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30 de Junho
O MIGUEL FAZ HOJE 2 ANOS.
Teve uma festinha rodeada de afectos dos pais. Ana Lúcia e Pedro, avós, tios, tias e a priminha mais nova a Francisca.
Cantou o "Parabens a você", "tocam os sinos", e brincou até à exaustão com os novos brinquedos que ganhou de presente.
A festinha com os coleguinhas da escola vai decorrer no Domingo, e tem palhaços...
BLOGUE que canta, escreve e mostra o Alentejo. Nasceu entre alentejanos da região de Castro Verde e Almodôvar . MADRINHA DE HONRA DO BLOGUE: TIA MARIA BÁRBARA MARQUES
quinta-feira, junho 30, 2005
TOM JOBIM
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TOM "CYBER" JOBIM
..
Se Tom Jobim usasse o Windows...
O seu poema seria assim:
.
É pau
É vírus
É o fim do programa
É um erro fatal
O começo do drama.
É o turbo Pascal
Diz que falta um login
Não me mostra onde é
E já trava no fim.
É dois, é três, é um 486
É comando ilegal
Essa m.... bloqueia
É um erro e trava
É um disco mordido
HD estragado
Ai meu Deus tô ......
São as barras de espaço
Exibindo um borrão
É a promessa de vídeo
Escondendo um trojão
É o computador
Me fazendo de otário
Não compila o programa
Salva só o comentário.
É ping, é pong
O meu micro me chuta
O scan não retira
O Windows não entra
E nem volta pro DOS
Não funciona o reset
Me detona a voz
É abort, é retry
Disco mal formatado
PCTools não resolve
Norton trava o teclado
É impressora sem tinta
Engolindo o papel
Meu trabalho de dias
Foi cuspido pro céu!...
TOM "CYBER" JOBIM
..
Se Tom Jobim usasse o Windows...
O seu poema seria assim:
.
É pau
É vírus
É o fim do programa
É um erro fatal
O começo do drama.
É o turbo Pascal
Diz que falta um login
Não me mostra onde é
E já trava no fim.
É dois, é três, é um 486
É comando ilegal
Essa m.... bloqueia
É um erro e trava
É um disco mordido
HD estragado
Ai meu Deus tô ......
São as barras de espaço
Exibindo um borrão
É a promessa de vídeo
Escondendo um trojão
É o computador
Me fazendo de otário
Não compila o programa
Salva só o comentário.
É ping, é pong
O meu micro me chuta
O scan não retira
O Windows não entra
E nem volta pro DOS
Não funciona o reset
Me detona a voz
É abort, é retry
Disco mal formatado
PCTools não resolve
Norton trava o teclado
É impressora sem tinta
Engolindo o papel
Meu trabalho de dias
Foi cuspido pro céu!...
terça-feira, junho 28, 2005
salvé o 28 de Junho , dia do ZÉ FRANCISCO
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É dia 28 de Junho, é dia de festa no Blog, e em Castro Verde, e no Alentejo.
O Zé Francisco festeja o seu aniversário, nós festejamos o dia do Zé Francisco.
Não conheço nenhum alentejano , mais arreigado ao Alentejo , mais Alentejano que o Zé Francisco.
Por isso não só nós, cá do Blog, devemos estar com ele neste dia festivo.
A Alentejo deve-lhe imenso a sua divulgação.
As violas campaniças existem mais, soam mais vezes, dobram os sons..
O cante é hoje mais ouvido, mais cantado, mais badalado, mais discutido.
Em grupos de Cante, há mais "Ganhões", mais "Camponesas", mais "Carapinhas"
Com o Baldão há mais Feira de Castro, há mais cantar, há mais tradição.
Com o "Património", há mais rádio, há mais palavra, mais comunicação.
Com a Cortiçol mais património, mais ambiente, mais cultura, mais divulgação.
O nosso Blog festeja ruidosamente o Zé Francisco e lembra-lhe que gosta de doces!!!!
É dia 28 de Junho, é dia de festa no Blog, e em Castro Verde, e no Alentejo.
O Zé Francisco festeja o seu aniversário, nós festejamos o dia do Zé Francisco.
Não conheço nenhum alentejano , mais arreigado ao Alentejo , mais Alentejano que o Zé Francisco.
Por isso não só nós, cá do Blog, devemos estar com ele neste dia festivo.
A Alentejo deve-lhe imenso a sua divulgação.
As violas campaniças existem mais, soam mais vezes, dobram os sons..
O cante é hoje mais ouvido, mais cantado, mais badalado, mais discutido.
Em grupos de Cante, há mais "Ganhões", mais "Camponesas", mais "Carapinhas"
Com o Baldão há mais Feira de Castro, há mais cantar, há mais tradição.
Com o "Património", há mais rádio, há mais palavra, mais comunicação.
Com a Cortiçol mais património, mais ambiente, mais cultura, mais divulgação.
O nosso Blog festeja ruidosamente o Zé Francisco e lembra-lhe que gosta de doces!!!!
sexta-feira, junho 24, 2005
preliminares
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UM AMIGO ENCONTRA UM EX-COLEGA DE TRABALHO :
-"ME SEPAREI DA MINHA MULHER E JÁ FIZEMOS A DIVISÃO DOS BENS."
O COLEGA PERGUNTA:
-"E OS FILHOS?"
O OUTRO RESPONDE:
-"O JUIZ, SABIAMENTE, DECIDIU QUE FICARIAM COM AQUELE QUE MAIS BENS RECEBEU AO FINAL DO PROCESSO.
-"HOJE MEUS DOIS FILHOS ESTÃO VIVENDO COM O ADVOGADO".
UM AMIGO ENCONTRA UM EX-COLEGA DE TRABALHO :
-"ME SEPAREI DA MINHA MULHER E JÁ FIZEMOS A DIVISÃO DOS BENS."
O COLEGA PERGUNTA:
-"E OS FILHOS?"
O OUTRO RESPONDE:
-"O JUIZ, SABIAMENTE, DECIDIU QUE FICARIAM COM AQUELE QUE MAIS BENS RECEBEU AO FINAL DO PROCESSO.
-"HOJE MEUS DOIS FILHOS ESTÃO VIVENDO COM O ADVOGADO".
quinta-feira, junho 23, 2005
IMAGENS DO ALENTEJO - CASTRO DA COLA
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CASTRO DA COLA
No povoado de Castro da Cola encontram-se poucos vestígios romanos, mas uma herança muçulmana interessantíssima e traços cristãos da época medieval que...
De Castro da Cola, em Ourique, rezam lendas de assombrações, de tesouros ou mouras encantadas e à sua volta espalham-se na paisagem as marcas que o Homem deixou desde tempos imemoriais.
Entre a descoberta de antigos povoados e monumentos funerários, faça o circuito arqueológico e viaje em poucas horas desde o Neolítico à Idade Média, passando pela Idade do Bronze.
