sexta-feira, fevereiro 18, 2005

É CÁ NO FEIJÓ QUE CANTAMOS

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"Feijó foste o preferido
hoje todos cá moramos
somos teus filhos adoptivos
e é aqui que cantamos"

IMAGENS DO JARDIM DO PAVILHÃO GIMNO E DO PARQUE DA PAZ
Tendo o nosso Blog,e a sua "ideia", nascido no Feijó, era já tempo de falar na sua terra-berço, e na forte ligação ao Alentejo, matriz previligiada da temática do Blog.
O Feijó, que é a mais nova Freguesia do Concelho de Almada, possui um número muito elevado de residentes oriundos do Alentejo, e já muitos em segunda e até terceira geração., pois foi nos anos 50/60, que se registaram as maiores vagas de migrantes daquela região, para estas bandas.
Vieram procurar novas e melhores condições de vida, na sua maioria para o Arsenal do Alfeite, e para as indústrias siderúrgicas das redondezas , como a Lisnave, a Setenave, a Siderurgia e outras.
Vieram de várias origens do Baixo Alentejo. Do Redondo, de Barrancos, Serpa, Vila Verde de Ficalho, S.Matias, Odemira, Portel, Castro Verde, Almodôvar, Do Testa, Pias, Porteirinhos e outras terras do Sul.
Trouxeram os seus costumes, o seu linguajar cantante, a sua generosidade, a sua solidariedade, espírito de grupo, e a sua tradição.
Reunem-se sempre que podem, e falam apaixonadamente do seu Alentejo.
Os termos que usam, nas suas conversas , continuam a ser os que utilizavam nas suas terras, e todos sabemos da grande capacidade que têm os alentejanos para criar novas palavras, especialmete os adjectivos.
A "óxaria", o "xarôco" ouvem-se hoje, em qualquer espaço público do Feijó. Quer seja no Mercado Municipal, na "Pérola do Feijó", na "Papinha feita", no talho , na Tabacaria, nos passeios da António Elvas, ouve-se sempre alguém falar com os modos da planície. É como se estivéssemos em Castro Verde,no Café da Praça da República , ou nas ruas dos Porteirinhos, na do Testa, Rosário ou Monte da Ribeira.
Todo o Alentejano é um potencial poeta. A capacidade de versejar é espantosa, e aqui no Feijó, mesmo longe do seu habitat, continuam a criar poemas com temas que falam das planicies douradas, das suas meninices, da saudade dos tempos da ceifa, dos calôres de Agosto, dos banhos na Ribeira de Cobres.
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Porteirinhos tu tens magia
Com os teus poços velhinhos
e uma velha moradia
onde as cegonhas fazem os ninhos .
(JOSÉ BATISTA COLAÇO)
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"Tenho saudades
Do meu Alentejo
Todo florido
É como eu o vejo"
(MARIA ALICE COLAÇO)


.Caracterização da Freguesia
A Freguesia de Feijó situa-se no extremo sul do Concelho de Almada, distrito de Setúbal e possui, segundo dados apontados pelo Censos de 2001, uma população de 15.575 habitantes e 13.366 eleitores.

Apesar de se tratar da mais jovem freguesia do Concelho, a sua história remonta ao século XVII, época em que se caracterizava por um espaço rural, coberto de matos e pinhais, intercalados com azinhagas e courelas.

Território afecto ao antigo termo de Almada, a agricultura assumia-se como o grande meio de subsistência das famílias locais, repartidas entre proprietários, rendeiros e foreiros, pertencendo algumas das propriedades rústicas, ao tempo, existentes, a diversas famílias nobres, tais como os Marqueses de Alorna, Borba e Sabugosa.

O cultivo da vinha, cujo vinho era vendido a taberneiros e armazenistas da região, os produtos hortícolas e a fruta, designadamente o damasco e o figo gentio, assim como a produção de leite, constituíam as principais fontes de receita.

Dadas as características dos seus terrenos, a generalidade da actividade agrícola era de sequeiro, pois, a maioria das quintas não possuía poços e aquelas que os tinham, viam-nos secar logo que chegava o Verão, situação que levava a população a abastecer-se no Poço da Quinta da Macieira, o único que mantinha água todo o ano.

A circulação de pessoas e bens, transportados por veículos de tracção animal, processava-se por azinhagas rasgadas na zona da actual Rua Dr. António Elvas e a actual Rua Ramalho Ortigão, além de que um dos mais antigos núcleos rurais, então, denominado de Vale dos Castanheiros, designação popular que caiu em desuso, pouco tempo depois da fundação “Clube do Vale dos Castanheiros”, do qual o “Clube Recreativo do Feijó” é o seu legitimo herdeiro.

Terra de bons ares, aos quais não era alheia a existência de uma extensa e aprazível mata, pertença do Dr. António Elvas, a sua fama levou-a a ser procurada por elevado número de pessoas que padeciam de doenças pulmonares para se restabelecerem das suas maleitas. A par disso, o referido pinhal era ainda frequentemente utilizado por destacados elementos da oposição ao regime fascista, para, a pretexto da realização de pique niques, efectuarem as suas reuniões clandestinas, sobretudo, depois da ilegalização do MUD Juvenil.

Fruto da pressão demográfica exercida sobre os concelhos da Margem Sul, em consequência da ligação rodoviária entre as duas margens feita através da Ponte sobre o Rio Tejo, a localidade de Feijó registou também uma acentuada expansão urbanística e com ela um exponencial crescimento demográfico, em fundação do qual se encontra entre as mais populosas Freguesias do Concelho.

A sua população escolar ronda os 2.700 alunos, dos quais cerca de 900 frequentam o 1º. Ciclo do Ensino Básico e os restantes, o 2º e 3º Ciclos e o ensino secundário.

Um processo de crescimento urbanístico e populacional gerador de um significativo desenvolvimento económico, reflectido, entre outros aspectos, na criação de um parque industrial não poluente e, mais recentemente, na abertura de uma das maiores superfícies comerciais do país,o Forum de Almada, na qual se instalaram várias dezenas de lojas de diferentes ramos de actividade, diversos cinemas e outros espaços vocacionados para a industria cultural.
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Númeroa da Freguesia:

Freguesia do Feijó
População Residente1: 16 072
N.º de Edifícios1: 2 300