa toalha
esse guarda-chuva
moderno automático
e esse também
dos tempos antigos
de bengala grossa
tamanho de gente
que alberga todos
tapa chuva e sol
como uma cabana
de todas as cores...
chega-me também
esse cobertor
os atoalhados
essas mantas quentes
p'rá noite e p'ró dia
e esses conjuntos
de lençóis flanela
de pano e de linho
que dá p'r'aquecer
encontros de sonho
a dois no quentinho
aconchegadinhos!
próprio para pares
que vão dormir juntos
noites sem dormir...
...tudo vem da fábrica
para as mãos do povo
Ah! mulher dum raio
homem duma cana
no me deixes mal...
nu dás c'o imbrulho
e o freguês espera
Ai! que já nu prestas
nu te quero mais
troco-te na feira
por quem me der mais
por dois rapazolas
por duas moçoilas
há'í mais de cem
sem quem os console
e lhes diga: amém.
- escuta, meu povo:
nu me dá co'a caixa
aberta ó fechada...
ah! home dum raio,
nu te quero mais...
oh mulher danada
troco-te na feira!...
nu se vão embora
ora oiçam cá...
é tudo p'ró povo
só p'ró vosso bem.
nem o presidente
e nem o governo
tratam bem de vós
como nós tratamos!
Vinde a nós meu povo!
QUEM É JOSÉ PENEDO DE CASTRO
...José RABAÇA GASPAR – usando 1001 deNÓMIOS (neologismo inventado pelo autor, em referência a anjos ou demónios que inspiram o poeta) em diversas obras, como nesta: Herminia Herminii… e alguns outros, en e-libro.net já publicou outras obras com outros deNÓMIOS:
– José d’A MAR, (A MAR, A ILHA).
– José Penedo de Castro (A FEIRA).
– José Penedo (A COBRA).
– José Penedo de Serpa (A SERPE).
– José Penedo de Moura (A MOURA).
– José da Serra do Vale do Zêzere (ALFÁTIMA).
– Herminia Herminii (NOMINALIA).
– Viriato dos Hermínios (O PASTOR).
– Hermes do Zézere (MANTEIGAS)
– José Rabaça Gaspar (coord.), Cremilde Brito e José Fialho, Manuel de Sousa Aleixo (GRITOS NA SOLIDÃO. Décimas de Inocêncio de Brito. Poeta popular de S. Matias
Nasceu na Serra da Estrela, Manteigas (1938), estudou no Fundão e na Guarda.
Exerceu a sua actividade, desde 1961 em várias localidades da Serra da Estrela.
Frequentou a Academia Militar, em Lisboa, antes de cumprir o Serviço Militar em Moçambique - Metanguala, Lunho, Maúa e Nampula, (4 anos - 2 anos em cooperação) tendo passado algum tempo em Angola - Luanda e Benguela.
Frequentou depois, em Paris, um Curso intensivo no INODOEP, com Paulo Freire, e esteve, 4 anos, nos Serviços de Apoio aos Emigrantes Portugueses na Alemanha onde frequentou Cursos de Alemão e leccionou Português.
Em 1975, trabalhou nas Cooperativas Agrícolas como trabalhador agrícola, na Alfabetização e Animação Cultural tendo ingressado no ensino Oficial em 1976.
Leccionou em várias localidades mais de 20, procurando levar os alunos a aprender o melhor da Língua e da Literatura Portuguesa, a partir das suas raízes culturais.
Com mais de 20.000 páginas de Recolhas e Textos dispersos por mais de 200 obras alguma das quais podem ser consultadas em http://www.joraga.net - um ESPAÇO na NET - aminhaTEIAnaREDE… desde 09.2002.
ESTE É UM LIVRO SOBRE A FEIRA DE CASTRO, que encontrámos na net, anunciado em espanhol...
A FEIRA
José Penedo de Castro
LA FERIA DE CASTRO / DE TODAS LAS FERIAS / DE TODAS LAS PALABRAS / DE TODOS LOS SIGNOS / DE TODOS LOS SÍMBOLOS / DE TODOS LOS ÍCONOS / DE TODOS LOS ÍNDICES / DE TODOS LOS INDICIOS...
LA FERIA de CASTRO, o FERIA de Castro Verde, una luminosa villa perdida en la inmensidad de Alentejo, en Portugal, pequeño país que sin embargo es la cabeza de Europa, según las palabras de poetas como Camões y Pessoa, es probablemente la imagen de todas las FERIAS, convertidas, en este siglo XXI, en grandes centros comerciales y foros donde las personas buscan TODO y no encuentran NADA.
De este autor, poeta y escritor podemos esperar cualquier sorpresa. Dice de sí mismo que es autor porque está convencido de que es un creador cuando desafía a los otros a crear sus propias cosas; poeta porque intenta, con un uniVERSO de palabras, rimar sin rima y hasta sin métrica, para que los otros creen su propia Poesía, y escritor porque escribe, no por vender libros, mas para que los otros escriban sus propios libros y no precisen de ellos para nada...
Bajo el nombre de José d’A MAR, otro de los múltiples deNÓMIOS [entidad diferente, la del otro, ángel o demonio, o musa, pero no la que inspira, sino la que escribe o habla… y no es UNO sino muchos… Uno para cada poema…] de José Rabaça Gaspar, el poeta publicó en esta misma casa editorial su primer libro, A MAR, sólo para decir que vivimos en el PLANETA MAR, que EL MAR es AMAR... y que todas las vidas, como todos los ríos, corren hacia LA MAR... Más tarde vio la luz pública A ILHA, A ILHA DO PESSEGUEIRO, una pequeña ISLA insignificante que ahora no es otra cosa que un santuario de gaviotas, pero que está llena de LEYENDAS y sortilegios, erigiéndose en la imagen de todos los continentes y Tierras que no pasan de pequeñas ISLAS en la inmensidad del Planeta MAR...
