sexta-feira, abril 30, 2004

PROVÉRBIOS POPULARES ,em quadras,por ZÉ ARSÉNIO

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ZÉ ARSÉNIO mostra-nos hoje
alguns provérbios e quadras
populares

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SABEDORIA E FILOSOFIA DO POVO
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Moça que o Povo eleva
Não perde tempo à janela
Sardinha que o gato leva
Perdida estará ela
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Não é por mais Madrugar
Que nos erguemos mais cedo
Quem desdenha quer comprar
Quem tem cú também tem medo
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Não há Galo nem Perú
Que não tenha o seu Entrudo
Quem quer Peixe molha o cú
Quem tem uma Mãe tem tudo.
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Quem espera,,,desespera
Lá diz o velho Ditado
Eu passei a vida à espera
E fiquei desesperado
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Quem muito tem muito vale
E quem nada não se afoga
Quem os pariu que os embale
Quem tem poder não roga

ZÉ ARSÈNIO

LENDA DO MILAGRE DA BATALHA DE OURIQUE

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A CASA-DAS-PRIMAS, publica hoje
um texto das LENDAS DO ALENTEJO
sobre a LENDA DO MILAGRA DA BA-
TALHA DE OURIQUE, que de resto,
está amplamente dicumentado em
azulejo, nas paredes da Igreja Matriz
de CASTRO VERDE


CAPELA DE SÃO PEDRO DAS CABEÇAS

Lenda do milagre da Batalha de Ourique
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Conta a lenda que a batalha de Ourique decorreu no concelho de Castro Verde, mais propriamente em São Pedro das Cabeças. Esta batalha foi o momento decisivo da independência do pequeno condado portucalense e que, no fim da peleja, Afonso Henriques foi aclamado pelos combatentes como rei.
Era noite. Véspera da batalha. Nos dois arraiais os guerreiros tentavam descansar.
Nas coloridas tendas mouras o movimento fora intensíssimo durante todo o dia. De cinco reinos haviam chegado homens aguerridos, decididos a não deixar progredir o pequeno exército dos cristãos. Tinham vindo muitos de Sevilha e Badajoz para se juntarem à hoste composta por gente de Elvas, Évora e Beja. Diz-se mesmo que tinha vindo gente de além-mar.
Durante o dia, não tinha havido descanso para ninguém. Os alfagemes afiaram alfanges, adagas, pontas de lança. As setas tinham sido cuidadosamente vistoriadas e guardadas nas aljavas. Os velozes alfarazes da cavalaria moura tinham tido ração suplementar e agora relinchavam respondendo aos puros-sangues árabes dos grandes senhores que, impacientes, esperavam pela acção, pelo combate. Enfim, era noite e a
algazarra que pairara todo o dia sobre o arraial esmorecera um pouco e só se ouvia como que um zumbir de moscas.
No acampamento cristão também agora pairava um como que silêncio, em comparação com a azáfama que se vivera de dia. Também os ginetes de guerra estavam prontos e impacientes; também as espadas tinham sido afiadas; os peões haviam experimentado as bestas para que tudo corresse como desejavam. Os guerreiros descansavam nas tendas, recostados em leitos improvisados com as peles dos animais mortos lá mais ao norte, nas selvas que bordejavam as suas tenências e propriedades.
Também Afonso Henriques estava recostado na sua tenda. Dera ordem aos escudeiros para que ninguém o incomodasse, a menos que a urgência fosse extrema. Não conseguia dormir. Pensava na batalha que haveria no dia seguinte, na enorme cópia de gente moura que se ajuntara contra a sua minúscula hoste. Corria até que o exército árabe tinha uma ala de mulheres guerreiras... Mas, era necessário vencer... Deus se encarregaria de mostrar ao infiel o seu poder pelo braço dos guerreiros.
Neste balanço se encontrava Afonso I quando o apanhou o sono. E nesse estado de semi adormecimento apareceu-lhe, como que em sonho, um ancião. Fez sobre ele o sinal-da-cruz, chamou-lhe escolhido por eus e alertou-o para a batalha. Entretanto, um pequeno ruído á cortina da tenda fê-lo acordar soressaltado: era um seu escudeiro que vinha dizer-lhe que estava ali um velho que queria falar-lhe com muita urgência.
Estupefacto, Afonso Henriques viu, na penumbra, surgir-lhe diante dos olhos, bem
despertos, o velho do sonho de há pouco:
- Tu, outra vez? Quem és afinal, ancião? O que me queres?
- Quem sou não interessa... Acalma-te e ouve o que venho dizer-te da parte de Jesus, Nosso Senhor: daqui a uns instantes, quando ouvires tocar os sinos da ermida onde há já sessenta e seis anos vivo, deves sair do arraial, só e sem testemunhas. É isto que ele manda dizer-te!
Antes que o guerreiro pudesse abrir a boca, o velho desapareceu na noite, sem deixar rasto.
Daí a instantes, soou, efectivamente o sino da ermida e Afonso Henriques pegou na espada e no escudo, com gestos quase automáticos, e saiu da tenda embrenhando-se na noite, sem destino, só, como lhe fora recomendado pelo velho.
Subitamente, um raio iluminou a noite e de dentro dele saiu uma cruz esplendorosa. Ao centro, estava Jesus Cristo rodeado de anjos. Afonso Henriques, ajoelhado, deixou-se ficar boquiaberto, sem saber o que dizer, sem se atrever a quebrar o instante, até que dentro de si ouviu Jesus dizer-lhe:
- Afonso, confia na vitória de amanhã. Confia na vitória de todas as batalhas que empreenderes contra os inimigos da Cruz. Faz como a tua gente que está alegre e esforçada. Amanhã serás rei.
Apagou-se o céu e a visão celestial desapareceu, como viera.
No dia seguinte a batalha foi terrível. Os mouros eram aos milhares e avançavam ferozmente contra os guerreiros afoitos de Afonso Henriques. Ao primeiro embate muitos homens caíram ao chão trespassados pelas lanças. Puxou-se então por espadas e alfanges e a planície foi invadida por um tinir de ferros misturados com a gritaria de toda aquela imensa multidão e os relinchos doloridos dos cavalos feridos e moribundos.
Durante muito tempo, foi um verdadeiro inferno.
Os guerreiros cristãos, porém, levaram a melhor. Em breve, os mouros sobreviventes fugiram pela planície fora, deixando o solo pejado de corpos mutilados de cadáveres e moribundos. Do lado cristão também eram muitos os mortos e feridos, mas os sobreviventes proclamavam a vitória gritando excitados:
- Real! Real! Por Afonso, Rei de Portugal!
Diz a tradição que nesse momento, e em memória do acontecimento, o rei pôs no seu pendão cinco escudos, representando os cinco reis mouros que havia decapitado e consequentemente derrotado. Pô-los em cruz, pela cruz de Nosso Senhor, e dentro de cada um mandou bordar trinta dinheiros, que por tanto vendera Judas a Jesus Cristo.
Nas mais belas igrejas de Castro Verde- Nossa Senhora dos Remédios e a Basílica Real, pintura e azulejos, não deixaram morrer a lenda de que Cristo teria aparecido a D. Afonso Henriques, antes da famosa batalha.
Relembre-se que "Campos de Ourique" era a denominação de uma vasta região, que incluía a zona de Castro Verde, e terá sido por isso que a batalha passou à história com esse nome. Além disso, foram encontradas numerosas ossadas e muitas caveiras separadas dos respectivos esqueletos, o que poderia ser explicado pela dureza da
batalha.