Antas, necrópoles da Idade do Ferro ou povoados da mesma época, uma povoação calcolítica, são 15 as paragens seleccionadas entre os 30 sítios arqueológicos que se conhecem na região, num percurso arqueológico pensado para visualizar como viviam os nossos antepassados.
Agricultura, caça, pesca, são muitas as actividades que se desenvolveram determinando a ocupação permanente desta terra fértil, dominada pelo rio Mira.
Nesta zona única para o conhecimento da nossa história, aproveite também para visitar a ermida da Nossa Senhora da Cola que todos os anos se enche com peregrinos que aí vão pagar as suas promessas.
Celebra a Natividade de Nossa Senhora e tem grande devoção popular do povo do Baixo Alentejo. A sua construção data do século XVII. A substituir a Imagem primitiva, do século XIV, existe uma em talha dourada, do século XVII. A principal romaria realiza-se a 7 e 8 de Setembro, mas no mês de Maio também se efectuam diversas manifestações religiosas, sem data fixa.
Este local, além de ser muito concorrido por peregrinos, tem a atracção arqueológica do "Castro da Cola".
CASTRO DA COLA
No povoado de Castro da Cola encontram-se poucos vestígios romanos, mas uma herança muçulmana interessantíssima e traços cristãos da época medieval que...
De Castro da Cola, em Ourique, rezam lendas de assombrações, de tesouros ou mouras encantadas e à sua volta espalham-se na paisagem as marcas que o Homem deixou desde tempos imemoriais.
Entre a descoberta de antigos povoados e monumentos funerários, faça o circuito arqueológico e viaje em poucas horas desde o Neolítico à Idade Média, passando pela Idade do Bronze.
Antas, necrópoles da Idade do Ferro ou povoados da mesma época, uma povoação calcolítica, são 15 as paragens seleccionadas entre os 30 sítios arqueológicos que se conhecem na região, num percurso arqueológico pensado para visualizar como viviam os nossos antepassados.
Agricultura, caça, pesca, são muitas as actividades que se desenvolveram determinando a ocupação permanente desta terra fértil, dominada pelo rio Mira.
Nesta zona única para o conhecimento da nossa história, aproveite também para visitar a ermida da Nossa Senhora da Cola que todos os anos se enche com peregrinos que aí vão pagar as suas promessas.
Celebra a Natividade de Nossa Senhora e tem grande devoção popular do povo do Baixo Alentejo. A sua construção data do século XVII. A substituir a Imagem primitiva, do século XIV, existe uma em talha dourada, do século XVII. A principal romaria realiza-se a 7 e 8 de Setembro, mas no mês de Maio também se efectuam diversas manifestações religiosas, sem data fixa.
Este local, além de ser muito concorrido por peregrinos, tem a atracção arqueológica do "Castro da Cola".
CASTRO VERDE NO FEIJÓ
..
.
CASTRO VERDE NO FEIJÓ
..
Houve festas no Feijó
celebrou-se o Alentejo
Castro Verde deu o nó
com os seus filhos do Tejo
.
Com o rio aqui tão perto
as gentes do sul cantaram
no seu sotaque lento e certo
e a toda a gente encantaram
.
De Castro vieram cantoras
poetas e tocadores
teatro de amadoras
suas vidas, seus amôres
.
Ao som das campaniças
belas modas se cantaram
o fabrico de chouriças
as veteranas mimaram
.
A vida real recordaram
do palaíto aos sobreiros
e todos se emocionaram
com o hino dos mineiros
.
"Morreram, quatro mineiros"
até a pele se eriçou
"vêjam lá companheiros"
o Alentejo está aqui, chegou!!!
.
JÚLIO
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CASTRO VERDE NO FEIJÓ
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Houve festas no Feijó
celebrou-se o Alentejo
Castro Verde deu o nó
com os seus filhos do Tejo
.
Com o rio aqui tão perto
as gentes do sul cantaram
no seu sotaque lento e certo
e a toda a gente encantaram
.
De Castro vieram cantoras
poetas e tocadores
teatro de amadoras
suas vidas, seus amôres
.
Ao som das campaniças
belas modas se cantaram
o fabrico de chouriças
as veteranas mimaram
.
A vida real recordaram
do palaíto aos sobreiros
e todos se emocionaram
com o hino dos mineiros
.
"Morreram, quatro mineiros"
até a pele se eriçou
"vêjam lá companheiros"
o Alentejo está aqui, chegou!!!
.
JÚLIO
quinta-feira, junho 16, 2005
O CANTE E OS SEUS INTERPRETES
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O CANTE E OS SEUS INTERPRETES
de
JOSÉ FRANCISCO COLAÇO GUERREIRO
Nas vilas os grupos resistem, lá para as bandas da cidade capital ,onde em quantidade e qualidade dantes refulgiam, os corais agora envelhecem e definham, nas aldeias ,apesar de toda a conjuntura desfavorável, continuam ainda a desabrochar, pontualmente , iniciativas credíveis que tentam corporizar a tradição e mereciam ser devidamente acalentadas.
No actual panorama, já obviamente preocupante e cujo agravamento tendencialmente se irá aprofundando, praticamente só a MODA- Associação do Cante Alentejano vai esboçando, timidamente, alguns gestos de inconformismo e de denuncia do estado de penúria para onde vai sendo atirado aquele que é o torrão mais rico da nossa cultura popular.
Com cerca de meia centena de grupos associados, a MODA vai promovendo encontros, reuniões e debates onde se desenvolve a reflexão sobre as questões mais candentes e pertinentes que afectam a vida e o futuro do cante alentejano.
Temos consciência do estado de abandono a que os corais têm sido votados , vivendo de costas voltadas uns para os outros e entregues a si próprios, sem beneficiarem de qualquer tipo de enquadramento ou cuidado adequados por parte do governo e das autarquias , estas que se têm limitado a facultar-lhes, quando muito, o transporte para as saídas.
Mas mesmo que esta facilidade subsistisse, contrariamente ao que tem vindo agora a suceder em muitos lugares, tal não era suficiente para dar o alento vital que se impunha, face à crise em que os grupos mergulharam e às características ,às debilidades e à natureza intrínseca dos interpretes do cante alentejano.
Antes de mais, e desde logo ,importava que o poder local, já nem falamos do outro, tivesse a sensibilidade, ganhasse a consciência do papel e da importância que a moda tem na realidade cultural do Alentejo como elemento agregador das gentes e como factor motivador da nossa identidade.
Para além da sua vertente meramente artística, que só por si seria o bastante para dar relevo ao nosso cante , para justificar todo o empenho por parte de quem detém a responsabilidade da vida cultural nos nossos concelhos , acresce ainda a sua valia maior que reside na circunstancia do mesmo ser o único elo que aqui a todos une. A nossa memória colectiva está impregnada de cante. A nossa afectividade foi moldada com a poesia e a melodia das modas e, por sua vez, influenciou o nosso modo de cantar.