Ahora, con el deNÓMIO de José Penedo de Castro, el Gitano que Recorre las Ferias, nos presenta una FERIA, la FERIA de CASTRO VERDE, que simboliza otras FERIAS, otros lugares de Compra y Venta, de Encuentros y desEncuentros... de Engaños e Ilusiones..., donde las palabras surgen en forma de una catarata alucinante para crear las imágenes que cada lector va a reCrear a su manera, o a largar como un palabrerío inútil y disparatado frente a los nuevos Centros de Convivio, de Comercio, de Compra y Venta, de Encuentros y desEncuentros... de Engaños e Ilusiones...
Es así la FERIA... Son así las FERIAS... Es así el MUNDO de Guerras y Sensacionalismos que aparece todos los días en los medios de comunicación... Es así la VIDA... Esta FERIA, a la que precedieron otras tantas FERIAS, anuncia todas las FERIAS que están por venir...
En este libro se ha procurado brindar algunos datos históricos y de creaciones ancestrales relacionados con las ferias, como el Calendario do VILÃO..., la TECELAGEM..., todo lo referente al trabajo basado en LINO y LANA, ¡cosas del pasado! que lo más probable es que guarden pocas similitudes con las del presente.
En fin, ¡no es para tomárselo en serio! Son sólo cosas de los poetas malditos.
FRAGMENTO:
...
a feira de castro
como as outras feiras
é o grande circo
das gentes que correm
da gente dos montes
gente das cidades
em busca de tudo
em busca de nada
- venho só p'ra ver!
- atão e não compra
nada desta vez?...
em busca de tudo
em busca de nada
atrás de ilusões
de fios de lã
fios de algodão
do que já não há
e havia dantes...
algodão açúcar
mantas cobertores
casacos capotes
cultura, culturas
botas e sapatos
chinelos tamancas
tudo artesanal
ou então moderno
de tela de plástico...
qualquer ferramenta
de há tanto urgente
agora encontrada
agora inventada
parece um milagre
de tão procurada
p'ra tanto conserto
- parece um concerto! -
p'ra tanta demão
remédio p'ra tudo
uma solução
já tão procurada
e ali à mão
- aqui tem, meu povo
ideal solução...
nada é mais barato
nada de mais inútil!!!
perdão enganei-me!
nada é mais preciso
e pronto a servir
para o que precisa...
não custa dois mil
nem mil e quinhentos
a nota de mil
dá para levar
dois. e paga (só) um.
é assim, meu povo
não há que enganar
nem aqui estamos
p'ra enganar ninguém.
é aproveitar
sempre mais barato
aqui do que lá...
são duas ali
p'r'aquelas senhoras
outra para além
para aquele senhor...
aquele cavalheiro
desculpe o senhor!...
e aqui também
p'r'aquela menina...
é sempre a aviar...
chega-me essa manta
chega-me essa caixa
e essa toalha
esse guarda-chuva
moderno automático
e esse também
dos tempos antigos
de bengala grossa
tamanho de gente
que alberga todos
tapa chuva e sol
como uma cabana
de todas as cores...
chega-me também
esse cobertor
os atoalhados
essas mantas quentes
p'rá noite e p'ró dia
e esses conjuntos
de lençóis flanela
de pano e de linho
que dá p'r'aquecer
encontros de sonho
a dois no quentinho
aconchegadinhos!
próprio para pares
que vão dormir juntos
noites sem dormir...
...tudo vem da fábrica
para as mãos do povo
Ah! mulher dum raio
homem duma cana
no me deixes mal...
nu dás c'o imbrulho
e o freguês espera
Ai! que já nu prestas
nu te quero mais
troco-te na feira
por quem me der mais
por dois rapazolas
por duas moçoilas
há'í mais de cem
sem quem os console
e lhes diga: amém.
- escuta, meu povo:
nu me dá co'a caixa
aberta ó fechada...
ah! home dum raio,
nu te quero mais...
oh mulher danada
troco-te na feira!...
nu se vão embora
ora oiçam cá...
é tudo p'ró povo
só p'ró vosso bem.
nem o presidente
e nem o governo
tratam bem de vós
como nós tratamos!
Vinde a nós meu povo!
QUEM É JOSÉ PENEDO DE CASTRO
...José RABAÇA GASPAR – usando 1001 deNÓMIOS (neologismo inventado pelo autor, em referência a anjos ou demónios que inspiram o poeta) em diversas obras, como nesta: Herminia Herminii… e alguns outros, en e-libro.net já publicou outras obras com outros deNÓMIOS:
– José d’A MAR, (A MAR, A ILHA).
– José Penedo de Castro (A FEIRA).
– José Penedo (A COBRA).
– José Penedo de Serpa (A SERPE).
– José Penedo de Moura (A MOURA).
– José da Serra do Vale do Zêzere (ALFÁTIMA).
– Herminia Herminii (NOMINALIA).
– Viriato dos Hermínios (O PASTOR).
– Hermes do Zézere (MANTEIGAS)
– José Rabaça Gaspar (coord.), Cremilde Brito e José Fialho, Manuel de Sousa Aleixo (GRITOS NA SOLIDÃO. Décimas de Inocêncio de Brito. Poeta popular de S. Matias
Nasceu na Serra da Estrela, Manteigas (1938), estudou no Fundão e na Guarda.
