quinta-feira, abril 15, 2010

FORNOS DA CAL

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Já aqui falei na incursão que na semana passada realizei planície adentro, no que chamei, ao alentejo profundo.
Partindo dos Porteirinhos (freguesia do Rosário) desfrutei de uma paisagem de tirar a respiração, na sua multiplicidade de côres, onde o verde assume a liderança. polvilhado de lilases, roxos,castanhos dourados, amarelos,azuis e um sem número de outras côres e odores de espantar.
Dessa loucura para os sentidos dei aqui algumas imagens.



Mas não foi só paisagem que tive o privilégio de usufruir.
Aqui encontrei também marcas que fazem a História da região.
Refiro-me a edificações de pedra chamadas "fornos de cal", que foram utilizados na região até aos anos 50 do século passado.

Embora muitos já em mau estado, mantêm a sua majestada afirmando-se orgulhosamente como testemunho da importância que tiveram na economia da região, de então.



A cal é conseguida através da liquidificação das pedras mármores a altas temperaturas. Assim, e até há bem pouco tempo, os fornos de cal tinham um papel importante no Alentejo, tanto a nível patrimonial, pois ajudavam a manter uma imagem única na Europa, como ambiental, pois ajudavam à limpeza dos detritos da produção industrial de mármores e à higiene dos centros urbanos. Actualmente, com a introdução da tinta plástica, considerada mais duradoura, os fornos de cal perderam importância estando por isso a desaparecer.



O óxido de cálcio (conhecido como cal) é uma das substâncias mais importantes para a indústria, sendo obtida por decomposição térmica de calcário (de 825[1] a 900 °C). Também chamada de cal viva ou cal virgem, é um composto sólido branco.



Normalmente utilizada na indústria da construção civil para elaboração das argamassas com que se erguem as paredes e muros e também na pintura, a cal também tem emprego na indústria cerâmica, siderúrgicas (obtenção do ferro) e farmacêutica como agente branqueador ou desodorizador. O óxido de cálcio é usado para produzir hidróxido de cálcio, na agricultura para o controle de acidez dos solos, e na metalurgia extrativa para produzir escória contendo as impurezas (especialmente areia) presentes nos minérios de metais.







Obtenção
O calcário, depois de extraído, selecionado e moído, é submetido a elevadas temperaturas em fornos industriais num processo conhecido como calcinação, que dá origem ao CaO (óxido de cálcio: cal) e CO2 (gás carbônico), a equação química dessa calcinação fica assim:


Para essa reação ocorrer à temperatura do forno da caieira (indústria produtora de cal) deve ser de, no mínimo, 850 °C, mas a eficiência total da calcinação se dá à temperatura de 900 a 1000 °C. Essa temperatura é garantida pela queima de um combustível, que pode ser: lenha (gasogênio), óleo combustível, gás natural, gás de coqueira, carvão e material reciclado.

Para a obtenção da cal hidratada é necessário promover a reação da cal virgem com H2O, com o seguinte desprendimento de calor[2]:

+ 63.7kJ/mol de CaO

A História também passa por aqui