terça-feira, abril 27, 2004

PROVÉRBIOS

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PROVÉRBIOS
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Mais alguns, recolhidos em pleno Monte da Ribeira:
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-Abril frio, pão e vinho
-Dia de São Lourenço, vai à vinha e enche o lenço
-Em Janeiro pergunta ao parceiro
Em Fevereiro recoqueiro
Em Março três e quatro
Em Abril enche o covil
Em Maio passarinho em raio
Em Junho tamanho de punho
Em Julho e Agosto espigando ao rosto

domingo, abril 25, 2004

QUADRAS SOLTAS

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O nosso BLOG, regista com muita
satisfação as primeiras colaborações
do ZÉ ARSÉNIO, de quem hoje se
publica o Poema
:
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QUADRAS SOLTAS
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Dedicadas ao Alentejo

Alentejo...Alentejo
As costas te vou virando
minha boca vai sorrindo
meu coração vai chorando
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Ceifeira que andas à calma
à calma ceifando o trigo
tem cautela não ceifes
o sonho que trazes contigo
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Alentejo...Alentejo
onde a loira espiga dança
desde a charneca à campina
muitas marés de esperança
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Não há poeta que diga
por muito que dissesse
cantar o Alentejo
de tudo o que ele merece
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Se fôres ao Alentejo
não leves vinho nem pão
leva teus braços abertos
para abraçares teu irmão.
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Poema de ZÉ ARSÉNIO

sexta-feira, abril 23, 2004

Ó MINHA MÃEZINHA QUERIDA

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Poema dedicado pelo António
à mãe, FELICIDADE LÚCIA,
quando estava na recruta
no serviço militar, em
Lisboa:
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Nas serras a caminhar
e sem poder descansar
mãezinha do coração
caminhando no escuro
fosse mole ou fosse duro
mãezinha não tinha pão.
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Fome e vontade de dormir
sem roupas para me cobrir
minha mãe o que eu passei
andadando a restejar
ouvindo as balas cantar
ó mãe de ti me lembrei
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Dentro do acampamento
onde estava o mantimento
para nos alimentarmos
mas foi grande o sofrimento
nós dormimos ao relento
sem roupa para nos taparmos
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Ouvi estoirar as granadas
eu caí em emboscadas
na frente de metralhadoras
e junto a colegas meus
eu só tinha esperança em Deus
e na Virgem Nossa Senhora
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Andando léguas quase dez
e com tanta dôr nos pés
minha mãezinha adorada
abalámos às nove horas
nunca tivémos demoras
chegámos de madrugada.
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Minha bela mocidade
na flôr da minha idade
estou metido na prisão
minha sorte foi ruim
não quero que chore por mim
mãezinha do coração.
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Tenho tanta saudade
deixar a velha unidade
e voltar à minha vida
logo há-de chegar o dia
de ir para a sua companhia
ó minha mãezinha querida.
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Também temos uma pista
que nos faz perder a vista
minha mãezinha adorada
e quando nós lá passamos
logo todos pensamos
que temos a morte chegada.
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Nas ruas da cidade
caminhando com velocidade
ó minha mãezinha querida
por ser grande o movimento
às vezes em pouco tempo
alguns perdem a vida.