Tudo isto justificava que o cante fosse eleito como prioridade primeira dos afazeres dos pelouros da cultura das autarquias. Têm os meios ,a vocação e a obrigação de zelar pelo nosso património. Por isso , deviam cuidar de reflectir colectivamente sobre o cante e os seus interpretes.
Deviam, antes de mais, assumir a problemática do cante como um problema seu.
Urgia que interiorizassem as mazelas dos grupos e se deitassem com elas,para depois poderem sonhar com um estar diferente para os agentes culturais mais entusiásticos e generosos dos seus concelhos.
Sem paternalismos , deviam apoiar, sem interferir deviam promover.
Sem grandes custos , podiam fazer um levantamento da actual realidade coral, inventariando as suas potencialidades e as suas fraquezas de modo a imprimir-se um estar e uma atitude diferentes no dia a dia dos grupos.
Para a sobrevivência do cante é essencial dignificar.
Os grupos têm de deixar de ser olhados como os parentes pobres que se arrastam por gosto e pedem que os oiçam por amor de Deus. Não podem continuar a ser olhados como a imagem viva do tempo da servidão. Se quisermos dar futuro a um tão rico património, é essencial que se dinamizem acções tendentes a mudar a mentalidade reinante que faz afastar os jovens do cante com uma atitude de desprezo incutido por anos de marginalização.Com efeito, importa actuar já, embora tardiamente, com vista a ser valorizado, dignificado, elogiado como merece, o nosso modo de expressão vocal. Nas escolas, nas praças, nos nossos corações.
Condição essencial para começar é que o cante seja considerado Património do Alentejo e os seus intérpretes sejam tidos como parceiros culturais privilegiados pelo poder que nos rege.
O CANTE E OS SEUS INTERPRETES
de
JOSÉ FRANCISCO COLAÇO GUERREIRO
Nas vilas os grupos resistem, lá para as bandas da cidade capital ,onde em quantidade e qualidade dantes refulgiam, os corais agora envelhecem e definham, nas aldeias ,apesar de toda a conjuntura desfavorável, continuam ainda a desabrochar, pontualmente , iniciativas credíveis que tentam corporizar a tradição e mereciam ser devidamente acalentadas.
No actual panorama, já obviamente preocupante e cujo agravamento tendencialmente se irá aprofundando, praticamente só a MODA- Associação do Cante Alentejano vai esboçando, timidamente, alguns gestos de inconformismo e de denuncia do estado de penúria para onde vai sendo atirado aquele que é o torrão mais rico da nossa cultura popular.
Com cerca de meia centena de grupos associados, a MODA vai promovendo encontros, reuniões e debates onde se desenvolve a reflexão sobre as questões mais candentes e pertinentes que afectam a vida e o futuro do cante alentejano.
Temos consciência do estado de abandono a que os corais têm sido votados , vivendo de costas voltadas uns para os outros e entregues a si próprios, sem beneficiarem de qualquer tipo de enquadramento ou cuidado adequados por parte do governo e das autarquias , estas que se têm limitado a facultar-lhes, quando muito, o transporte para as saídas.
Mas mesmo que esta facilidade subsistisse, contrariamente ao que tem vindo agora a suceder em muitos lugares, tal não era suficiente para dar o alento vital que se impunha, face à crise em que os grupos mergulharam e às características ,às debilidades e à natureza intrínseca dos interpretes do cante alentejano.
Antes de mais, e desde logo ,importava que o poder local, já nem falamos do outro, tivesse a sensibilidade, ganhasse a consciência do papel e da importância que a moda tem na realidade cultural do Alentejo como elemento agregador das gentes e como factor motivador da nossa identidade.
Para além da sua vertente meramente artística, que só por si seria o bastante para dar relevo ao nosso cante , para justificar todo o empenho por parte de quem detém a responsabilidade da vida cultural nos nossos concelhos , acresce ainda a sua valia maior que reside na circunstancia do mesmo ser o único elo que aqui a todos une. A nossa memória colectiva está impregnada de cante. A nossa afectividade foi moldada com a poesia e a melodia das modas e, por sua vez, influenciou o nosso modo de cantar.
Tudo isto justificava que o cante fosse eleito como prioridade primeira dos afazeres dos pelouros da cultura das autarquias. Têm os meios ,a vocação e a obrigação de zelar pelo nosso património. Por isso , deviam cuidar de reflectir colectivamente sobre o cante e os seus interpretes.
Deviam, antes de mais, assumir a problemática do cante como um problema seu.
Urgia que interiorizassem as mazelas dos grupos e se deitassem com elas,para depois poderem sonhar com um estar diferente para os agentes culturais mais entusiásticos e generosos dos seus concelhos.
Sem paternalismos , deviam apoiar, sem interferir deviam promover.
Sem grandes custos , podiam fazer um levantamento da actual realidade coral, inventariando as suas potencialidades e as suas fraquezas de modo a imprimir-se um estar e uma atitude diferentes no dia a dia dos grupos.
Para a sobrevivência do cante é essencial dignificar.
Os grupos têm de deixar de ser olhados como os parentes pobres que se arrastam por gosto e pedem que os oiçam por amor de Deus. Não podem continuar a ser olhados como a imagem viva do tempo da servidão. Se quisermos dar futuro a um tão rico património, é essencial que se dinamizem acções tendentes a mudar a mentalidade reinante que faz afastar os jovens do cante com uma atitude de desprezo incutido por anos de marginalização.Com efeito, importa actuar já, embora tardiamente, com vista a ser valorizado, dignificado, elogiado como merece, o nosso modo de expressão vocal. Nas escolas, nas praças, nos nossos corações.
Condição essencial para começar é que o cante seja considerado Património do Alentejo e os seus intérpretes sejam tidos como parceiros culturais privilegiados pelo poder que nos rege.
quarta-feira, junho 15, 2005
imagens do alentejo - ALTER DO CHÃO
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Estiveram conosco nesta Semana do Concelho de Castro Verde no Feijó, 2 grupos de ALTER DO CHÃO.
O Grupo de Música Popular "Abelterium" e o o Rancho Folclórico "As ceifeiras" de Alter do Chão.
Ambos muito bons, e que espalharam a sua alegria a cantar e a dançar.
Por isso, o nosso Blog, publica hoje um pequeno retrato da urbe alentejana.
CONCELHO DE ALTER DO CHÃO:
Concelho constituído por quatro freguesias: Alter do Chão, Seda Chança e Cunheira.
Área: 361 Km2, representando 6% da área total do Alentejo.
População: 4 019 habitantes (concelho), distribuídos por cerca de 2 612 habitantes na sede de concelho (Alter do Chão), 96 habitantes (lugar de Alter Pedroso), 537 habitantes (Chancelaria), 391 habitantes (Seda) e 479 habitantes (Cunheira) segundo últimos dados dos Censos 2001.