Exerceu a sua actividade, desde 1961 em várias localidades da Serra da Estrela.
Frequentou a Academia Militar, em Lisboa, antes de cumprir o Serviço Militar em Moçambique - Metanguala, Lunho, Maúa e Nampula, (4 anos - 2 anos em cooperação) tendo passado algum tempo em Angola - Luanda e Benguela.
Frequentou depois, em Paris, um Curso intensivo no INODOEP, com Paulo Freire, e esteve, 4 anos, nos Serviços de Apoio aos Emigrantes Portugueses na Alemanha onde frequentou Cursos de Alemão e leccionou Português.
Em 1975, trabalhou nas Cooperativas Agrícolas como trabalhador agrícola, na Alfabetização e Animação Cultural tendo ingressado no ensino Oficial em 1976.
Leccionou em várias localidades mais de 20, procurando levar os alunos a aprender o melhor da Língua e da Literatura Portuguesa, a partir das suas raízes culturais.
Com mais de 20.000 páginas de Recolhas e Textos dispersos por mais de 200 obras alguma das quais podem ser consultadas em http://www.joraga.net - um ESPAÇO na NET - aminhaTEIAnaREDE… desde 09.2002.
LETRAS DE MODAS ALENTEJANAS
.
AO ROMPER DA BELA AURORA (Sai o pastor da choupana)
Ser pobre não é defeito
Ser rico não é fineza
Tudo é trabalho feito
Pela lei da natureza
Ao romper da bela aurora
Sai o pastor da cabana
Vem gritando em altas vozes
Muito padece quem ama
Muito padece quem ama
Mais padece quem adora
Sai o pastor da cabana
Ao romper da bela aurora
Quando eu não tinha dava
Agora tenho e não dou
Vai pedir a quem não tem
Que eu em não tendo te dou
AO ROMPER DA BELA AURORA (Sai o pastor da choupana)
Ser pobre não é defeito
Ser rico não é fineza
Tudo é trabalho feito
Pela lei da natureza
Ao romper da bela aurora
Sai o pastor da cabana
Vem gritando em altas vozes
Muito padece quem ama
Muito padece quem ama
Mais padece quem adora
Sai o pastor da cabana
Ao romper da bela aurora
Quando eu não tinha dava
Agora tenho e não dou
Vai pedir a quem não tem
Que eu em não tendo te dou
preliminares
.
À noite, enquanto o marido lê o jornal, a esposa comenta:
- Já reparaste como vive o casal que mora aqui em frente? Parecem dois namorados! Todos os dias, quando chega a casa ele traz flores, abraça-a e os dois ficam se beijando apaixonadamente. Por que não fazes o mesmo?
- Mas querida, eu mal conheço essa mulher
À noite, enquanto o marido lê o jornal, a esposa comenta:
- Já reparaste como vive o casal que mora aqui em frente? Parecem dois namorados! Todos os dias, quando chega a casa ele traz flores, abraça-a e os dois ficam se beijando apaixonadamente. Por que não fazes o mesmo?
- Mas querida, eu mal conheço essa mulher
terça-feira, outubro 10, 2006
XAVIER LLONCH
.
XAVIER LLONCH, vai estar na Feira de Casto Verde, no próximo fim de semana
Xavier Llonch nasceu em França em 1967, filho de pai espanhol e de mãe francesa.
Desde muito novo entrou em contacto com o mundo da música, e mais particularmente do flamenco, quando acompanhava o seu pai a encontros de emigrantes espanhóis em França.
Desde os 17 anos que tem dedicado a sua vida à aprendizagem da guitarra e do canto flamenco fazendo estadias regulares em Espanha.
Em 1991 vem para Portugal e desde então reside no Algarve. Aqui tem desenvolvido intensamente a sua actividade artística tocando em complexos turísticos, galerias de artes, auditórios e participando em festivais de verão de diversas cidades.
Em 1992 introduz a dança flamenca nos seus espectáculos com a bailarina de Sevilha Gracia Diaz quer na sua escola como apresentações públicas.Em 2002, sempre nesta linha, surge a colaboraçao com a Escola de Flamenco da Sociedade Recreativa e Artística de Faro.
Actualmente acompanha as aulas de dança flamenca de María José Navarro no Centro Galego de Lisboa.
Durante todos estes anos tem continuado a manter um contacto com músicos de Sevilha procurando sempre o aprofundamento e desenvolvimento da música flamenca.
XAVIER LLONCH, vai estar na Feira de Casto Verde, no próximo fim de semana
Xavier Llonch nasceu em França em 1967, filho de pai espanhol e de mãe francesa.
Desde muito novo entrou em contacto com o mundo da música, e mais particularmente do flamenco, quando acompanhava o seu pai a encontros de emigrantes espanhóis em França.
Desde os 17 anos que tem dedicado a sua vida à aprendizagem da guitarra e do canto flamenco fazendo estadias regulares em Espanha.
Em 1991 vem para Portugal e desde então reside no Algarve. Aqui tem desenvolvido intensamente a sua actividade artística tocando em complexos turísticos, galerias de artes, auditórios e participando em festivais de verão de diversas cidades.
Em 1992 introduz a dança flamenca nos seus espectáculos com a bailarina de Sevilha Gracia Diaz quer na sua escola como apresentações públicas.Em 2002, sempre nesta linha, surge a colaboraçao com a Escola de Flamenco da Sociedade Recreativa e Artística de Faro.