Poema escrito em 1961
ANTÓNIO JOSE COLAÇO
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Este poema foi dito de
viva voz pelo autor,
na noite mágica, no
Monte da Ribeira e na
presença de
Joana
Tó Zé
Maria Alice
Maria Helena
Ana
e da filha Lena
e do genro José Francisco.

POEMAS POPULARES

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A riqueza da recolha conseguida na Páscoa, em Castro, permite-me divulgar hoje ,alguns poemas repentistas, que, segundo a Ana e o António, os jovens diziam uns aos outros nos bailies:
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A minha mãe é joeireira
que joeira em casas ricas
o meu pai caçador de lebres
e eu de moças bonitas
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Há mães que têm filhos
e sentem satisfação
só a minha mãe criou filhas
para desgosto e paixão
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as duas próximas quadras são de BLÉ CARETO
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Se Almodôvar se arrasasse
com um copo de água fria
o meu amôr coitadinho
era o primeiro que morria
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Se Almodôvar fosse minha
como é dos estudantes
mandava-lhe pôr ao pé
uma estrela de brilhantes
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E mais verso foram sendo lembrados, todos, ditos por moços e moças em bailes, uns para os outros.
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Saudades quem as não tem
saudades quem as não sente
saudades do nosso amôr
saudades da nossa gente
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Olhos que não vêem olhos
senão de meses a meses
esses são os mais queridos
por se verem menos vezes
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Dizer adeus é bem triste
mesmo que seja a mangar
quem parte, parte e não sabe
se tornará a voltar.
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POEMAS POPULARES
RECOLHIDOS NO
SERÃO MÁGICO DO
MONTE DA RIBEIRA

sexta-feira, abril 16, 2004

POEMA DO ANTÓNIO

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EM 1961. o António partiu
para Lisboa, para a tropa ,tendo
assentado praça, no Batalhão de Ca-
çadores 5. Nessa época, escreveu dois
poemas, dedicados à mãe. São 2
documentos muito intensos, de
alguém que abandonava a terra e
os seus, pela primeira vez, trans-
pondo para a sua poesia ,toda a
carga da emoção que então sentiu.
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Hoje publicamos :
"
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O DIA EM QUE ASSENTEI PRAÇA"
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No dia que assentei praça
dia da minha desgraça
eu que fiz foi chorar
deixei minha mãe sòzinha
que está velha coitadinha
e já não pode trabalhar.
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Cada vez que eu pensava
na terra onde eu trabalhava
era um desgosto de morte
adeus terra onde eu nasci
eu só outra conheci
e foi por minha pouca sorte
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Disse adeus minha mãezinha
um dia de manhãzinha
e fui para a vida militar
fui cumprir o meu dever
mãezinha se eu não morrer
eu um dia hei-de voltar.
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Eu sou soldado português
estamos em guerra outra vez
vivemos todos em perigo
é matar para não morrer
nós temos que se defender
das forças do inimigo.
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Lá na província de Angola
seja em colégio ou escola
tudo serve de quartéis
para abrigar graduados
primeiros cabos e soldados
sargentos e até coronéis.
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Uma guera de guerrilhas
que ataca por armadilhas
e tem causado tantos áis
é um caso de terror
que a ninguém tinham amôr
e mataram filhos e pais.
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Pendurados em pernadas
com braços e pernas cortadas
portugueses nossos irmãos
à falta de armamento
e à força do regimento
judeus mataram cristãos.
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O senhor ministro da guerra
que mandou para cada terra
aonde havia soldados
as guias para se apresentarem
os passes para se transportarem
os que estavam mobilizados.
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Muitos batalhões formou
e os terroristas atacou
com granadas e com balas
foi um caso de terror
que andava um tratôr
a enterrá-los em valas.
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Pedra Verde , Nambuangongo
mais em Maquela do Zombo
mas os portugueses ganharam
portugueses afamados
praças e graduados
nós somos heróis de guerra
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Seja do Algarve ao Minho
Vamos todos a caminho
defender a nossa terra
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de ANTÓNIO J.COLAÇO
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Este poema foi agora recitado
pelo António, no Monte da
Ribeira, na noite mágica de
10 de Maio de 2004






