domingo, junho 29, 2008

10-ºFEIRA DO ALENTEJO

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JÁ AQUI TINHA ANUNCIADO.
ESTÁ A DECORRER A 1Oª
FEIRA DO ALENTEJO.

"Ouvir uma viola campaniça é responder a um chamamento. Não para o abismo ou desgraça, mas para uma zona onde a paz de espírito nos envolve, como crisálida tecida a doce e a tufos de penugem. As modas parecem vir lá do fundo, libertando-se de amarras, que as ligam às coisas perenes e belas como recordações de infância."
(JOSÉ LUIS JONES)




No segundo dia do evento tivémos o privilégio de nos espantar com a actuação do Pedro Mestre com os seus alunos do Programa "Cante Alentejano nas Escolas".




Já os havia ouvido e visto num espectáculo em Almodôvar nesta Primavera.
Já havia pois ,constatado ,o grande mérito do Pedro, na sua cruzada pelo cante e pela difusão da viola campaniça pelas gerações mais novas.

Mas o que ouvi e vi agora foi um espectacular salto em frente na qualidade da interpretação, e na convicção dos jovens interpretes de que estão a participar num projecto de geração.

Começaram por cantar "Oh rama, oh que linda rama"



e longo arrancaram quentes aplausos da plateia, agradada com os que estava vêr e ouvir.

A vêr, pois o espectáculo da grande cumplicidade que se surpreende nos olhares dos jovens cantadores procurando a cada momento, aprovação e sinais de rumo do mestre, mostrando bem, a satisfação do trabalho solidário que juntos vêm fazendo.

Depois veio belissima "Venho da ilha dos vidros"




Venho da Ilha dos Vidros
P’ra Praia dos Diamantes
Vivo num mundo perdido
Pelos teus olhos brilhantes

Pelos teus olhos brilhantes
Pelo teu rosto de prata
Ter amores não me custa
Deixá-los é que me mata

O sol é que alegra o dia
Pela manhã quando nasce
Ai de nós o que seria
Se um dia o sol faltasse

Quando eu pensava ter(e)
No mundo mais alegria
Foi quando a maior paixão
Veio p’ra minha companhia


e mais um desfilar de modas ditas "cantigas de mastros", sempre com adesão plena duma plateia rendida.

O Pedro Mestre aproveitou então um momento entre duas modas para assinalar a presença na 1ª.fila da plateia, da poetisa Rosa Dias, da Alma Alentejana, a quem não poupou elogios, convidando-a a subir ao palco e a dizer um dos seus poemas:

A POETISA ROSA DIAS ,DIZENDO COM A ALMA HABITUAL ,O SEU POEMA


Ouçam agora os miúdos "Cantando na linda rama,vão vivendo os passarinhos""



E a "A menina Florentina" que já havia ouvido no espectáculo de Almodôvar, então cantado a várias vozes e idiomas, pelos moços , pelo Chico Lobo,e por vozes espanholas da Amdaluzia.



Ó MENINA FLORENTINA

Ó menina Florentina
És a mulher que em meu peito domina:
Seu amante,
Delirante,
Da viagem chegou neste instante!
Já cá está o tiro-liro-liro
Já cá está o tiro-liro-liro, lé
Já cá está o tiro-liro-liro, ló
Já cá está o tiro-liro-liro, meu amor,
Tiro-liro-liro, abre a porta
Óh, branca flor!


A seguir subiram ao palco os "CARDADORES DA SETE" grupo fundado também pelo Pedro Mestre ,que alé de ensaiador é também interprete.


OS CARDADORES QUE NOS OFERECERAM UM FINAL DE ESPECTÁCULO DE QUALIDADE

Da sua actuação,uma vez mais de grande qualidade, infelizmente não consegui gravação, pois o entusiasmo pela captação de imagens do grupo dos , esgotou a bateria sem a qual a câmera se "recusa" trabalhar..

"Eu perdi o meu anel" e "A voz do manageiro" foram pérolas que os Cardadores nos deixaram no palco da velha escola.


E tenho pena , pois para além da qualidade do grupo e das modas apresentados ficámos privados de poder captar para a história a imagem e o som do velhos cardadores a cantar em cojunto no mesmo palco com as jovens promessas alunos do Pedro.

A sala rompeu em aplausos consciente de que estava a presenciar um momento muito bonito!!!