Actualmente acompanha as aulas de dança flamenca de María José Navarro no Centro Galego de Lisboa.
Durante todos estes anos tem continuado a manter um contacto com músicos de Sevilha procurando sempre o aprofundamento e desenvolvimento da música flamenca.
segunda-feira, outubro 09, 2006
imagens do alentejo - CASTRO VERDE
.
LARGO DA FEIRA, CASTRO VERDE
No próximo fim de semana, este espaço estará literalmente ocupado por carroceis, pistas de carros, barracas de feirantes, algodão doce, coiratos, CD.s, e muita .muita alegria.
Pois, a ....
....FEIRA DE CASTRO 2006
De 13 a 16 de Outubro, Castro Verde volta a encher-se de gente para mais uma FEIRA de CASTRO. Um momento único de tradição secular onde se enaltecem os costumes e as práticas de outrora. Um ritual que se repete, ano após ano. Um encontro ao Sul, onde as gentes se cruzam num ambiente iluminado pela luz de Outono.
Gente que vai e volta. Gente que fica na memória do tempo e que este ano homenageamos num ESPECTÁCULO EVOCATIVO da FEIRA de CASTRO, que traz a palco o grupo de VIOLAS CAMPANIÇAS, as cantigas populares das MOÇOILAS e o flamenco de XAVIER LLONCH.
Paralelamente será dinamizado um conjunto de iniciativas que espalhará a festa pelas ruas. As BANDAS FILARMÓNICAS desfilam ao ritmo da música, enquanto os Grupos Corais evocam o cante alentejano em mais uma PLANÍCIE A CANTAR. E num encontro marcado com a tradição, também o CANTE AO BALDÃO tem lugar privilegiado nesta Feira de Castro, relembrando tempos que já lá vão.
LARGO DA FEIRA, CASTRO VERDE
No próximo fim de semana, este espaço estará literalmente ocupado por carroceis, pistas de carros, barracas de feirantes, algodão doce, coiratos, CD.s, e muita .muita alegria.
Pois, a ....
....FEIRA DE CASTRO 2006
De 13 a 16 de Outubro, Castro Verde volta a encher-se de gente para mais uma FEIRA de CASTRO. Um momento único de tradição secular onde se enaltecem os costumes e as práticas de outrora. Um ritual que se repete, ano após ano. Um encontro ao Sul, onde as gentes se cruzam num ambiente iluminado pela luz de Outono.
Gente que vai e volta. Gente que fica na memória do tempo e que este ano homenageamos num ESPECTÁCULO EVOCATIVO da FEIRA de CASTRO, que traz a palco o grupo de VIOLAS CAMPANIÇAS, as cantigas populares das MOÇOILAS e o flamenco de XAVIER LLONCH.
Paralelamente será dinamizado um conjunto de iniciativas que espalhará a festa pelas ruas. As BANDAS FILARMÓNICAS desfilam ao ritmo da música, enquanto os Grupos Corais evocam o cante alentejano em mais uma PLANÍCIE A CANTAR. E num encontro marcado com a tradição, também o CANTE AO BALDÃO tem lugar privilegiado nesta Feira de Castro, relembrando tempos que já lá vão.
domingo, outubro 08, 2006
.
A partir de hoje o nosso blog tem um endereço de email próprio.
Quem quer que queira enviar para ser publicados:
poemas
prosas
fotos
vídeos
Pode e deve fazê-lo para:
julio.casadasprimas@gmail.com
A partir de hoje o nosso blog tem um endereço de email próprio.
Quem quer que queira enviar para ser publicados:
poemas
prosas
fotos
vídeos
Pode e deve fazê-lo para:
julio.casadasprimas@gmail.com
sábado, outubro 07, 2006
preliminares
.
Dona Berta tinha 80 anos.
O médico que a tratara por quase toda sua vida havia se aposentado
e fora substituído por outro.
Na consulta seguinte, o novo médico pediu para Dona Berta
a lista dos medicamentos que lhe haviam sido receitados.
Quando o jovem médico revisava a lista, engasgou.
- Dona Berta, sabe que estas são PÍLULAS ANTICONCEPCIONAIS?
- Sim doutor, elas me ajudam a dormir.
- Dona Berta, lhe afirmo que não há ABSOLUTAMENTE NADA
nestas pílulas que façam uma pessoa dormir!
A velhinha deu um sorriso e disse:
- Sim, eu sei. Mas todas as manhãs dissolvo uma pílula no suco de laranja
que minha neta de 16 anos toma...
E assim durmo todas as noites sossegada
Dona Berta tinha 80 anos.
O médico que a tratara por quase toda sua vida havia se aposentado
e fora substituído por outro.
Na consulta seguinte, o novo médico pediu para Dona Berta
a lista dos medicamentos que lhe haviam sido receitados.
Quando o jovem médico revisava a lista, engasgou.
- Dona Berta, sabe que estas são PÍLULAS ANTICONCEPCIONAIS?
- Sim doutor, elas me ajudam a dormir.
- Dona Berta, lhe afirmo que não há ABSOLUTAMENTE NADA
nestas pílulas que façam uma pessoa dormir!
A velhinha deu um sorriso e disse:
- Sim, eu sei. Mas todas as manhãs dissolvo uma pílula no suco de laranja
que minha neta de 16 anos toma...
E assim durmo todas as noites sossegada
quinta-feira, outubro 05, 2006
ESCRITORES ALENTEJANOS - FIALHO DE ALMEIDA
.