Localização:
Da capital de Distrito (Portalegre) dista 36 Km, de Évora 90 Km e de Lisboa 190 Km.
De Alter do Chão a Seda: 12 Km.
De Alter do Chão a Chança: 18 Km.
De Alter do Chão a Cunheira: 26 Km.
De Alter do Chão a Alter Pedroso: 3 Km.
Estatistica:
Densidade população: 12,3 hab/Km2
Taxa de desemprego: 8,4%
Taxa de actividade: 33,7%
Emprego no sector primário: 22,5%
Emprego no sector secundário: 21,2%
Emprego no sector terciário: 56,2%
Taxa de analfabetismo: 24,9%
Pop. Com Ensino Superior Completo: 1,1%
Encontra-se em implementação um pequeno centro de excelência industrial na fileira da cortiça, na área da primeira transformação.
CASTELO DE ALTER DO CHÃO
Nota Histórica:
A origem de Alter do Chão poderá ser atribuída a um povoado romano, fundado a partir de um aglomerado da Idade do Ferro em Alter Pedroso.
De Abelterium, cidade romana que vem referenciada no Itinerário de Antonino Pio, terá provavelmente nascido Alter do Chão.
No reinado de D. Sancho II, o Bispo da Diocese da Guarda D. Vicente, propôs “restaurar e povoar Alter”, atribuindo-lhe o 1º Foral no ano de 1232. D. Afonso III com o objectivo de incentivar o povoamento, manda reconstruí-la e terá concedido novo Foral em 1249. D. Dinis atribui-lhe dois Forais em anos consecutivos, o último data de 25 de Março de 1293 e conferia-lhe todos os privilégios de Santarém.
Em 1359, D. Pedro I mandou edificar o actual Castelo e confirma-lhe, através de nova carta de Foral os privilégios anteriores.
D. João I, Mestre da Ordem de Avis, cede em senhorio a D. Nuno Álvares Pereira, passando os bens para a Casa de Barcelos e posteriormente para a Casa de Bragança, fundada pelo casamento de D. Beatriz, filha do Condestável com D. Afonso, filho bastardo do progenitor da Ínclita Geração.
O Foral de Leitura Nova, foi-lhe atribuído a 1 de Junho de 1512 no decurso da nova reforma mandada efectivar por D. Manuel.
Do período quinhentista as construções que subsistem mostram a vitalidade e importância que a vila tomou.
São deste período o Chafariz Renascentista, Igreja de Nossa Senhora da Alegria e a Janela Geminada, na Rua General Blanco.
Prova evidente do desenvolvimento que Alter alcançou no período Barroco, e do qual se pode orgulhar, são as várias construções civis e religiosas de entre elas algumas imponentes, das quais se destacam: Coudelaria de Alter, mandada construir por D. João V em 1748 por iniciativa do Príncipe D. José, para a produção do cavalo Lusitano, cujo destino era a Arte Equestre, muito em voga nas cortes daquela época; o Palácio do Álamo, Igreja do Senhor Jesus do Outeiro, Igreja do Convento de Santo António e os chafarizes da Barreira e dos Bonecos.
Estiveram conosco nesta Semana do Concelho de Castro Verde no Feijó, 2 grupos de ALTER DO CHÃO.
O Grupo de Música Popular "Abelterium" e o o Rancho Folclórico "As ceifeiras" de Alter do Chão.
Ambos muito bons, e que espalharam a sua alegria a cantar e a dançar.
Por isso, o nosso Blog, publica hoje um pequeno retrato da urbe alentejana.
CONCELHO DE ALTER DO CHÃO:
Concelho constituído por quatro freguesias: Alter do Chão, Seda Chança e Cunheira.
Área: 361 Km2, representando 6% da área total do Alentejo.
População: 4 019 habitantes (concelho), distribuídos por cerca de 2 612 habitantes na sede de concelho (Alter do Chão), 96 habitantes (lugar de Alter Pedroso), 537 habitantes (Chancelaria), 391 habitantes (Seda) e 479 habitantes (Cunheira) segundo últimos dados dos Censos 2001.
Localização:
Da capital de Distrito (Portalegre) dista 36 Km, de Évora 90 Km e de Lisboa 190 Km.
De Alter do Chão a Seda: 12 Km.
De Alter do Chão a Chança: 18 Km.
De Alter do Chão a Cunheira: 26 Km.
De Alter do Chão a Alter Pedroso: 3 Km.
Estatistica:
Densidade população: 12,3 hab/Km2
Taxa de desemprego: 8,4%
Taxa de actividade: 33,7%
Emprego no sector primário: 22,5%
Emprego no sector secundário: 21,2%
Emprego no sector terciário: 56,2%
Taxa de analfabetismo: 24,9%
Pop. Com Ensino Superior Completo: 1,1%
Encontra-se em implementação um pequeno centro de excelência industrial na fileira da cortiça, na área da primeira transformação.
CASTELO DE ALTER DO CHÃO
Nota Histórica:
A origem de Alter do Chão poderá ser atribuída a um povoado romano, fundado a partir de um aglomerado da Idade do Ferro em Alter Pedroso.
De Abelterium, cidade romana que vem referenciada no Itinerário de Antonino Pio, terá provavelmente nascido Alter do Chão.
No reinado de D. Sancho II, o Bispo da Diocese da Guarda D. Vicente, propôs “restaurar e povoar Alter”, atribuindo-lhe o 1º Foral no ano de 1232. D. Afonso III com o objectivo de incentivar o povoamento, manda reconstruí-la e terá concedido novo Foral em 1249. D. Dinis atribui-lhe dois Forais em anos consecutivos, o último data de 25 de Março de 1293 e conferia-lhe todos os privilégios de Santarém.
Em 1359, D. Pedro I mandou edificar o actual Castelo e confirma-lhe, através de nova carta de Foral os privilégios anteriores.
D. João I, Mestre da Ordem de Avis, cede em senhorio a D. Nuno Álvares Pereira, passando os bens para a Casa de Barcelos e posteriormente para a Casa de Bragança, fundada pelo casamento de D. Beatriz, filha do Condestável com D. Afonso, filho bastardo do progenitor da Ínclita Geração.
O Foral de Leitura Nova, foi-lhe atribuído a 1 de Junho de 1512 no decurso da nova reforma mandada efectivar por D. Manuel.
Do período quinhentista as construções que subsistem mostram a vitalidade e importância que a vila tomou.
São deste período o Chafariz Renascentista, Igreja de Nossa Senhora da Alegria e a Janela Geminada, na Rua General Blanco.
