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segunda-feira, fevereiro 19, 2007
poema de ANTÓNIO JOSÉ COLAÇO
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Sempre que visitamos o
Monte Novo da Ribeira,
enriquecemos o nosso
conhecimento com as
memórias e vivência
do António.
Desta vez colhemos mais
um poema que ele tão
bem guarda e diz, do antigamente:
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CRÓNICA DE UM DESASTE
Tinha uma curva a fazer
próximo a uma ribeira
teve um desastre brutal
foi morrer à Vidigueira
A vinte e sete do dez
ele de Évora abalava
pr'a vêr se depressa chegava
deu em calcar os pés
Foi dum frecheiro através
ao meio do pé foi bater
pobre rapaz a sofrer
e com dores tão horríveis
E por serem estradas terríveis
ter uma curva a fazer
A Cuba foi passear
à terra do seu amigo
talvez fosse por esse o perigo
de ir-se lá demorar
o atraso quis ganhar
partindo em grande carreira
já ao pé da Vidigueira
quando um bivaque caíu
quis travar não conseguiu
próximo a uma ribeira
Que ele na tropa estava
já tinha feito seis meses
à sua terra vinha às vezes
quando dispensa tirava
parecia que adivinhava
que era curta a sua carreira
passeou na grande feira
e logo para Évora abalou
e por pouco soou
foi morrer à Vidigueira
ANTÓNIO COLAÇO, do Monte da Ribeira