Almeida, José Valentim Fialho de
(1857 - 1911)
Escritor português, natural de Vila de Frades, no Alentejo. Filho de um professor primário, a quem ficou a dever os primeiros rudimentos da sua educação, viu-se obrigado, devido a dificuldades económicas da família, a empregar-se, ainda adolescente, como ajudante de farmácia. Com muito esforço, conseguiu completar o curso de Medicina na Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa, em 1875, não tendo praticamente exercido medicina, entregando-se antes a uma existência boémia na capital. Casado com uma lavradora rica alentejana, passou a última fase da sua vida no Alentejo, dedicando-se à agricultura.
A sua obra é constituída, essencialmente, por artigos para jornais, posteriormente reunidos nos volumes Os Gatos (colectânea de textos publicados mensalmente, entre 1889 e 1894) e Pasquinadas (1890). O carácter fragmentário da sua prosa, mais apta à captação de impressões, revela-se igualmente na sua obra de ficção: Contos (1881) e O País das Uvas (1893), considerado o melhor dos seus volumes de contos.
Nas duas primeiras obras referidas, de crítica social, sobressai o carácter mordaz da sua ironia, evidenciando a sua visão pessimista do país, bem característica da literatura finissecular. A sua crítica atinge sobretudo a pequena burguesia e a alta burguesia financeira dirigente, que gostaria de ver substituída por uma aristocracia de capacidades, na qual, naturalmente, se inclui. Mas, mais do que instituições, a sua crítica visa personalidades (entre os seus «ódios de estimação» contam-se, por exemplo, Eça de Queirós e Guilherme de Azevedo) e tipos psicológicos, sobretudo de natureza psicopatológica (captada em cenas de doença física, social ou moral). Nas colectâneas de contos revela-se a sua imaginação, frequentemente mórbida e exaltada (são frequentes as cenas de taberna, de hospital, de cemitério, de prostituição, de degenerescência sifilítica ou alcoólica, de infância faminta, de tragédias ocorridas em bairros infectos), numa linguagem de contornos barrocos, pouco serena. A sua instabilidade emocional poderá justificar estas características, assim como a qualidade variável da sua produção literária, marcada pela fragmentação, nela predominando breves apontamentos de ficção e textos jornalísticos circunstanciais.
Fialho de Almeida é o autor das obras de ficção Contos (1881), A cidade do Vício (1882) e O País das Uvas (1893). Escreveu ainda crónicas, artigos políticos, cartas, memórias e livros de viagem entre os quais: Os Gatos (1889-1894), Pasquinadas (1890), Lisboa Galante (1890), Vida Irónica (1892), À Esquina (1903), Barbear, Pentear (1911), Saibam Quantos... (1912), Estâncias de Arte e de Saudade (1921), Aves Migradoras (1921), Figuras de Destaque (1924), Açores e Autores (1925), Vida Errante (1925) e Cadernos de Viagem – Galiza, 1905 (1997).
Almeida, José Valentim Fialho de
(1857 - 1911)
Escritor português, natural de Vila de Frades, no Alentejo. Filho de um professor primário, a quem ficou a dever os primeiros rudimentos da sua educação, viu-se obrigado, devido a dificuldades económicas da família, a empregar-se, ainda adolescente, como ajudante de farmácia. Com muito esforço, conseguiu completar o curso de Medicina na Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa, em 1875, não tendo praticamente exercido medicina, entregando-se antes a uma existência boémia na capital. Casado com uma lavradora rica alentejana, passou a última fase da sua vida no Alentejo, dedicando-se à agricultura.
A sua obra é constituída, essencialmente, por artigos para jornais, posteriormente reunidos nos volumes Os Gatos (colectânea de textos publicados mensalmente, entre 1889 e 1894) e Pasquinadas (1890). O carácter fragmentário da sua prosa, mais apta à captação de impressões, revela-se igualmente na sua obra de ficção: Contos (1881) e O País das Uvas (1893), considerado o melhor dos seus volumes de contos.
Nas duas primeiras obras referidas, de crítica social, sobressai o carácter mordaz da sua ironia, evidenciando a sua visão pessimista do país, bem característica da literatura finissecular. A sua crítica atinge sobretudo a pequena burguesia e a alta burguesia financeira dirigente, que gostaria de ver substituída por uma aristocracia de capacidades, na qual, naturalmente, se inclui. Mas, mais do que instituições, a sua crítica visa personalidades (entre os seus «ódios de estimação» contam-se, por exemplo, Eça de Queirós e Guilherme de Azevedo) e tipos psicológicos, sobretudo de natureza psicopatológica (captada em cenas de doença física, social ou moral). Nas colectâneas de contos revela-se a sua imaginação, frequentemente mórbida e exaltada (são frequentes as cenas de taberna, de hospital, de cemitério, de prostituição, de degenerescência sifilítica ou alcoólica, de infância faminta, de tragédias ocorridas em bairros infectos), numa linguagem de contornos barrocos, pouco serena. A sua instabilidade emocional poderá justificar estas características, assim como a qualidade variável da sua produção literária, marcada pela fragmentação, nela predominando breves apontamentos de ficção e textos jornalísticos circunstanciais.
Fialho de Almeida é o autor das obras de ficção Contos (1881), A cidade do Vício (1882) e O País das Uvas (1893). Escreveu ainda crónicas, artigos políticos, cartas, memórias e livros de viagem entre os quais: Os Gatos (1889-1894), Pasquinadas (1890), Lisboa Galante (1890), Vida Irónica (1892), À Esquina (1903), Barbear, Pentear (1911), Saibam Quantos... (1912), Estâncias de Arte e de Saudade (1921), Aves Migradoras (1921), Figuras de Destaque (1924), Açores e Autores (1925), Vida Errante (1925) e Cadernos de Viagem – Galiza, 1905 (1997).
terça-feira, outubro 03, 2006
artistas alentejanos
.