quinta-feira, abril 15, 2004

PASCOA ALENTEJANA

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Foi uma Páscoa alentejana, entre família e amigos.
A alegria do reencontro com a terra e com as pessoas.
A bica na esplanada do Bate Papo, ao sol já quente de Abril,ali , na Praça da República.
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A saborosa açorda alentejana da Ana , onde o azeite, o alho , e os coentros , alteraram , melhoraram ,o sabor do pão.
Os Porteirinhos , uma etapa familar.
Neves da Graça, e Graça de Padrões e a lojinha do Zé Rodrigues.
O Monte da Ribeira é Alentejo profundo, é o príncipio de tudo, é a matriz..
Era grande a vontade de recolher a maior quantidade possível de material ,para enriquecimento do nosso Blog, e esse objectivo foi superado.
A Ana e o António contribuíram ,e revelaram-se uma fonte inesgotável de memórias, uma verdadeira jazida de conhecimento do passado histórico da família e da região.
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SERÃO MÁGICO
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O serão no Monte da Ribeira, foi ponto alto, foi inesquecível, foi mágico.
De repente, ali todos juntos, à volta da fogueira, as memórias foram-se tornando realidade, o passado fez-se presente, e pela palavra emocionada do António, verdadeiro "guardião do templo" ,depararam-se-nos imagens nítidas, de nove catraios a invadiram aquele espaço a rodearem o tio Branco, que lhes ia contando "a Princesa d.Austria, ao mesmo tempo, que sentimos os passos do tio António Luis, no corredor, enquanto ia perguntando em voz alta: " Quem é que quer que lhe faça sapatos hoje?"
E foi ainda um tanto confusos, que vimos, claramente visto, as moças do Pardieiro entrarem em grande algazarra para mais um baile.
-"Vamos aos arquinhos até ao nosso Monte" gritou a Aliete, logo secundada pela Eduarda e as demais irmãs:
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"OH MOÇAS FAÇAM ARQUINHOS
OH MOÇAS FAÇAM ARCAIS
PARA PASSAR MEU BENZINHO
PARA PASSAR MEU RAPAZ"
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e o sonho continuou,
todos nós vimos, como num filme com côres- e -cheiro, a casa ficar toda enfeitada com folhas de palmeira, e a imagem do Manuel Serrenho, com a sua concertina, a tocar ,e todos a dançar, e a "passarem par", enquanto versejavam, no seu cerco de côrte:
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"OLHOS LINDOS EXPRESSIVOS
VÁGUOS E SONHADORES
SÓ EU SEI POR MIL MOTIVOS
QUANTO SÃO ENGANADORES"
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Naquela época os bailes eram quase expontâneos contava a Ana, e os "assaltos para "bailar", de monte para monte, eram muito desejados e muito divertidos.
Voltámos à ilusão, e lá estava agora o Chico da Quinta ,com o seu bandolim, acompanhando o Manuel do Doze e meio:
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"FUI NASCIDO NUMA ALDEIA
E CRIADO NUM MONTINHO
SOU O MANUEL ANTÓNIO DEODATO
QUE ME PÔS MEU PADRINHO"
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"ALMODÔVAR MEU CONCELHO
QUE NO MEIO TEM UMA PONTE
ROSÁRIO MINHA FREGUESIA
DOZE E MEIO É O MEU MONTE"
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E eis que alguém suspeita ,que alguém andava com alguma, e solta uma quadra:
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"DIZEM QUE NÃO PODE SER
MATO NOVO DAR OREGÃOS
ANDA AÍ UM AMÔR NOVO
E QUEREM FAZER OS MAIS, CEGOS"
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De quando em quando, a voz da Joana soava, a chamar-nos à realidade, interrompendo-nos por momentos o sonho:
-"Vá Lena, come mais um queijinho, Alice, deixa lá as dietas, não pode aqui ficar nada.!"
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para logo voltarmos a ouvir:

"TENHO UM PALÁCIO ENTRE AS NUVENS
AO DESAMPARO DO VENTO
QUANDO ESTOU ABORRECIDO
VOU PARA LÁ PASSAR O TEMPO".

e ainda ouTra se ouviu:
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"A LÍNGUA DA MINHA SOGRA
TEM DOIS METROS E OITENTA
FEITA DE SAL REFINADO
POLVILHADA COM PIMENTA"
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"NAMOREI UMA SOPEIRA
ELA ERA UMA MOÇA BOA
DÁVA-ME COSTAS E BOLOS
QU' ELA ROUBAVA À PATROA.
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e pela noite dentro foram desfilando outras memórias, contaram-se estórias de malteses, dos bailes dos Porteirinhos na casa do tio Luis, falou-se da Tia Ana do Forno da Cal, das partidos dos moços, do lavrador do Testa e a sua Casa da Malta.
De tudo isso voltarei a falar neste Blog.





sexta-feira, abril 09, 2004

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TEXTO DE
JOSÉ FRANCISCO COLAÇO GUERREIRO

