segunda-feira, outubro 11, 2010

RELEMBRAR A FEIRA DE CASTRO DO ANO PASSADO

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O NOSSO BLOGUE, TEM VINDO A DAR ESPECIAL
ATENÇÃO, ANO APÓS ANO, À FEIRA DE CASTRO
COMO ACONTECIMENTO REGIONAL DE GRANDE
TRADIÇÃO.

Lembro aqui uma crónica publicada sobre a dição do ano 2009


"A FEIRA DE CASTRO É UMA INSTITUIÇÃO
MILENAR COM CARACTERISTICAS MUITO
PARTICULARES.

Ao que nos diz a História a Feira de Castro foi instituída com o objectivo de custaear a reconstrução da Igreja das Chagas do Salvador, também conhecida por Igreja da Senhora dos Remédios como se pode ler na obra do historiador castrense Prof.João Alves da Costa:

"A feira de Castro", que tanta expansão e renome viria a ter,foi instituída no reinado de Filipe II (último ano do reinado - 1621), tendo ficado estabelecido que o dinheiro cobrado pelos terrados utilizados pelos feirantes, se destinasse à reconstrução da "Igreja das Chagas do Salvador", também conhecida por "Igreja da Senhora dos Remédios".

Esta obra de reconstrução prolongou-se por muito tempo, se é que não se trata de sucessivos reparos causados por intempéries."»

Depois, continua o Prof. João Alves Costa:

«De acordo com o que consta num treslado inserto no livro de vereações da Câmara, também no reinado de D. Pedro II, e datado de Abril de 1680, tudo leva a crer que esta feira tenha sido instituída no último ano do reinado de Filipe II, 1621, ano em que se copia uma "ordem de Sua Alteza que Deus guarde":


«"hei por bem e vos mando que taxando o primeiro(?) com a assistência dos vereadores o justo e costumado preço dos terradigos, ponhais (em) pregão o rendi- mento da feira e terradigos e me aviseis do último lanço e tomeis contas ""do que tem rendido desde o ano de vinte e um até ao presente e orçareis o que importam as obras feitas e que estão por fazer e se se continua a obra e se (se) poderá fazer a procissão, não excedendo a despeza dos quatro mil réis apontados e juntamente informareis quanto poderá fazer de despeza um clérigo pela obrigação de dizer missa aos domingos e dias santos e com vossa carta tomareis os inclusos..."»

Hoje em dia a Feira de Castro não tem já as caracteristicas de outrora, o mercado de gado deixou de se poder fazer, a famosa "corredoura", local onde os criadores reuniam porcos, cavalos e gado bovino deixou de existir, e que dava identidade à feira, hoje a Feira é diferente.


Nos dois dias da edição deste ano tivémos espectáculos, desfiles, animações de rua,as pessoas, as barracas da Feira, as da chamada rua da Feira,as pessoas os carroceis, as farturas, as castanhas,as pessoas as amêndoas, a música da feira a invadir as ruas da Vila, as pessoas,o regresso do rafeiro alentejano e as pessoas.
Ah ,este ano até tivémos programa em directo da RTP sobre a Feira.


De tudo o nosso blogue aqui vai dar brado com imagens fixas e animadas.

No primeiro dia a meio da manhã, as ruas de Castro foram invadidas pela música da Banda da Sociedade Recreativa e Filarmónica 1º.de Janeiro.

Já com as ruas pejadas de gente da terra e forasteiros vindo de toda a parte, também as ruas da feira tiveram a animação de rua, dum grupo denominado Brinquedos e

Geringonças que muito animaram crianças e gente com mais anos:








O ponto quente da tarde foi, como é tradicional, o desfile de corais, com os grupos de cante a sair desfilando desde o Jardim do Padrão, percorrendo a rua D.Afonso I até à Praça da Liberdade , onde tiveram uma actuação num palco-estrado fixo:


AS "CAMPONESAS DE CASTRO VERDE" DESFILANDO



GRUPO CORAL AMIGOS DO BARREIRO


O RECÉM FORMADO GRUPO DAS "CEIFEIRAS DE ENTRADAS"




TAMBÉM OS "CARDADORES DA SETE"..


..PERFUMARAM A RUA D.AFONSO I A SUA ARTE


AS "VOZES DE CASEVEL" DESFILANDO


E AS ATABUAS DE SÃO MARCOS DA ATABUEIRA


E O GRUPO "SOBREIRO" DA BAIXA DA BANHEIRA



GRUPO DA CASA DO POVO DE SERPA


GRUPO CORAL TRABALHADORES DO MONTOITO


O GRUPO CORAL "ATENEU MOURENSE" A DESFILAR...


...E A ACTUAR NA PRAÇA DA LIBERDADE


O GRUPO DOS AUSENTES DE PALMELA

À noite , decorreu no Forum Municipal o também tradicional Encontro de tocadores de

viola Campaniça e cantadores de despique e baldão.


Nesta XIX edição foi homenageado o cantador Florêncio Jacinto, escolhido pelos seus pares na edição do ano passado, pois conforme já aqui anteriormente expliquei, desde a primeira realização do Encontro de cantadores, todos os presentes, votam naquele companheiro que desejam que seja no ano seguinte o homenageado.

E depois de algumas palavras de circunstância do grande impulsionador da integração do baldão no programa-tipo dos ultimos 19 anos da Feira de Castro, o José Francisco Colaço, e do vereador da cultura da Câmara Municipal Paulo Nascimento,tivémos a arte dos cantadores de despique e do baldão:


O CANTADOR HOMENAGEADO FLORÊNCIO JACINTO


CHICO HORTA CANTANDO O BALDÃO

E ao longo da noite cada um na sua vez,os cantadores campaniços e os serrenhos lá foram soltando a sua voz, provocando e replicando ao desafio, até que o cansanço foi aparecendo.

E este foi o primeiro dia da Feira deste ano."