SABIAS QUE FRANCISCO JOSÉ, SIM O
DOS "OLHOS CASTANHOS" É ALENTEJANO.
Francisco José
(16 de Agosto de 1924 – 31 de Julho de 1988)
FRANCISCO JOSÉ
Francisco José Galopim de Carvalho nasceu em Évora, na Rua da Cal Branca, no dia 16 de Agosto de 1924.
No início dos anos 50, Francisco José era já um cantor famoso pela sua arte, pela sua voz extraordinária e pelo seu modo apaixonado de cantar a música portuguesa.
No entanto, foi no Brasil que encontrou a verdadeira dimensão do seu talento, embora o tivesse conquistado somente depois de longos anos de sacrifícios e privações, e de um trabalho incansável em intermináveis tournés por todo o mundo.
Mas foi o seu programa num canal de televisão brasileiro e, pouco depois, o lançamento do seu álbum «A Figura de Francisco José» que lhe granjearam a imortalidade, primeiro no Brasil e muito mais tarde no seu país natal.
O Chico Zé, como era conhecido, era um cantor arrojado que, com a sua interpretação moderna e actualizada que fugia à pieguice tradicional, trouxe à música portuguesa uma agradável lufada de ar fresco.
Casou tarde, aos 41 anos, e teve duas filhas: Adília e Alexandra.
Morreu no dia 31 de Julho de 1988, aos 63 anos.
Conta-se que o que esteve na origem da sua ida para o Brasil foi a ruptura definitiva com a R.T.P., a única televisão portuguesa na altura.
Num programa musical transmitido em directo, em que dizia algumas palavras entre as canções, Francisco José resolveu «abrir o livro».
Falou então sobre a vida e as dificuldades dos artistas em Portugal.
Falou dos “cachets “ miseráveis que recebiam.
Falou da subserviência da televisão aos artistas estrangeiros e, sem qualquer hesitação, disse quanto estava ali a ganhar e quanto receberia se fosse um vulgar e medíocre cantor inglês ou americano.
E, finalmente, disse tudo o que lhe veio à cabeça sobre a televisão pública e sobre as pessoas que a dirigiam.
Ficou obviamente «queimado» para todo o sempre.
Mas não foi só isso: a R.T.P. decidiu processá-lo criminalmente, acusando-o do crime de injúrias.
No julgamento, depois de um longo interrogatório, o juiz acabou por lhe perguntar:
- Mas o senhor, quando disse essas palavras em directo na televisão, agiu com «animus injuriandi»?
Ao que Francisco José respondeu:
- Ó Sr. Dr. Juiz: eu agi foi com «animus desabafandi»!
Foi absolvido!
LEMBRA-SE DA LETRA DA FAMOSA CANÇÃO "OLHOS CASTANHOS"?
Teus olhos castanhos
de encantos tamanhos
são pecados meus,
são estrelas fulgentes,
brilhantes, luzentes,
caídas dos céus,
Teus olhos risonhos
são mundos, são sonhos,
são a minha cruz,
teus olhos castanhos
de encantos tamanhos
são raios de luz.
Olhos azuis são ciúme
e nada valem para mim,
Olhos negros são queixume
de uma tristeza sem fim,
olhos verdes são traição
são crueis como punhais,
olhos bons com coração
os teus, castanhos leais.
SABIAS QUE FRANCISCO JOSÉ, SIM O
DOS "OLHOS CASTANHOS" É ALENTEJANO.
Francisco José
(16 de Agosto de 1924 – 31 de Julho de 1988)
FRANCISCO JOSÉ
Francisco José Galopim de Carvalho nasceu em Évora, na Rua da Cal Branca, no dia 16 de Agosto de 1924.
No início dos anos 50, Francisco José era já um cantor famoso pela sua arte, pela sua voz extraordinária e pelo seu modo apaixonado de cantar a música portuguesa.
No entanto, foi no Brasil que encontrou a verdadeira dimensão do seu talento, embora o tivesse conquistado somente depois de longos anos de sacrifícios e privações, e de um trabalho incansável em intermináveis tournés por todo o mundo.
Mas foi o seu programa num canal de televisão brasileiro e, pouco depois, o lançamento do seu álbum «A Figura de Francisco José» que lhe granjearam a imortalidade, primeiro no Brasil e muito mais tarde no seu país natal.
O Chico Zé, como era conhecido, era um cantor arrojado que, com a sua interpretação moderna e actualizada que fugia à pieguice tradicional, trouxe à música portuguesa uma agradável lufada de ar fresco.
Casou tarde, aos 41 anos, e teve duas filhas: Adília e Alexandra.
Morreu no dia 31 de Julho de 1988, aos 63 anos.
Conta-se que o que esteve na origem da sua ida para o Brasil foi a ruptura definitiva com a R.T.P., a única televisão portuguesa na altura.
Num programa musical transmitido em directo, em que dizia algumas palavras entre as canções, Francisco José resolveu «abrir o livro».
Falou então sobre a vida e as dificuldades dos artistas em Portugal.
Falou dos “cachets “ miseráveis que recebiam.
Falou da subserviência da televisão aos artistas estrangeiros e, sem qualquer hesitação, disse quanto estava ali a ganhar e quanto receberia se fosse um vulgar e medíocre cantor inglês ou americano.