Prova evidente do desenvolvimento que Alter alcançou no período Barroco, e do qual se pode orgulhar, são as várias construções civis e religiosas de entre elas algumas imponentes, das quais se destacam: Coudelaria de Alter, mandada construir por D. João V em 1748 por iniciativa do Príncipe D. José, para a produção do cavalo Lusitano, cujo destino era a Arte Equestre, muito em voga nas cortes daquela época; o Palácio do Álamo, Igreja do Senhor Jesus do Outeiro, Igreja do Convento de Santo António e os chafarizes da Barreira e dos Bonecos.
os nossos poetas
...
"RECORDAR É VIVER"
.
A desassete de Novembro de mil novecentos e quarenta e sete
havia grande fervôr
chegava a Vigem a Fátima
resplandescente no seu andor.
.
Com os meus oito aninhos
andava numa euforia
ia vestida de anjinho
para os pés da Virgem Maria
.
Eram os velhos e novos
o povo ninguém engana
a Virgem vinha chegando
à altura da Serrana.
.
Como recordar é viver
eu recordo esse dia
vem chegamdo à Serrana
diz "Tótó" com alegria
.
"Tótó" diminuitivo de António
era assim que era tratado
um primo muito querido
por nós todos muito amado
.
A Vila estava branquinha
toda ela engalanada
para receber a visita
que há muito era esperada
.
Com as minhas asas brancas
como pomba a esvoaçar
perdi o meu lencinho branco
não pôde as lágrimas secar
.
Até posso parecer tola
do passado estar a falar
está na minha memória
o que gosto de recordar
.
Os anos já se passaram
continuo a recordar
dos tempo que já passaram
e não tornam a voltar
.
Cinquenta e quatro anos
muitos anos na idade
já vou estando vèlhinha
tudo recordo com "saudade"
.
Poema de
MARIA BARBARA CONTREIRAS APOLÓNIA
"RECORDAR É VIVER"
.
A desassete de Novembro de mil novecentos e quarenta e sete
havia grande fervôr
chegava a Vigem a Fátima
resplandescente no seu andor.
.
Com os meus oito aninhos
andava numa euforia
ia vestida de anjinho
para os pés da Virgem Maria
.
Eram os velhos e novos
o povo ninguém engana
a Virgem vinha chegando
à altura da Serrana.
.
Como recordar é viver
eu recordo esse dia
vem chegamdo à Serrana
diz "Tótó" com alegria
.
"Tótó" diminuitivo de António
era assim que era tratado
um primo muito querido
por nós todos muito amado
.
A Vila estava branquinha
toda ela engalanada
para receber a visita
que há muito era esperada
.
Com as minhas asas brancas
como pomba a esvoaçar
perdi o meu lencinho branco
não pôde as lágrimas secar
.
Até posso parecer tola
do passado estar a falar
está na minha memória
o que gosto de recordar
.
Os anos já se passaram
continuo a recordar
dos tempo que já passaram
e não tornam a voltar
.
Cinquenta e quatro anos
muitos anos na idade
já vou estando vèlhinha
tudo recordo com "saudade"
.
Poema de
MARIA BARBARA CONTREIRAS APOLÓNIA
terça-feira, junho 14, 2005
ALVARO CUNHAL
..
..
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ALVARO CUNHAL já não está entre nós.
Da sua vida releva-se a sua luta persistente contra o fascismo e noutro plano , a obra plática que nos deixou.
Álvaro Barreirinhas Cunhal, filho de Avelino Cunhal e Mercedes Cunhal, nasceu na freguesia da Sé Nova em Coimbra, no dia 10 de Novembro de 1913.
A sua infância foi vivida em Seia, terra de seu pai.
Com onze anos de idade muda-se com a família para Lisboa, onde faz os seus estudos secundários no Pedro Nunes e mais tarde no liceu Camões.
Em 1931, com dezassete anos, ingressa na Faculdade de Direito de Lisboa, onde inicia a sua actividade política. Neste mesmo ano filia-se no PCP e faz parte da Liga dos Amigos da URSS e do Socorro Vermelho Internacional.
Em 1934 torna-se representante dos estudantes de Lisboa no Senado Universitário, mas devido à intensa actividade política a faculdade acaba por passar para segundo plano.
Segundo uma biografia publicada em 1954, pelo Secretariado do PCP, Álvaro Cunhal terá entrado na clandestinidade em 1935 e participado no VI Congresso da Internacional Juvenil Comunista em Moscovo.
Em 1936 entra para o Comité Central do PCP, que o envia a Espanha, onde vive os primeiros cinco meses da guerra civil.
Em Junho de 1937 é preso pela primeira vez. É levado para o Aljube e posteriormente transferido para Peniche. Um ano depois é libertado, mas por razões políticas é obrigado a cumprir o serviço militar, em Dezembro de 1939, na Companhia Disciplinar de Penamacor. Por razões de saúde, Álvaro Cunhal acaba por ser dispensado pela Junta Médica Militar.
Ao longo da década de 30, Cunhal foi colaborador de vários jornais e revistas, entre os quais se contam "O Diabo"; "Sol Nascente"; "Seara Nova"; "Vértice"; e nas publicações clandestinas do PCP, "Avante" e "Militante", onde escreveu artigos de intervenção política e ideológica.
Em Maio de 1940 é novamente preso e faz o seu exame final na Faculdade de Direito de Lisboa sob escolta policial. Apresenta uma tese sobre a realidade social do aborto, que seria avaliada por um júri composto por Marcelo Caetano, Paulo Cunha e Cavaleiro Ferreira, figuras destacadas do regime Salazarista. A sua classificação final foi de 16 valores.
Em 1941 trabalhou como regente de estudos no Colégio Moderno, a convite de João Soares, pai de Mário Soares, função que desempenhou até Dezembro do mesmo ano, altura em que entrou de novo na clandestinidade.
Em 1947, faz uma viagem clandestina à URSS, Jugoslávia, Checoslováquia e França, a fim de restabelecer as relações do PCP, com o movimento internacional.
A 25 de Março de 1949, Álvaro Cunhal é preso pela terceira vez, numa casa clandestina do Luso. Com ele são também presos Militão Ribeiro e Sofia Ferreira.
O seu julgamento ocorreu um ano depois. Neste julgamento Cunhal fez uma declaração em que se afirmava "filho adoptivo do proletariado" e dirigiu um forte ataque ao regime salazarista.
Foi condenado e preso na Penitenciária de Lisboa, sendo transferido para a prisão-fortaleza de Peniche em 1958.
Em 1953 desenvolve-se um movimento internacional de solidariedade pela sua libertação, que conta com a participação de inúmeros intelectuais e artistas estrangeiros. Destes destacam-se Jorge Amado e Pablo Neruda, que lhe dedica o poema "Lámpara Marina", que a seguir reproduzimos:
Cuando tú desembarcas
en Lisboa,
cielo celeste y rosa rosa,
estuco blanco y oro,
pétalos de ladrillo,
las casas,
las puertas,
los techos,
las ventanas,
salpicadas del oro limonero,
del azul ultramar de los navíos.