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CONTO DE ABRIL
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Era uma vez…um povo que vivia tolhido, em clausura, dentro de um reino inventado lá para o fim do mundo. Num lugar recôndito ,longe de todos os países ,distante de todas as nações ,orgulhosamente só, num cenário onde os dias se sucediam sempre tingidos com o cinzentismo da tristeza e as noites se repetiam sempre idênticas, no tom anilado do medo. Uma ansiedade surda e inconfessável trespassava as vidas, generalizadamente pequeninas, limitadas na quadratura do regime ,sem que se lhes permitisse terem horizontes rasgados para além da distância que as mãos podiam tocar. A pátria e a religião eram dogmas que legiões de guardas ,bufos e fantasmas defendiam implacável e fervorosamente ,em nome da mesma fé e da vil intolerância que fez dos cruzados seus aios. A escravidão tinha prendido o futuro dos homens aos penedos do conformismo e assim ,agrilhoados , mourejavam , enquanto podiam e quando lhes era permitido, para ganharem uma côdea de pão amargo .
Quando nos campos deixaram de poder viver, de saco às costas procuraram os arrabaldes da cidade capital onde se instalaram .Com o seu suor e sangue alimentaram as industrias nascentes e experimentaram a saudade. Sentimento igual , já haviam vivenciado os pigmeus seus antepassados quando, pelo mar fora, dentro de cascas de nozes ,desbravaram os oceanos dando novos mundos ao mundo e em gloriosa odisseia propagaram a fé, salvando das profundezas dos infernos tantas almas ímpias.
Deserdados da sorte, despojados de tudo ,são só possuidores da força do seu trabalho que vendem barato e sem condições aos poucos empregadores que nessa terra havia, outro tipo de gente, outra realidade social que existia no fausto e com as mordomias de quem domina .
Nesse reino inventado ,lá para as bandas do fim do mundo ,os meninos não iam à escola. Por carência absoluta, iam para os campos ,guardavam gado, lutavam pelo sustento, empreendendo o sacrifício como um ritual de vida que de geração para geração se mantinha.
Mas um dia os homens descobriram que havia uma esperança para lá das fronteiras. Encheram uma mala de cartão de coragem e partiram no seu encalço. Conheceram então, mais profundamente, o sentido e os contornos da saudade. Souberam que o sofrimento das casas de lata ainda superava o já suportado das charnecas. Os filhos deixaram de conhecer os pais. As mulheres ficaram viúvas sem terem os maridos defuntos .Mas de fora vinham francos , marcos, divisas que alimentavam a economia e ajudavam o regime, indiferente à imensa dor gerada pela debandada .Tanto que chorou o vento na sua passagem pelos campos abandonados. Terras incultas , casas vazias, camas arrefecidas.
Mas como se tal não bastasse, o governo começou a sacrificar a juventude, oferecendo o seu sangue e a sua vitalidade, em altares de guerra, em paragens distantes, onde os naturais se haviam erguido de armas na mão na luta pela sua independência ,contra o velho domínio do império.
Acrescentou-se a angustia que os discursos do regime não debelavam. Aprofundou-se a saudade que os aerogramas não atenuavam.
Foi então que nesse país longínquo e distante de todos, orgulhosamente só ,numa madrugada de Abril ,abriram-se os corações à esperança, os sonhos inundaram as ruas e acreditou-se na utopia. Partiram-se grilhões, soltaram-se as algemas ,abriram-se os peitos ,transbordou a liberdade.
As multidões, eternamente caladas, gritaram o que até então não tinham ousado pensar. Uns porque acreditaram, num novo rumo para a história, sumiram e os outros ,pela mesma razão, impuseram-se nas atitudes ,nos gestos, nas ocupações, nas reivindicações, na expressão dos sentimentos,na revolução dos cravos.
Por isso, a guerra que consumia a juventude, no ultimo altar do império, acabou .Por isso,os presos políticos ,passaram da masmorra à luz do dia, erguendo o punho, sorrindo ao futuro,brandindo as suas ideias como armas .
E houve quem acreditasse ,se calhar ainda há quem acredite, que nessa terra donde os pigmeus partiram em casquinhas de nozes ,dominando os oceanos para darem novos mundos ao mundo,a liberdade e a igualdade se tinham enraizado e eram doravante flores desabrochadas no rumo das suas vidas.
Mas, para lembrar as utopias e renovar os sonhos ,todos os anos, no dia vinte cinco do mês das aguas mil, tocam as fanfarras, estalam os foguetes, fazem-se discursos, e renovam-se as juras de manter vivo o espírito da tal madrugada em que os corações se abriram à esperança ,naquele país inventado e à beira mar plantado.


LENDAS DE CASTRO VERDE

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AS LENDAS DE CASTRO VERDE
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A riqueza de um Povo, de uma região, assenta na sua História, e também nas suas Lendas.
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Lenda da Cabeça de São fabião
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Consta que a cabeça teria sido trazida para o alentejo pela princesa Vataça, neta de um imperador Grego, que passou pelo concelho de Castro Verde.

Crê-se que este relicário foi fabricado na primeira metade do séc.XIII.

Se é inaceitável para a época a que foi atribuída, o seu fabrico ter quaisquer intencões de retrato naturalista, foram plenamente atingidos os objectivos do artífice, se este pretendeu com esta cabeça sugerir forças ocultas. Se o seu criador lhe abriu os ouvidos para que pudesse escutar os lamentos, as narinas para sentir as doenças e a boca para fazer saír o bafo generoso, deixou intactas as pupilas dos olhos, leva a crêr que os encomendadores iniciais, não pretendiam mandar encastoar e adorar uma simples relíquia, conhecendo perfeitamente os poderes a realçar e os perígos a evitar. De qualquer homem morto e muito mais de um Saudador, era preciso evitar o olhar e nomeadamente a insondável pupila, sempre perigosa ligação com os mundos do Além.