E, finalmente, disse tudo o que lhe veio à cabeça sobre a televisão pública e sobre as pessoas que a dirigiam.
Ficou obviamente «queimado» para todo o sempre.
Mas não foi só isso: a R.T.P. decidiu processá-lo criminalmente, acusando-o do crime de injúrias.
No julgamento, depois de um longo interrogatório, o juiz acabou por lhe perguntar:
- Mas o senhor, quando disse essas palavras em directo na televisão, agiu com «animus injuriandi»?
Ao que Francisco José respondeu:
- Ó Sr. Dr. Juiz: eu agi foi com «animus desabafandi»!
Foi absolvido!
LEMBRA-SE DA LETRA DA FAMOSA CANÇÃO "OLHOS CASTANHOS"?
Teus olhos castanhos
de encantos tamanhos
são pecados meus,
são estrelas fulgentes,
brilhantes, luzentes,
caídas dos céus,
Teus olhos risonhos
são mundos, são sonhos,
são a minha cruz,
teus olhos castanhos
de encantos tamanhos
são raios de luz.
Olhos azuis são ciúme
e nada valem para mim,
Olhos negros são queixume
de uma tristeza sem fim,
olhos verdes são traição
são crueis como punhais,
olhos bons com coração
os teus, castanhos leais.
Previsões para Outubro
.
Previsão agrícola:
:
No São Simão, fava no chão.
Em Outubro, centeio rubro.
Outubro chuvoso, faz o lavrador venturoso.
Outubro seca tudo.
Por Santa Ireia pega nos bois e semeia.
Por São Lucas sabem as uvas.
Quando o Outubro for erveiro guarda para Março o palheiro.
:
Animais:
:
Com a vinha, em Outubro, come a cabra, engorda o boi e ganha o dono.
:
Calor:
:
Outubro quente traz o diabo no ventre.
Outrubro suão, negaças de Verão.
:
Pesca:
:
Andar, marinheiro, andar, não te apanhe São Simão no mar.
Outubro, Novembro e Dezembro, não busques o pão no mar, mas torna a teu celeiro e abre o teu mealheiro.
:
Trabalho:
:
Outubro recolhe tudo.
Por São Francisco semeia teu trigo; e a velha que o dizia semeado o tinha.
Quem planta no Outono leva um ano de abono.
Vindima em Outubro, que São Martinho to dirá.
Com a vinha, em Outubro, come a cabra, engorda o boi e ganha o dono.
Por São Lucas mata teus porcos e tapa tuas cubas.
Previsão agrícola:
:
No São Simão, fava no chão.
Em Outubro, centeio rubro.
Outubro chuvoso, faz o lavrador venturoso.
Outubro seca tudo.
Por Santa Ireia pega nos bois e semeia.
Por São Lucas sabem as uvas.
Quando o Outubro for erveiro guarda para Março o palheiro.
:
Animais:
:
Com a vinha, em Outubro, come a cabra, engorda o boi e ganha o dono.
:
Calor:
:
Outubro quente traz o diabo no ventre.
Outrubro suão, negaças de Verão.
:
Pesca:
:
Andar, marinheiro, andar, não te apanhe São Simão no mar.
Outubro, Novembro e Dezembro, não busques o pão no mar, mas torna a teu celeiro e abre o teu mealheiro.
:
Trabalho:
:
Outubro recolhe tudo.
Por São Francisco semeia teu trigo; e a velha que o dizia semeado o tinha.
Quem planta no Outono leva um ano de abono.
Vindima em Outubro, que São Martinho to dirá.
Com a vinha, em Outubro, come a cabra, engorda o boi e ganha o dono.
Por São Lucas mata teus porcos e tapa tuas cubas.
domingo, outubro 01, 2006
LETRA DE MODAS ALENTEJANAS ,O HINO DOS MINEIROS
.
HINO DOS MINEIROS
Nas minas de São João
Lá.lá,lálá,lá,lá,lá
Morreram quatro mineiros
Vê lá, vê lá companheiro
vê lá.vê lá, como venho eu
Lá.lá,lálá,lá,lá,lá
Lá.lá,lálá,lá,lá,lá
Morreram quatro mineiros
Vê lá, vê lá companheiro
vê lá.vê lá, como venho eu
Lá.lá,lálá,lá,lá,lá
Lá.lá,lálá,lá,lá,lá
Eu traga a cabeça aberta
Lá.lá,lálá,lá,lá,lá
que me abriu uma barrena
Vê lá, vê lá companheiro
vê lá.vê lá, como venho eu
Lá.lá,lálá,lá,lá,lá
Lá.lá,lálá,lá,lá,lá
que me abriu uma barrena
Vê lá, vê lá companheiro
vê lá.vê lá, como venho eu
Lá.lá,lálá,lá,lá,lá
Lá.lá,lálá,lá,lá,lá
Eu trago a camisa rota
Lá.lá,lálá,lá,lá,lá
E sangue dum camarada
Vê lá, vê lá companheiro
vê lá.vê lá, como venho eu
Lá.lá,lálá,lá,lá,lá
Lá.lá,lálá,lá,lá,lá
E sangue dum camarada
Vê lá, vê lá companheiro
vê lá.vê lá, como venho eu
Lá.lá,lálá,lá,lá,lá
Lá.lá,lálá,lá,lá,lá
Ó Senhora Santa Bárbara
Lá.lá,lálá,lá,lá,lá
Padroeira dos mineiros
Vê lá, vê lá companheiro
vê lá.vê lá, como venho eu
Lá.lá,lálá,lá,lá,lá
Lá.lá,lálá,lá,lá,lá
Padroeira dos mineiros
Vê lá, vê lá companheiro
vê lá.vê lá, como venho eu
Lá.lá,lálá,lá,lá,lá
Lá.lá,lálá,lá,lá,lá
OS MINEIROS DE ALJUSTREL
..