Cuando tú desembarcas
no conoces,
no sabes que detrás de las ventanas
escuchan,
rondan
carceleros de luto,
retóricos, correctos,
arreando presos a las islas,
condenando al silencio,
pululando
como escuadras de sombras
bajo ventanas verdes,
entre montes azules,
la policía
bajo las otoñales cornucopias
buscando portugueses,
rascando el suelo,
destinando los hombres a la sombra.
Dos onze anos que esteve encarcerado, foi mantido incomunicável durante catorze meses e passou oito em total isolamento.
Em Janeiro de 1960 dá-se a famosa fuga do Forte de Peniche.
Após a fuga, Cunhal fica ainda cerca de dois anos em Portugal, na clandestinidade. Durante este período viveu em casas clandestinas de vários pontos do país como: Sintra, Ericeira, Amadora, Coimbra, Porto.
Em 1961 é eleito Secretário-geral do PCP.
Em 1962 é enviado pelo PCP para o estrangeiro, primeiro para Moscovo, depois para Paris onde vive clandestino durante cerca de oito anos. Assiste em Paris ao Maio de 68 e é lá que a Revolução de Abril o vai surpreender.
Regressa a Portugal a 30 de Abril de 1974.
A 15 de Maio do mesmo ano toma posse como ministro sem pasta no I Governo Provisório. Mantém o mesmo cargo nos II, III e IV Governos Provisórios.
Em 1975 é eleito deputado à Assembleia Constituinte e até 1992, altura em que se afasta do cargo de Secretário-geral do PCP, é eleito deputado à Assembleia da República, por Lisboa, em todas as eleições legislativas (1976; 1979; 1980; 1983; 1985; 1987). Só por curtos prazos ocupará esse lugar.
Em 1982 torna-se membro do Conselho de Estado, cargo que abandona em 1992.
No ano de 1992 abandona o cargo de Secretário-geral do PCP, que passa a ser ocupado por Carlos Carvalhas, e é eleito pelo Comité Central para o então criado cargo de Presidente do Conselho Nacional do PCP.
Liberto das suas funções de liderança partidária, Álvaro Cunhal, a par da actividade política corrente, assume claramente a sua condição de romancista e esteta. Neste sentido, em 1995 reconhece publicamente ser o romancista Manuel Tiago e um ano mais tarde publica um ensaio sobre estética, onde apresenta as suas reflexões neste domínio.
..
.
ALVARO CUNHAL já não está entre nós.
Da sua vida releva-se a sua luta persistente contra o fascismo e noutro plano , a obra plática que nos deixou.
Álvaro Barreirinhas Cunhal, filho de Avelino Cunhal e Mercedes Cunhal, nasceu na freguesia da Sé Nova em Coimbra, no dia 10 de Novembro de 1913.
A sua infância foi vivida em Seia, terra de seu pai.
Com onze anos de idade muda-se com a família para Lisboa, onde faz os seus estudos secundários no Pedro Nunes e mais tarde no liceu Camões.
Em 1931, com dezassete anos, ingressa na Faculdade de Direito de Lisboa, onde inicia a sua actividade política. Neste mesmo ano filia-se no PCP e faz parte da Liga dos Amigos da URSS e do Socorro Vermelho Internacional.
Em 1934 torna-se representante dos estudantes de Lisboa no Senado Universitário, mas devido à intensa actividade política a faculdade acaba por passar para segundo plano.
Segundo uma biografia publicada em 1954, pelo Secretariado do PCP, Álvaro Cunhal terá entrado na clandestinidade em 1935 e participado no VI Congresso da Internacional Juvenil Comunista em Moscovo.
Em 1936 entra para o Comité Central do PCP, que o envia a Espanha, onde vive os primeiros cinco meses da guerra civil.
Em Junho de 1937 é preso pela primeira vez. É levado para o Aljube e posteriormente transferido para Peniche. Um ano depois é libertado, mas por razões políticas é obrigado a cumprir o serviço militar, em Dezembro de 1939, na Companhia Disciplinar de Penamacor. Por razões de saúde, Álvaro Cunhal acaba por ser dispensado pela Junta Médica Militar.
Ao longo da década de 30, Cunhal foi colaborador de vários jornais e revistas, entre os quais se contam "O Diabo"; "Sol Nascente"; "Seara Nova"; "Vértice"; e nas publicações clandestinas do PCP, "Avante" e "Militante", onde escreveu artigos de intervenção política e ideológica.
Em Maio de 1940 é novamente preso e faz o seu exame final na Faculdade de Direito de Lisboa sob escolta policial. Apresenta uma tese sobre a realidade social do aborto, que seria avaliada por um júri composto por Marcelo Caetano, Paulo Cunha e Cavaleiro Ferreira, figuras destacadas do regime Salazarista. A sua classificação final foi de 16 valores.
Em 1941 trabalhou como regente de estudos no Colégio Moderno, a convite de João Soares, pai de Mário Soares, função que desempenhou até Dezembro do mesmo ano, altura em que entrou de novo na clandestinidade.
Em 1947, faz uma viagem clandestina à URSS, Jugoslávia, Checoslováquia e França, a fim de restabelecer as relações do PCP, com o movimento internacional.
A 25 de Março de 1949, Álvaro Cunhal é preso pela terceira vez, numa casa clandestina do Luso. Com ele são também presos Militão Ribeiro e Sofia Ferreira.
O seu julgamento ocorreu um ano depois. Neste julgamento Cunhal fez uma declaração em que se afirmava "filho adoptivo do proletariado" e dirigiu um forte ataque ao regime salazarista.
Foi condenado e preso na Penitenciária de Lisboa, sendo transferido para a prisão-fortaleza de Peniche em 1958.
Em 1953 desenvolve-se um movimento internacional de solidariedade pela sua libertação, que conta com a participação de inúmeros intelectuais e artistas estrangeiros. Destes destacam-se Jorge Amado e Pablo Neruda, que lhe dedica o poema "Lámpara Marina", que a seguir reproduzimos:
Cuando tú desembarcas
en Lisboa,
cielo celeste y rosa rosa,
estuco blanco y oro,
pétalos de ladrillo,
las casas,
las puertas,
los techos,
las ventanas,
salpicadas del oro limonero,
del azul ultramar de los navíos.
Cuando tú desembarcas
no conoces,
no sabes que detrás de las ventanas
escuchan,
rondan
carceleros de luto,
retóricos, correctos,
arreando presos a las islas,
condenando al silencio,
pululando
como escuadras de sombras
bajo ventanas verdes,
entre montes azules,
la policía
bajo las otoñales cornucopias
buscando portugueses,
rascando el suelo,
destinando los hombres a la sombra.
Dos onze anos que esteve encarcerado, foi mantido incomunicável durante catorze meses e passou oito em total isolamento.