Apesar de há muito ter perdido a sua função, a cabeça- relicário permanecia viva na memória colectiva local, sendo identificada com S. Fabião, papa e mártir. Na opinião de alguns moradores mais idosos, o seu poder e virtudes procediam da facildade de sarar as doenças do gado.

Hoje, apesar de despojada de quase todas estas fabulosas roupagens que alimentaram os medos e os sonhos de tantas gerações, a cabeça- relicário de Casével continua a manter aquele olhar condescendente e inofensivo, aquele infindável sorriso de quem sabe que o seu mistério nunca será desvendado.



A Cabeça

A primeira referência documental à cabeça- relicário de S. Fabião, encontra-se num processo de visitação da comenda de Casével, do ano de 1565. Nas diversas visitações anteriores a 1565, um tanto estranhamente, não é feita qualquer alusão à cabeça relicário de S. Fabião. Numa visita empreendida por uma equipa do campo arqueológico de Mértola, em 1986, à pequena aldeia de Casével, com o objectivo de reunir e inventariar a documentação histórica dapositada na junta de freguesia, ocorreu uma insólita e extraordinária descoberta. Entre várias alfais litúrgicas em prata e em prata dourada, surgiu uma cabeça de prata de tamanho natural, contendo no seu interior, como depois se constatou, um crâneo humano.

A cabeça, em tamanho natural, é um trabalho em repuxado sobre chapa de prata de elevado teor argentífero. Através de um largo orifício zenital, onde se encontra rebitada uma cruz pátea é perceptível a calote craniana, à qual foi possível aceder, separando as duas partes do invólucro metálico, juntas entre si por pequenos parafusos de cabeça lavrada (trabalhada). O pescoço plinto é interiormente preenchido por um toro de azinho que serve de contrapeso e de suporte a uma pequena chapa de cobre com banho de prata, onde estão os restos ósseos, constituídos por uma calote craniana e quatro esquírolas. (O ertudo prévio osteológico foi efectuado em 1986, por um membro do campo arqueológico de Mértola. Citamos o telatório: " O material analisado é constituído por: 1 calote craniana; 1 osso lacrimal; parte inferior do temporal esquerdo (...) O material ósseo estudado pertence a um indivíduo do sexo masculino, com a idade compreendida entre os 30 e os 45 anos").

Envolvidos num pano de seda e apertados por um fio de prata, estes fragmentos de osso guardavam-se no interior da calote, que por sua vez assentava na chapa de suporte por uma fita côr de rosa. A parte posterior da cabeça é constituída por uma só chapa alongada a martelo e fixada ao plinto por solda e rebites. A face tem várias componentes, soldadas entre si e todas em repuxado, com excepção para a boca e o nariz que foram fundidos numa só peça.

Para além da abertura practicada no alto da cabeça e do seu adorno cruciforme, notam-se comunicando com o interior, seis pequenas perfurações entre os lábios, duas a servir de narinas e uma em cada orelha.
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Crónica escrita em1972
por
JOSÉ FRANCISCO COLAÇO GUERREIRO

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AO ROMPER DO DIA.
Nas manhãs orvalhadas pelas veredas serpentinas, lá vão os ranchos rompendo o dia em cantigas alegres.
O Sol ainda se esperguiça por entre os montados, as poças do caminho ainda estão vidradas pelo frio da noite e os pastores almoçam sopas nas malhadas de penumbra.
Moços pequenos, estenguidos com a geada que ainda alveja nas bermas do caminho e no palhuço das estrumeiras, correm à frente das mães inchadas de sono.
A Evangelina, que costuma começar as modas, hoje não canta nem conta novidades.
A tia Jesuína que já fez mais de sessenta mondas e tem os filhos e alguns netos "lá fóra", abana a moça fria e dá as duas carcachadas irónicas.
A passarada já começa a esvoaçar pelos céus de vapor e vai poisar nas árvores onde as cegonhas arraias fazem ninho..
Os homens que lavram a terra com charruas e arados já comeram pão com azeitonas e fazem-se ao caminho com parelhas fumegantes. No monte as moças vão ao poço, a mãe faz os despejos atrás do manturo, varre o portal e cáia a chaminé tostada pelo borralho da véspera.
As galinhas já sentiram o dia e os galos sobre o tendal do carro velho cantam a despique.
Cada qual governa a vida à sua maneira, debaixo da pipa da água que pinga, os gatos disputam com o perú uma espinha que tido ido na água engorcinada do balde.
Os porcos afossam o trigo e o porcariço incauto faz um cigarro de musgo de azinheira.
O rafeiro cativo impacienta-se com a espera das sopas de rolão do costume e late indignado.
O tio Branco "barre" a casinha com a vassoura de mata pulga e faz ranger o carrinho-de-mão até à estrumeira atrás do monte.
-Quita,quita, quita...no balão do avental de lã a bicharada já sente a alimpadura e corre em alvoroço até ao calcadoiro onde esta vai ser semeada.
Meio-dia passa sem os Homens olharem os seus destinos...
É hora de jantar e nem a sombra amiga dum chaparro fará comer Evangelina que é quem costuma começar as modas e hoje não canta nem conta novidades...

