segunda-feira, fevereiro 18, 2008

CONCERTO DE VITORINO

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O Concerto de Vitorino em Castro Verde, enquadrado nas Comemorações dos 100 anos do Regicidio, foram uma noite "à Vitorino"
Com a classe e a garra do cantor alentejano.
Vitorino é , já sabíamos, um óptimo cantor, mas também é um excelente comunicador.
Não se limita a cantar, mas também, a estabelecer com as plateias que o vêm vêr e ouvir, uma intensa troca de sinais, um diálogo permanente feito de música, palavras, ideias e afectos.
Foi tudo isso que Vitorino trouxe ao Cine Teatro de Castro Verde na noite de Sábado.
Nas suas sete
quintas, quer pela dimensão do auditório, quer pelo tipo de pessoas que acorreram ao seu espectáculo:
"Gosto muito destes espaços pequenos, mais íntimos
onde posso falar mais perto das pessoas, de vocês"


Ao concluir a segunda canção da noite, já a sala tinha aquecido, já os aplausos se ouviam mais prolongados e rendidos.

"minha mãe quando eu morrer"

Depois veio o "Fado Alexandrino" de António Lobo Antunes, o "Chamaram-lhe maltês chamaram~lhe cigano" do Zeca Afonso, e o cantor deixou de ter mão na plateia que aplaudia sem cessar.

Cantou ainda com muitos aplausos "A guerrilha alentejana de Santa Vitória a São Bento" aque se seguiu uma canção anarquista em língua castelhana "Ai Carmela"

Vitorino não perdeu a aportunidade de lembrar que esta bela canção era entoada pela Coluna Durruti do comandante do braço armado das FAI (anarco-sindicalistas da Catalunha) que se bateu valentemente contra as forças fascistas dos Generais Franco e Mola.

A sala, completamente lotada, já com pessoas nas coxias laterais, iam acompanhando com palmas a performance do cantor

Do palco veio ainda uma belissima "O mar não é tão fundo" de António Lobo Antunes, muito aplaudida a que se seguiram canções anarquistas do sec.XIX, mais o "Fado da Prostituta" , "Minha Santa Filomena, meu fio de ouro guardado, meus seínhos de mulher, cornichos de Satanás"

Mas foi com a canção do Zeca Afonso "Trás muitos amigos também", que a sala foi ao rubro, com toda a gente a cantar.

Vitorino deixou também uma marcha de sua autoria, feita a pedido do Bairro de Alcântara para os Santos Populares : " MARCHA DE ALCÂNTARA", com a qual alcançou o ultimo lugar desse ano (contou divertido) tendo o Zeca Afonso obtido o penultimo (ou vice versa)(risos)

Já na parte final do Concerto, Vitorino quis salientar o enquadramento da sua presença nas celebrações dos 100 anos do regicidio, invocando o papel valoroso de Alfredo Luis da Costa, de Casevel, que participou no regicidio, como parte da luta mais geral contra a Monarquia.



Com "As Carbonárias" pensou dar fim ao Concerto, o que não conseguiu , pois os prolongados aplausos obrigaram-no a regressar ao palco e a cantar mais 2 canções alentejanas o que fez em côro com a sala inteira a participar.



Volta Vitorino, conquistaste outra vez Castro Verde.Volta sempre!!!