Em Janeiro de 1960 dá-se a famosa fuga do Forte de Peniche.
Após a fuga, Cunhal fica ainda cerca de dois anos em Portugal, na clandestinidade. Durante este período viveu em casas clandestinas de vários pontos do país como: Sintra, Ericeira, Amadora, Coimbra, Porto.
Em 1961 é eleito Secretário-geral do PCP.
Em 1962 é enviado pelo PCP para o estrangeiro, primeiro para Moscovo, depois para Paris onde vive clandestino durante cerca de oito anos. Assiste em Paris ao Maio de 68 e é lá que a Revolução de Abril o vai surpreender.
Regressa a Portugal a 30 de Abril de 1974.
A 15 de Maio do mesmo ano toma posse como ministro sem pasta no I Governo Provisório. Mantém o mesmo cargo nos II, III e IV Governos Provisórios.
Em 1975 é eleito deputado à Assembleia Constituinte e até 1992, altura em que se afasta do cargo de Secretário-geral do PCP, é eleito deputado à Assembleia da República, por Lisboa, em todas as eleições legislativas (1976; 1979; 1980; 1983; 1985; 1987). Só por curtos prazos ocupará esse lugar.
Em 1982 torna-se membro do Conselho de Estado, cargo que abandona em 1992.
No ano de 1992 abandona o cargo de Secretário-geral do PCP, que passa a ser ocupado por Carlos Carvalhas, e é eleito pelo Comité Central para o então criado cargo de Presidente do Conselho Nacional do PCP.
Liberto das suas funções de liderança partidária, Álvaro Cunhal, a par da actividade política corrente, assume claramente a sua condição de romancista e esteta. Neste sentido, em 1995 reconhece publicamente ser o romancista Manuel Tiago e um ano mais tarde publica um ensaio sobre estética, onde apresenta as suas reflexões neste domínio.
quinta-feira, junho 09, 2005
Castro Verde, está connosco
..
Decorre com o êxito já esperado a Semana de Castro Verde, organizada pelo Grupo Recrativo do Feijó, Câmara de Almada e de Castro Verde.
Estivemos no desfile de Sábado à noite na Rua dos Pescadores da Costa da Caparica, e também, na excelente matinée de Domingo, na sede do Grupo .
Ao desfile, inúmeros alentejanos residentes na região de Almada, compareceram e vibraram com as modas e a animação, que durou até à meia noite, com os grupos a actuarem no palco instalado na Praça do Mercado,bem no centro da Costa.
Apesar do vento forte que se fazia sentir , as pessoas não arredaram pé, a trautearem as letras que conheciam , e a curtirem bons momentos de convívio com gente da sua terra.
A sessão de Domingo foi muito animada, e com a sala pejada de gente, o grupo de Teatro "as Veteranas de Castro Verde" espalhou a surpresa e a boa disposição, ao interpretar com grande realidade "O dia a dia de um pastor". Sem texto escrito, laborando sobre ideias já faladas e trabalhadas em grupo, as "actrizes" deram-nos uma imagem muito real e divertida da azáfama na casa dum pastor alentejano, que com sua família e amigos, participam numa matança de porco, e da festança a que a mesma serve de pretexto. O palco enche-se de vida e às tantas parece-nos que estamos todos a participar naquela festa, a comer aqueles petiscos e a rir a bandeiras despregadas com as "falas" daquela família:
"A comadre Maria não fala na vida das pessoas da família" "só da dos outros"-logo, contapõe a filha mais nova...
-"Queres pão com manteiga, filha" "quero sim senhora minha mãe. mas bote-lhe açucar amarelo dos dois lados".
.
-"mãe, mãe, esta chouriça é para quem?"
"É pró teu pai"
"mãe, mãe, e aquela ali?"
"Essa é para mim"
"mãe, mãe, e aquela ?"
"é pra tua tia"
"atão e para mim?"
"atão pra ti levas um palaíto"
.
"esta manhã achei
debaixo da minha janela
uma cartinha d.amôr
quem ficaria sem ela?"
vai cantando a filha mais nova , enquanto , contrariada, vai varrendo o chão.
.
A sessão terminou com a actuação bem divertida , do grupo BANZA, que entre uma canção e uma piada bem apimentada, a todos dispuseram bem.
Na sede do Clube Recreativo. assistimos ontem à noite a outro belissimo espectáculo. Foi a noite das violas campaniças e de fado.
..
Ao som mavioso e único das violas campaniças, dedilhadas pelos dois únicos jovens que as sabem tocar, liderados por Pedro Mestre, que além de exímio tocador, é também artesão construtor das mesmas, ouviram-se belissimas modas alentejanas, entre elas a "Mariana Campaniça", entoadas pela grupo ,com algum feed back da plateia, rendida à magia criada a partir do palco. Foram momentos altos os que se viveram na sala, encantada pelo virtuosismo dos tocadores e das letras que lhes traziam saudosas memórias do seu Alentejo.
.
MARIANA CAMPANIÇA.
A mariana campaniça
Que lindos olhos que tem
Do monte da légua às pias
À missa não vai ninguém
À missa não vai ninguém
Á missa já ninguém vai
A Mariana campaniça
Coitadinha não tem pai
Coitadinha não tem pai
E mãe também já não tem
A Mariana campaniça
Que lindos olhos que tem
.
Prossegue a Semana de Castro com o desfile de logo à noite na Cova da Piedade.
Vamos todos lá!!!
Decorre com o êxito já esperado a Semana de Castro Verde, organizada pelo Grupo Recrativo do Feijó, Câmara de Almada e de Castro Verde.
Estivemos no desfile de Sábado à noite na Rua dos Pescadores da Costa da Caparica, e também, na excelente matinée de Domingo, na sede do Grupo .
Ao desfile, inúmeros alentejanos residentes na região de Almada, compareceram e vibraram com as modas e a animação, que durou até à meia noite, com os grupos a actuarem no palco instalado na Praça do Mercado,bem no centro da Costa.
Apesar do vento forte que se fazia sentir , as pessoas não arredaram pé, a trautearem as letras que conheciam , e a curtirem bons momentos de convívio com gente da sua terra.
A sessão de Domingo foi muito animada, e com a sala pejada de gente, o grupo de Teatro "as Veteranas de Castro Verde" espalhou a surpresa e a boa disposição, ao interpretar com grande realidade "O dia a dia de um pastor". Sem texto escrito, laborando sobre ideias já faladas e trabalhadas em grupo, as "actrizes" deram-nos uma imagem muito real e divertida da azáfama na casa dum pastor alentejano, que com sua família e amigos, participam numa matança de porco, e da festança a que a mesma serve de pretexto. O palco enche-se de vida e às tantas parece-nos que estamos todos a participar naquela festa, a comer aqueles petiscos e a rir a bandeiras despregadas com as "falas" daquela família:
"A comadre Maria não fala na vida das pessoas da família" "só da dos outros"-logo, contapõe a filha mais nova...