quinta-feira, abril 08, 2004

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IR À TERRA
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Desde que conheço Castro Verde, já lá vão 36 anos, fiquei ligado àquela terra, àquela região.
É sabido, diz-se amiúde, que os naturais de Lisboa, como eu, "não têm terra", o que leva a que, nas quadras festivas e nos períodos de férias grandes, quando a capital se começa a esvaziar de residentes, a caminho da (sua) terra, os lisboetas, sintam um certo "vazio" ,uma pontinha de inveja.
Gosto muito da Lisboa, é a minha cidade, sinto-me muito identificado com ela, contudo, já não compartilho aquele tal desconforto que sentem os meus conterrâneos. Agora, é com certo alvoroço, com "uma véspera de sono agitado", que estou de partida para a "terra" no dia seguinte.
Castro Verde, é já também a minha terra.
"Este fim de semana vou à terra" , ja dei comigo a pensar.
A "terra física", mas sobretudo "a terra emocional, de identificação com o "luogo totale", com as pessoas que gosto, com os seus hábitos, o seu "receber", o seu "dar-se", a química que agora funciona quando nos falamos, trocamos ideias, identificamos sinais, quando tomo o pequeno almoço no Café César, ali na Praça da Républica, , quando compro o "Expresso" e" a Bola" na Tabacaria ao lado, ou na Estação das Camionetas, quando desço a rua da Cooperativa até ao recinto da Feira onde sempre me espanto,deliciado,perante a imensidão da planície, amarelo-torrada, no Verão, verde-erva no Inverno. Confesso que prefiro a côr dourada do Verão, por que é o que faz a diferença do resto do país. Agora já tenho história naquela terra, já criei os meus liames, as minhas saborosas rotinas.
Ir ao Monte da Ribeira, sentir o cheiro da terra, imaginar aquela casa em plena azáfama em dia de colheitas, ou sementeiras, transportar, situar naquele espaço-físico que se me depara, as "estórias" que tenho ouvido sobre os seus serões em família, os contos, as adivinhas, os cantares, os ralhetes, os sonhos. As brincadeiras sem fim de nove gaiatos à solta, as chegadas dos "moirais" com estórias fantásticas, as passagens dos malteses a caminho de sítio nenhum, os banhos na Ribeira de Cobres,



as visitas das meninas do Pardieiro,as malgas de café da Tia Anica do Forno da Cal.
Tudo isto são registos que já povoam o meu imaginário. É já a minha história alentejana.
J.Júlio Herdeiro

segunda-feira, abril 05, 2004

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O Zé FRANCISCO veio estudar para
Lisboa, muito jovem, e desde logo,
revelou um talento muito especial
para a escrita, sobretudo , para
a prosa. Com 17 anos já escrevia
para o Jornal do Alentejo saborosas,
e por vezes polémicas crónicas. Estou
a lembrar as que levantaram a questão
do verdadeiro local da Batalha de Ou-
rique.
A Avó FELICIDADE LÚCIA, que muito
orgulho tinha no seu neto "que es-
crevia tão bem", guardou religiosamen
te , dois recortes de 2 dos artigos , que
ele publicou , no ano de 1972.
Graças à ALICE, que os recuperou,pu-
blicamos hoje o primeiro dos dois, pro-
metendo para muito breve a outra Cró-
nica , também de grande qualidade..
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CRÓNICA.
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...SINCERAMENTE
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Quem conhece o Alentejo das Planícies?
Quem passou fome por entre charnecas (agora aramadas)? Quem ouviu o cantar fresco de moças roliças quando vão para o poço?
Quando comes um pão de leite ou uma tosta mista reforçada, acreditas que quem lançou e arrancou a semente à terra está roendo pão de semanas com toucinho velho ou azeitonas?
Já viste suar um cavador que em alvercas fundas vai derramando sonhos? Já viste lavrar terra de bronze onde pés de ganhões esmagam torrões de aço? Já entraste em casas sem solo onde em camas de pedra se deitam irmãos teus? Já viste mulheres eternamente prenhas mergulhadas em rios de gelo a lavar roupas brancas de leitos fofos? Já sonhaste com pastores tristes isolados do mundo beijando cabritos assados por sóis cruéis? Já limpaste o rosto queimado de ceifeiros tostos em restolhos pardos? Já beijaste mondadeiras frias como a geada que queima searas que são pão teu? Já viste homens pegando servilmente o chapéu quando cumprimentam seus iguais? Já sentiste o calôr abafado que torra crianças analfabetas? Já viste homens desconfiados dos chaparros por nada terem para sonhar? Já afagaste o pêlo assovelado de cães-macacos magros da pobreza e do trabalho? Já respiraste o vapôr do café preto na mesa dos pobres? Já lançaste a tua mão branca a um povo que a cantar manifesta o labirinto-sorte donde não consegue fugir-se?
Então...