A primeira vez que ouvi os MINEIROS DE ALJUSTREL a interpretar o HINO DOS MINEIROS, fiquei arrepiado. A qualidade deste grupo é por demais reconhecida.
.
Um conjunto de vozes, umas suaves outras roucas, um fato de trabalho azul, um capacete que lhes ilumina o caminho e um lenço de cores portuguesas. São estes os elementos que constituem um dos mais carismático e singular grupo na história do cantar tradicional do Alentejo e de Portugal: O Grupo Coral do Sindicato Mineiro de Aljustrel. Companheiros de profissão, que depois de mais um dia de trabalho duro e exaustivo, ganharam o hábito de cantar em tabernas e igrejas. O cante alentejano, uma vibrante e sobrevivente tradição polifónica – comparável aos “ensembles vocais da Corsega e Sardenha- tem nos Mineiros de Aljustrel um mais que digno representante e divulgador. Nas suas vozes a magia acontece, a tristeza agita-se , a saudade oprime e o amor enaltace. É o canto de trabalho, amor, saudade e luta, na sua forma mais pura, autentica, em todo o seu explendor. Apesar das inúmeras actuações, o grupo conta com um reduzido número de gravações de estúdio. Quatro álbuns, um single e várias participações em compilações de cantares alentejanos. Estes poucos registos para que os “Mineiros de Aljustrel, se tornasse num dos mais respeitado e solicitado no meio do cante tradicional
.
vê lá.vê lá, como venho eu
Lá.lá,lálá,lá,lá,lá
Lá.lá,lálá,lá,lá,lá
HINO DOS MINEIROS
Nas minas de São João
Lá.lá,lálá,lá,lá,lá
Morreram quatro mineiros
Vê lá, vê lá companheiro
vê lá.vê lá, como venho eu
Lá.lá,lálá,lá,lá,lá
Lá.lá,lálá,lá,lá,lá
Morreram quatro mineiros
Vê lá, vê lá companheiro
vê lá.vê lá, como venho eu
Lá.lá,lálá,lá,lá,lá
Lá.lá,lálá,lá,lá,lá
Eu traga a cabeça aberta
Lá.lá,lálá,lá,lá,lá
que me abriu uma barrena
Vê lá, vê lá companheiro
vê lá.vê lá, como venho eu
Lá.lá,lálá,lá,lá,lá
Lá.lá,lálá,lá,lá,lá
que me abriu uma barrena
Vê lá, vê lá companheiro
vê lá.vê lá, como venho eu
Lá.lá,lálá,lá,lá,lá
Lá.lá,lálá,lá,lá,lá
Eu trago a camisa rota
Lá.lá,lálá,lá,lá,lá
E sangue dum camarada
Vê lá, vê lá companheiro
vê lá.vê lá, como venho eu
Lá.lá,lálá,lá,lá,lá
Lá.lá,lálá,lá,lá,lá
E sangue dum camarada
Vê lá, vê lá companheiro
vê lá.vê lá, como venho eu
Lá.lá,lálá,lá,lá,lá
Lá.lá,lálá,lá,lá,lá
Ó Senhora Santa Bárbara
Lá.lá,lálá,lá,lá,lá
Padroeira dos mineiros
Vê lá, vê lá companheiro
vê lá.vê lá, como venho eu
Lá.lá,lálá,lá,lá,lá
Lá.lá,lálá,lá,lá,lá
Padroeira dos mineiros
Vê lá, vê lá companheiro
vê lá.vê lá, como venho eu
Lá.lá,lálá,lá,lá,lá
Lá.lá,lálá,lá,lá,lá
OS MINEIROS DE ALJUSTREL
..
A primeira vez que ouvi os MINEIROS DE ALJUSTREL a interpretar o HINO DOS MINEIROS, fiquei arrepiado. A qualidade deste grupo é por demais reconhecida.
.
Um conjunto de vozes, umas suaves outras roucas, um fato de trabalho azul, um capacete que lhes ilumina o caminho e um lenço de cores portuguesas. São estes os elementos que constituem um dos mais carismático e singular grupo na história do cantar tradicional do Alentejo e de Portugal: O Grupo Coral do Sindicato Mineiro de Aljustrel. Companheiros de profissão, que depois de mais um dia de trabalho duro e exaustivo, ganharam o hábito de cantar em tabernas e igrejas. O cante alentejano, uma vibrante e sobrevivente tradição polifónica – comparável aos “ensembles vocais da Corsega e Sardenha- tem nos Mineiros de Aljustrel um mais que digno representante e divulgador. Nas suas vozes a magia acontece, a tristeza agita-se , a saudade oprime e o amor enaltace. É o canto de trabalho, amor, saudade e luta, na sua forma mais pura, autentica, em todo o seu explendor. Apesar das inúmeras actuações, o grupo conta com um reduzido número de gravações de estúdio. Quatro álbuns, um single e várias participações em compilações de cantares alentejanos. Estes poucos registos para que os “Mineiros de Aljustrel, se tornasse num dos mais respeitado e solicitado no meio do cante tradicional
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vê lá.vê lá, como venho eu
Lá.lá,lálá,lá,lá,lá
Lá.lá,lálá,lá,lá,lá
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