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PELA COMPANHIA DE TEATRO "O GRITO" VAI
SER REPRESENTADA AMANHÃ, EM ALMADA,
A PEÇA DE LORCA "A CASA DE BERNARDA
ALBA"
Pelo nosso amigo Luis Moisão soube que alguns elementos do Grupo Coral Amigos do Alentejo do Feijó e das Cantadeiras da Alma Alentjana, estão a participar na peça, como côro.
É amanhã, pelas 21,30h no Fórum Romeu Correia em Almada, que o grupo de teatro «O Grito», um grupo jovem que iniciou a sua actividade em 1995, no Centro Cultural e Desportivo de Pinhal Vidal, em Corroios (desde 2002 autonomizaram-se como Associação e estão, desde então, no Centro Cultural Juvenil de Stº Amaro, em Almada, freguesia do Laranjeiro), faz a sua terceira apresentação deste excelente trabalho do dramaturgo Federico Garcia Lorca.
Nesta versão de Lorca foi curiosamente escolhido pela sua Encenadora Anabela Neves, apresentar duas quadras que fazem parte da obra, mas duma forma cantada, num Coro de «alentejanos» constituído por: José Borralho, Daniel Marina, Francisco Sargento, Joaquim Avó, Adelino Pinto e Luis Moisão, ligados nomeadamente ao grupo Coral Etnográfico Amigos do Alentejo» do Feijó e Alma Alentejana (Almada), que «dão vida» aos «Ceifeiros de Alba» tão enlevadamente escutados pelas jovens do seu tempo, a quando do seu regresso do trabalho.
Mais uma noite de bom Teatro, na sequência do êxito alcançado nas duas apresentações anteriores deste Grupo em Paio Pires.
No ar ficam os «ecos» das vozes dos «Ceifeiros de Alba» , entoando:
Já vieram os ceifeiros/para cortar as espigas/batei, batei corações/nos olhos das raparigas.
Abram portas e janelas/as que não vêm o céu/o Ceifeiro pede rosas/para enfeitar o chapéu....
A Casa de Bernarda Alba, pelo'O Grito
A CASA DE BERNARDA ALBA
de Federico García Lorca
25 Fevereiro, Qui. | 21h30
Auditório Fernando Lopes-Graça
M/12
Tradução: O Grito;
Encenação: Anabela Neves; Intérpretes: Ana Califórnia, Ana Rodrigues, Carla Silva, Edna Rosa, Jeff Oliveira, Marta Valente, Pedro Bernardino, Rui Arcílio, Rúben Lima, Susana Rodrigues Figuração Especial: Glória Santos, Jane Vieccelli, Lúcia Carvalho, Mila Rana, Xana Lourenço; Coro: José Borralho, Daniel Marina, Francisco Sargento, Joaquim Avó, Adelino Pinto, Luís Moisão; Dramaturgia: Anabela Neves; Figurinos: Anabela Neves, São – Loja dos Farrapos; Fotografia: Mafalda; Grafismo: Jorge Xavier e Carlos João; Ambientes Cénicos e Operação de Luz: Jorge Xavier; Sonoplastia e Operação de Som: Carlos João, Gonçalo Silva, Gonçalo França; Caracterização: Graça Neves; Produção executiva: Pedro Bernardino, Susana Rodrigues.
Depois da morte de seu marido, Bernarda Alba impõe às suas cinco filhas, como luto, uma longa e rigorosa reclusão. Trata-se de uma tradição levada a extremos.
Os conflitos, as forças, as paixões engrandecem-se, desenvolvem-se até à exasperação. Catalisador das forças encerradas na casa será a figura de Pepe Romano, noivo de Angústias, a filha mais velha, e objecto da paixão e desejo de Adela e Martírio, desencadeando-se assim uma disputa cruel e perigosa para conquistarem o amor desse homem com consequências trágicas.
É neste contexto que García Lorca nos transporta para um tema intemporal, onde a exigência dos padrões sociais fala sempre mais alto do que a natureza humana, na sua face mais bondosa e nos catapultam para o sofrimento do quotidiano, aqui levado até ao limite.
Vemo-nos assim perante a eterna dualidade entre os padrões sociais e morais e a liberdade individual, num quadro em que a pressão da sociedade sobre o indivíduo, seja sob a forma da moral ou sob a forma dos costumes, pode conduzir, no limite, à tragédia, já não individual, mas social.
O tema é intemporal: nega-se a individualidade nas suas diferenças que constituem o colorido do todo social, para ajustar cada individuo a um padrão rigoroso, onde o sucesso tem malhas apertadas de beleza, de moda, etc., onde a exclusão social ganha quase sempre.