sábado, junho 14, 2008

Alentejo XXI

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Alentejo XXI: 14º Congresso arranca hoje para debater desenvolvimento e regionalização
14 de Junho de 2008

Beja, 14 Jun (Lusa) - A regionalização e a estratégia e os instrumentos para o desenvolvimento do Alentejo vão ser debatidos no 14/0 congresso sobre a região, que arranca hoje, em Beja, sem a participação institucional do PS e PSD.

Após 13 edições desde 1985, a última há quatro anos em Montemor-o-Novo (Évora), o 14/0 Congresso Alentejo XXI, com mais de 450 inscrições a título individual e de entidades, vai decorrer, até domingo, no Teatro Municipal Pax Julia.

"O congresso pretende, sobretudo, encontrar caminhos para o futuro do Alentejo e que tirem a região do ciclo de subdesenvolvimento dos últimos anos", explicou à agência Lusa o porta-voz do secretariado permanente e autarca anfitrião do encontro, Francisco Santos (CDU).

"É preciso afirmar a importância do Alentejo para o desenvolvimento do país e encontrar a estratégia e os instrumentos para desenvolver a região e contrariar o declínio demográfico", preconizou o presidente da Câmara de Beja.

Entre os oradores e congressistas contam-se autarcas, sindicalistas, empresários e representantes de cooperativas, colectividades culturais e desportivas, associações de desenvolvimento local e instituições de ensino, saúde e de solidariedade social.

Sob o lema "Caminhos de Futuro", o debate vai decorrer em torno das intervenções de 19 oradores distribuídas por três painéis.

A estratégia e os instrumentos para o desenvolvimento do Alentejo serão os temas dos dois painéis de hoje e com um total de 14 intervenções.

No domingo de manhã, os trabalhos continuam com o terceiro painel dedicado à regionalização, que contará com intervenções de autarcas, do secretário-geral da UGT da Extremadura (Espanha) e de um deputado regional para falarem da experiência autonómica naquela região espanhola.

No Alentejo, com pouco mais de 500 mil habitantes espalhados por 47 concelhos, a criação das regiões administrativas suscita discórdia entre dirigentes políticos e autarcas.

Apesar de existir uma maioria favorável à criação de uma região no Alentejo, a única que deu a vitória ao "Sim" no referendo sobre a regionalização em 1998, continuam a ouvir-se várias vozes dissonantes, que levantam dúvidas e interrogações, sobretudo entre os social-democratas.

Autarcas e dirigentes socialistas e comunistas vêem com bons olhos uma só região Alentejo, agrupando os 47 concelhos dos distritos de Évora, Portalegre e Beja e do litoral alentejano, mas da parte do PSD surgem receios e dúvidas, com a distrital de Beja a inclinar-se para duas regiões e autarcas de Portalegre a lançar mais interrogações.

Enquanto o presidente da Câmara de Fronteira, Pedro Lancha, também líder da distrital de Portalegre do PSD, defende "uma regionalização com base no municipalismo", o autarca social-democrata de Portalegre, Mata Cáceres, considera que o norte alentejano "aparece sempre numa posição subalterna nas políticas que dizem respeito a todo o Alentejo", admitindo mesmo juntar-se a concelhos da Beira Interior, em detrimento dos vizinhos alentejanos.

No final dos trabalhos, segundo Francisco Santos, o secretariado permanente deverá criar uma comissão que irá funcionar como "observatório" e acompanhar a aplicação das conclusões da declaração final do encontro e que se manterá em funções até à realização do 15/0 Congresso Alentejo XXI.

A comissão organizadora do congresso integra, entre outras entidades, as câmaras municipais de Beja, Évora e Portalegre, Casa do Alentejo, núcleos empresariais de Évora e Beja e a Universidade de Évora.