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Poema de
NATERCIA MARIA
dedicado ao MIGUEL
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MIGUEL.
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Miguel
Toma atenção
o que aqui te vou escrever
mas peço-te que não te rias
do que te estou a dizer.
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Vou-te contar um segredo
quero que o saibas também
ficámos muito felizes
quando soubémos que estavas
na barriga da tua mãe.
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Pr.a mim foi uma surpresa
na altura não esperava
ao saber que a tua mãe
dentro dela trazia
um Sêr que desabrochava.
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No dia 30 de Junho
cá vens tu, meu rebentinho
com os teus cabelos negros
um tanto ou quanto magrinho.
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E tu meu pequeno Miguel
tens uma mãe muito atenta
com o seu próprio leitinho
pouco a pouco te alimenta
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Agora mais crescidinho
já comes a tua sopinha
que te prepara com carinho
a tua querida mãezinha.
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Tens uma mãe muito atenta
um pai muito embevecido
nas suas caras se vê
como bébe ,tu lhe és querido
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Foste benvindo bébé
és por todos muito amado
já viste quantos amigos
tu tens sempre a teu lado?
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Teu avô fica vaidoso
não podemos duvidar
quando ele te tem ao colo
ficas tão encostadinho
e não o queres deixar
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A tua avó adora-te
diz-te coisas malucas
canta-te à alentejana
e tu meu pequenino
ao fim de um bocadinho
já estás dormindo na cama.
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Estou desejando te vêr
no Pavilhão a brincar
nós ,sentados no lago
tu, por ali a saltar
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E o tempo vai passando
Miguel, tu vais crescendo
simpático e brincalhão
és bastante sorridente
gostas de sorrir prá gente
e a tudo dás atenção.
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Agora pr.a terminar
bébé vou-te dizer
tinhas uma tia velhinha
que gostava de ti a valer
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Não calculas o carinho
com que ela te pegava
e o seu olhar muito atento
quando para ti olhava..


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domingo, abril 04, 2004

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Do MANUEL BATISTA COLAÇO
publicamos hoje este poema,
que se espera seja o primeiro
entre muitos, e que seguramente
vem enriquecer o património
do nosso Blog.

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POEMA GEOGRÁFICO
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CASTRO VERDE CONCEIÇÃO
BEJA ALVITO FERREIRA
MOURA SERPA BALEIZÃO
SINES CUBA VIDIGUEIRA
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I
SÃO JOÃO DOS CALDEIREIROS
ALBERNOA ALCARIA
ERMIDAS SANTA LUZIA
FIGUEIRA DOS CAVALEIROS
ALDEIA DOS PALHEIROS
AMOREIRAS SÃO ROMÃO
PANÓIAS SABÓIA ARVÃO
ALMEIRIM SÃO MIGUEL
AMIEIRA LUZ PORTEL
CASTRO VERDE CONCEIÇÃO
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II
GRÂNDOLA JUNGEIROS ALJUSTREL
OURIQUE ALCÁCER DO SAL
CÓLOS ODEMIRA CERCAL
ALMODÔVAR ERVIDEL
AMARELEJA BRINGEL
SÃO MARCOS DA ATABOEIRA
ROSÁRIO CANAL CAVEIRA
TRIGACHES SANTA IRIA
VILA NOVA DA BARONIA
BEJA ALVITO FERREIRA
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III
ALMOGRAVE ZAMBUJEIRA
SAFARA SANTO AMADOR
CASÉVEL VALE DE AÇOR
PORTO CÔVO TANGANHEIRA
VALE DE VARGO VERGUEIRA
CABEÇA GORDA TORRÃO
SÃO DOMINGOS POMARÃO
MOREANES FIGUEIRINHA
CASA BRANCA BARROSINHA
MOURA SERPA BALEIZÃO
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IV
RELÍQUIAS AIVADOS MESSEJANA
BRINCHES BARRANCOS PIAS
ODIVELAS SÃO MATIAS
MINAS DA JULIANA
CARREGUEIRO SANTA SUZANA
PORTEIRINHOS AMEIXOEIRA
ENTRADAS AMENDOEIRA
CANHESTROS ALVALADE
CÓRTE PINTO TRINDADE
SINES CUBA VIDIGUEIRA



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sábado, abril 03, 2004

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AS PALAVRAS SÃO COMO AS CEREJAS
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E como tal, de novo reunida
a família em Casa das Primas,
novos "ditos e proverbios
alentejanos" surgiram na
palavra, e aqui lhes damos
conta:
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Pão torrado não farta velhaco
Não caga nem sai detrás da moita
Nem o pai morre , nem a gente almoça
Conversa de alforge, sardinhas a dez
Amarga-lhe o cú que nem um pepino
O que me a mim faltava
Faz tanta falta como viola no enterro
Assenta tão bem que nem dedo em cú de cónego
Quem tem unhas é que toca viola
Quem muitos burros toca, algum há-de deixar pr.a trás
Tão ladrão é o que rouba , como o que fica à porta a guardar
Ovelha que berra , prado que perde
Se não te acomodares vai haver cachapuz com couve
Mais vale um pássaro na mão que dois a voar
É como manteiga em focinho de cão.

Quem tem mais "ditos" para o nosso Blog?