-"Queres pão com manteiga, filha" "quero sim senhora minha mãe. mas bote-lhe açucar amarelo dos dois lados".
.
-"mãe, mãe, esta chouriça é para quem?"
"É pró teu pai"
"mãe, mãe, e aquela ali?"
"Essa é para mim"
"mãe, mãe, e aquela ?"
"é pra tua tia"
"atão e para mim?"
"atão pra ti levas um palaíto"
.
"esta manhã achei
debaixo da minha janela
uma cartinha d.amôr
quem ficaria sem ela?"
vai cantando a filha mais nova , enquanto , contrariada, vai varrendo o chão.
.
A sessão terminou com a actuação bem divertida , do grupo BANZA, que entre uma canção e uma piada bem apimentada, a todos dispuseram bem.
Na sede do Clube Recreativo. assistimos ontem à noite a outro belissimo espectáculo. Foi a noite das violas campaniças e de fado.
..
Ao som mavioso e único das violas campaniças, dedilhadas pelos dois únicos jovens que as sabem tocar, liderados por Pedro Mestre, que além de exímio tocador, é também artesão construtor das mesmas, ouviram-se belissimas modas alentejanas, entre elas a "Mariana Campaniça", entoadas pela grupo ,com algum feed back da plateia, rendida à magia criada a partir do palco. Foram momentos altos os que se viveram na sala, encantada pelo virtuosismo dos tocadores e das letras que lhes traziam saudosas memórias do seu Alentejo.
.
MARIANA CAMPANIÇA.
A mariana campaniça
Que lindos olhos que tem
Do monte da légua às pias
À missa não vai ninguém
À missa não vai ninguém
Á missa já ninguém vai
A Mariana campaniça
Coitadinha não tem pai
Coitadinha não tem pai
E mãe também já não tem
A Mariana campaniça
Que lindos olhos que tem
.
Prossegue a Semana de Castro com o desfile de logo à noite na Cova da Piedade.
Vamos todos lá!!!
terça-feira, junho 07, 2005
POESIA
..
É COM MUITO GÔSTO QUE PUBLICAMOS
HOJE, UM POEMA DE MARIA BARBARA
CONTREIRAS, DE CASTRO VERDE ,
TAMBÉM A RESIDIR NO FEIJÓ.
ESPEREMOS QUE SEJA O PRIMEIRO
DE MUITOS,
.
"O MEU PERCURSO DE VIDA"
.
Fui à "Casa das Primas"
não pedi licença para entrar
como sou de Castro Verde
também quis colaborar
.
Aos sete anos fui para a escola
aprender a lêr e a escrever
voltei lá aos 20 anos
para um futuro melhor poder ter
.
Eu voltar àquela escola
foi para mim um privilégio
só que já não era escola
mas sim era , um colégio.
.
Doutor António Francisco Colaço
nome do seu patrono
o colégio, era de todos
nínguém conhecia o dono.
.
Foi o Doutor Chico Alegre
o meu primeiro director
hoje passados tantos anos
recordo-o com muito amôr
.
Passados dezoito anos
por a minha vida mudar
eu deixei o Alentejo
para o Vale Fetal vir morar
.
No Monte da Caparica
uma escola fui estrear
era tudo tão diferente
a maneira de sêr, e de estar
.
Neste meu percurso de vida
ainda voltei a mudar
vim para a escola do Laranjeiro
para mais perto de casa estar.
.
Como tudo tem principio, e fim
os anos foram passando
hoje a vivêr no Feijó
a minha reforma vou gozando
.
Para o "Alentejo"
um dia penso voltar
para a terra onde nasci
a mesma me poder gastar
.
MARIA BARBARA CONTREIRAS APOLÓNIA
É COM MUITO GÔSTO QUE PUBLICAMOS
HOJE, UM POEMA DE MARIA BARBARA
CONTREIRAS, DE CASTRO VERDE ,
TAMBÉM A RESIDIR NO FEIJÓ.
ESPEREMOS QUE SEJA O PRIMEIRO
DE MUITOS,
.
"O MEU PERCURSO DE VIDA"
.
Fui à "Casa das Primas"
não pedi licença para entrar
como sou de Castro Verde
também quis colaborar
.
Aos sete anos fui para a escola
aprender a lêr e a escrever
voltei lá aos 20 anos
para um futuro melhor poder ter
.
Eu voltar àquela escola
foi para mim um privilégio
só que já não era escola
mas sim era , um colégio.
.
Doutor António Francisco Colaço
nome do seu patrono
o colégio, era de todos
nínguém conhecia o dono.
.
Foi o Doutor Chico Alegre
o meu primeiro director
hoje passados tantos anos
recordo-o com muito amôr
.
Passados dezoito anos
por a minha vida mudar
eu deixei o Alentejo
para o Vale Fetal vir morar
.
No Monte da Caparica
uma escola fui estrear
era tudo tão diferente
a maneira de sêr, e de estar
.
Neste meu percurso de vida
ainda voltei a mudar
vim para a escola do Laranjeiro
para mais perto de casa estar.
.
Como tudo tem principio, e fim
os anos foram passando
hoje a vivêr no Feijó
a minha reforma vou gozando
.
Para o "Alentejo"
um dia penso voltar
para a terra onde nasci
a mesma me poder gastar
.
MARIA BARBARA CONTREIRAS APOLÓNIA
PROVÉRBIOS DE JUNHO
..
.
Provérbios de Junho
PREVISÃO AGRÍCOLA:
:
- Pelo S. João, lavra se queres ter pão.
- Em Junho, foicinha em punho.
- Feno alto ou baixo, em Junho é segado.
- No S. João semeia de gabão.
.
CALÔR:
:
- Junho calmoso, ano formoso.
- Sol de Junho madruga muito.
:
ANIMAIS:
:
- Galinhas de S. João, pelo Natal poedeiras são.
- Porco no S. João, meão; se meão se achar podes continuar; se mais de meão, acanha a ração.
:
VINHO:
:
Nem no Inverno sem capa, nem no Verão sem cabaça.
:
.
Provérbios de Junho
PREVISÃO AGRÍCOLA:
:
- Pelo S. João, lavra se queres ter pão.
- Em Junho, foicinha em punho.
- Feno alto ou baixo, em Junho é segado.
- No S. João semeia de gabão.
.
CALÔR:
:
- Junho calmoso, ano formoso.
- Sol de Junho madruga muito.
:
ANIMAIS:
:
- Galinhas de S. João, pelo Natal poedeiras são.
- Porco no S. João, meão; se meão se achar podes continuar; se mais de meão, acanha a ração.
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VINHO:
:
Nem no Inverno sem capa, nem no Verão sem cabaça.
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