domingo, agosto 17, 2014

FADO DE COIMBRA NAS NOITES AO RELENTO , EM CASTRO VERDE

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JUNTO À IGREJA DOS REMÉDIOS EM
CASTRO VERDE, BRILHARAM OS FADOS
DE COIMBRA, NUMA NOITE DE VERÃO
PERFEITA, NUMA SIMBIOSE DE SOM,
CÔR,LUZ, E CALÕR HUMANO.


De facto o enquadramento dos interpretes com a beleza do décor foi muito feliz.


Com a presença de muitos filhos da terra em férias, vindos da Suiça,Alemanha ,França , foi da escadaria da Igreja dos Remédios iluminada, que o fado foi entoado.

Apresentados pelo Filipe Pratas,os interpretes do Grupo de fados Verdes Anos , fundado em 1996 cantaram assim:



As vozes foram de Gonçalo Mendes e Rui Seoane



À viola Luis Barroso,Miguel Drago e João Gonçalves Martins




Notava-se na plateia o muito agrado pelo espectáculo que estava a vêr, e foram inúmeros os elogios que escutei ao longo da noite.




que terminou com todos a entoar o "Coimbra tem mais encanto na hora da despedida"


Foi a terceira vez que o grupo viitou Castro Verde, sempre com muito êxito, gostei muito do registo deste ano, e espero voltar a vê-los em espectáculos futuros.
Excelentes

Para concluir falo um pouco sobre o Fado ,na sua vertente FADO DE COIMBRA:


Muito ligado às tradições académicas da respectiva Universidade, o Fado de Coimbra tem as suas origens nos estudantes de todo o país que levavam as suas guitarras para Coimbra e, como ainda hoje se assiste, é exclusivamente cantado por homens e tanto os cantores como os músicos usam o traje académico: calças e batina pretas, cobertas por capa de fazenda de lã igualmente preta. Canta-se à noite, quase às escuras, em praças ou ruas da cidade. O local mais típico é na praça junto ao Mosteiro da Sé Velha. Também é tradicional organizar serenatas, em que se canta junto à janela da casa da dama que se pretende conquistar.

O Fado de Coimbra é acompanhado igualmente por uma guitarra portuguesa e uma guitarra clássica (também aqui chamada "viola"). No entanto, a afinação e a sonoridade da guitarra portuguesa são, em Coimbra, diferentes das do fado de Lisboa na medida em que as cordas são afinadas um tom abaixo, e a técnica de execução é diferente por forma a projetar o som do instrumento nos espaços exteriores, que são o palco privilegiado desta canção. Também a guitarra clássica se deve afinar um tom abaixo. Esta afinação pretende transmitir à música uma sonoridade mais soturna, relativamente ao Fado de Lisboa.

Temas mais glosados: os amores estudantis, o amor pela cidade, e outros temas relacionados com a condição humana. Dos cantores ditos "clássicos", destaques para Augusto Hilário, António Menano, Edmundo Bettencourt.

Nos anos 1950 do Século XX iniciou-se um movimento que levou os novos cantores de Coimbra a adoptar a balada e o folclore. Começaram igualmente a cantar grandes poetas, clássicos e contemporâneos, como forma de resistência à ditadura de Salazar. Neste movimento destacaram-se nomes como Adriano Correia de Oliveira e José Afonso (Zeca Afonso), que tiveram um papel preponderante na autêntica revolução operada desde então na Música Popular Portuguesa.

No que respeita à guitarra portuguesa, Artur Paredes revolucionou a afinação e a forma de acompanhamento da Canção de Coimbra, associando o seu nome aos cantores mais progressistas e inovadores. (Artur Paredes foi pai de Carlos Paredes, que o seguiu e que ampliou de tal forma a versatilidade da guitarra portuguesa que a tornou um instrumento conhecido em todo o mundo.)

Saudades de Coimbra ("Do Choupal até à Lapa"), Balada da Despedida do 6º Ano Médico de 1958 ("Coimbra tem mais encanto, na hora da despedida", os primeiros versos, são mais conhecidos do que o título), O meu menino é d’oiro Fado Hilário e Samaritana – são algumas das mais conhecidas Canções de Coimbra.

A canção mais conhecida é Coimbra é uma lição, que teve um êxito assinalável em todo o mundo com títulos como Avril au Portugal ou April in Portugal, levada pelas mãos de Amália.